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Hofbräuhaus: a cervejaria mais influente do mundo

Hofbräuhaus: a cervejaria mais influente do mundo

Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o youtube e o instagram @beersenses

Recomendação de leitura: MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA – O SELO DA DIFERENCIAÇÃO

Não é uma história somente sobre cerveja. É uma história sobre poder, fama, política, economia, gastronomia e cultura. Essa é a história de uma das mais importantes marcas de cerveja do mundo, que existe há mais de 400 anos no maior centro cervejeiro do planeta e esteve presente em importantes fatos históricos se tornando a cervejaria mais influente do mundo. Vamos conhecer essa história a seguir.

A cerveja ruim da Baviera

Em 1589, o Duque Guilherme V da Baviera estava farto de beber cervejas ruins que eram feitas em Munique naquela época. E ele, pessoalmente, queria muito que a Baviera tivesse boas cervejas pois essa era uma luta de sua família.

Duque Guilherme V
Duque Guilherme V

Guilherme V herdou o trono da Baviera de seu pai, Alberto V, que praticamente passou despercebido pela história da cerveja. Mas seu avô, Duque Guilherme IV, foi bem importante para a história da cerveja mundial sendo o responsável pela promulgação da Reinheitsgebot (conhecida depois como Lei de Pureza da Cerveja Alemã) que determinou que a cerveja na Baviera só poderia ser feita com 3 ingredientes: Água, Malte e Lúpulo – 300 anos depois a levedura foi descoberta e incluída como ingrediente base da lei.

A Reinheitsgebot tinha como principal objetivo garantir a qualidade das cervejas produzidas na Baviera – e também visava o aumento com arrecadação de impostos sobre malte e lúpulo, mas essa é a parte feia da história que nem sempre é contada.

Ora, se o neto do criador da Reinheitsgebot estava bebendo cerveja ruim era porque alguma coisa estava errada. O Duque Guilherme V ficava bem irritado em ter que importar cervejas da cidade de Einbeck , na baixa Saxônia.

Farto dessa situação, um dia o Duque Guilherme V juntou seus conselheiros da corte e ordenou que eles apresentassem um plano para solucionar o problema da cerveja ruim. Fico imaginando como deve ter sido interessante essa reunião. Bem, o fato é que os conselheiros passaram a pensar formas de garantir boa cerveja de Munique ao Duque. E então a saída foi meio óbvia: criar uma cervejaria própria dentro da corte real, onde eles conseguiriam garantir que a cerveja feita seria boa.

O Duque Guilherme V aceitou de imediato a ideia e no mesmo dia recrutou o mestre-cervejeiro Heimeran Pongraz que estava fazendo cerveja na Abadia de Geisenfeld, 70 quilômetros ao norte de Munique.

A nova cervejaria foi inicialmente batizada de Braun Hofbräuhaus, algo como Casa da Cerveja Marrom da Corte Real em português. Isso porque a cerveja feita lá naquela época era marrom.

O business e o monopólio

Até 1610 a Hofbräuhaus abastecia apenas a realeza bávara. Ninguém podia consumir a cerveja deles fora do palácio real. Mas o o Duque Maximiliano I, conhecido como “o grande”, que assumiu o trono no lugar do pai Guilherme V, era um empreendedor nato, com visão para negócios e marketing. Por isso, traçou uma estratégia comercial avassaladora: criou uma marca cobiçada e uma cerveja exclusiva que seria somente produzida por eles e vendida para as tavernas.

Duque Maximiliano I
Duque Maximiliano I

Então, Maximiliano I proibiu a produção da tradicional cerveja de trigo da Baviera. Somente ele poderia produzir a Weizenbier para vender para as tavernas. Além disso, a cerveja passou a se chamar Hofbräu, suprimindo o sufixo haus que quer dizer casa em português.

A cerveja foi um sucesso, as tavernas brigavam para comprar e servir aos seus clientes, o que fez com que a corte arrecadasse muito dinheiro. Toda essa estratégia comercial levou a produção da Hofbräuhaus a incríveis 140 mil litros/ano (38 mil galões) em pleno século 17.

A cerveja de trigo da Hofbräu foi a única do estilo na Baviera por mais de 200 anos – só em 1872 o rei Ludwig II venderia os direitos de produção da weizenbier para George I Schneider, liberando a produção fora da casa real.

A primeira Maibock

Mas mesmo com o sucesso comercial, o Duque Maximiliano I ainda não estava satisfeito. Além de homem de negócios ele era também um grande apreciador da gastronomia, e queria cervejas mais claras e mais fortes do que as cervejas de trigo.

Então, inspirado nas técnicas dos cervejeiros de Einbeck, o novo cervejeiro real, Elias Pichler criou a Maibock: uma cerveja mais clara e bem mais potente do que a weizenbier.

E essa nova cerveja criada pela Hofbräuhaus salvaria a cidade de Munique anos mais tarde.

A Maibock salvou Munique

Em 1618 a região central da Europa era uma verdadeira zona, com diversos reinos e ducados separados e com interesses diferentes, o que fez eclodir um conflito que ficou conhecido como a guerra dos 30 anos, onde diversas nações lutaram por 3 motivos básicos: religião, território e comércio. E claro, a Baviera estava metida nesse conflito.

Em 1632, a Baviera estava praticamente dominada pela Suécia e Munique foi invadida. Desesperado, o povo de Munique fez um acordo com os suecos: trocaram 1.000 baldes de cerveja Hofbräu, incluindo 361 baldes de Maibock, pela garantia de que a cidade não seria destruída.

O acordo deu certo, os suecos conheciam a fama daquela cerveja, e Munique não sofreu com aquela invasão. Dois anos depois, a Suécia fez um acordo e desocupou a Baviera.

A Oktoberfest

A Hofbräu seguiu por dois séculos sendo a cervejaria oficial da Baviera. Mas, um evento gigantesco mudaria de vez o patamar da cervejaria no coração do povo bávaro.

Em 12 de outubro de 1810, para comemorar o casamento do príncipe Ludwig com a princesa Therese, o Rei Maximiliano I Joseph resolveu dar uma baita festa nos portões da cidade de Munique. Ele convidou todo o povo da cidade para comer, beber e assistir a corridas de cavalos. Claro que a cerveja que regou essa festa foi da Hofbräuhaus.

príncipe Ludwig e princesa Therese
príncipe Ludwig e princesa Therese

No ano seguinte, o Rei quis repetir a festa. E no próximo ano também. E assim por diante, até que a festa virou uma tradição de Munique e ficou conhecida como Oktoberfest.

Imagens Hofbräuhaus - Oktoberfest
Imagens Hofbräuhaus – Oktoberfest

Personagens históricos

A Hofbräuhaus em Munique tem uma rica história de personalidades importantes que frequentaram suas instalações e beberam de suas cervejas.

Wolfgang Amadeus Mozart morou a poucos metros da cervejaria e era frequentador do local no século 18. Em uma carta, Mozart teria dito que escreveu a ópera Idomeneo inspirado pelas suas visitas à Hofbräuhaus.

príncipe Charles e a duquesa Camilla

Infelizmente, nem só de boas visitas é feita a história da Hofbräuhaus. Vladimir Lenin viveu em Munique antes da segunda guerra mundial e frequentava o local. Outra triste passagem aconteceu em 1920, quando Adolf Hitler usou a Hofbräuhaus para apresentar seu programa de 25 pontos do Partido Nazista. Essa triste história culminou com o bombardeio da cervejaria em abril de 1944. Ao final dos ataques a Munique, em maio de 1945, havia sobrado muito pouco da antiga cervejaria.

Mas, felizmente, a guerra acabou e a Hofbräuhaus foi reconstruída, e hoje é a maior atração turística de Munique depois da Oktoberfest.

Como realeza visita realeza, o príncipe Charles e a duquesa Camilla visitaram a cervejaria em 2019.

As cervejas da Hofbräuhaus

Aqui na Confraria Paulistânia você tem a chance de provar as cervejas da Hofbräuhaus e se aproximar de toda essa rica história.

cervejas Hofbräu

Aqui você encontra a HB Original, a HB Oktoberfest, a Weissbier e a Dunkel. Eu não tenho predileta, adoro todas! E além das cervejas, aqui você também encontra caneca, boné e cooler oficiais da Hofbräuhaus. 

Selo Trapista – atribuição e reconhecimento.

Selo Trapista – atribuição e reconhecimento.

Por Leonardo Millen, jornalista especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Aficionado por cervejas especiais, escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where (@saideira.beer) e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal definitivo de notícias sobre bebidas que acaba de chegar ao mercado. 

ENTENDA OS CONCURSOS DE CERVEJA

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Por Luís Celso Jr. é jornalista e sommelier de cervejas. Foi 3º colocado no 1º Campeonato Brasileiro de Sommelier de Cervejas e defendeu o Brasil na competição mundial em 2015. Também é professor, juiz de concursos nacionais e internacionais e consultor de cerveja. Fundou em 

ME APAIXONEI PELA LARALIMA

ME APAIXONEI PELA LARALIMA

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Hoje vamos falar sobre a mais nova aquisição da família Paulistânia, a recém-chegada Laralima. Uma maravilhosa Witbier com adição de extrato natural de laranja Bahia e limão siciliano.


Como a Paulistânia faz com esmero todas as receitas que se propõe a colocar em linha, aqui temos uma interpretação do estilo. A Laralima é feita com maltes de trigo e cevada, mas como acontece na maioria das Witbiers, aqui não temos a presença do trigo não maltado, mas sim flocos de aveia, conferindo uma cremosidade e garantindo um gole aveludado, nessa cerveja refrescante, aromática e condimentada, pela presença marcante da semente de coentro.

VOCÊ SABE COMO SURGIU O ESTILO WITBIER?

O início da Witbier, estilo cervejeiro da Laralima

A história deste estilo de cerveja começa em 1445, quando a Bélgica ainda era parte integrante da Holanda, formada por uma série de colônias.

Essa era a exata época em que europeus viajavam rumo às Índias em busca de novos temperos, o que fez com que especiarias chegassem às mãos de monges.

Registros históricos indicam que as cervejas de trigo eram extremamente azedas até que os monges belgas passaram a adicionar algumas novidades à receita, como cascas de laranja e coentro, trazido diretamente de Curaçau, na época, colônia Holandesa.

Vale ressaltar que não havia adição de lúpulo e que as cervejas da época eram saborizadas com frutas e especiarias.

Seu nome se origina da junção das palavras wit e bier, que em holandês querem dizer, respectivamente, “branco” e “cerveja”. Ou seja, a junção significa “cerveja clara”.

Para se ter uma ideia, na escala internacional SRM, que varia entre 1 (muito claro) e 40 (muito escuro) e é utilizada para identificar a cor da bebida, a Witbier, raramente, passa do número 4.

Apesar de sua popularidade atual, com um alto consumo deste tipo de cerveja durante o verão, a Witbier passou por um longo período de esquecimento, tornando-se praticamente extinta até a década de 50 do século passado.

O LEITEIRO QUE SALVOU A WITBIER

O salvador da Witbier, o estilo cervejeiro da Laralima
PIERRE CELIS (foto: divulgação)

O crescimento do mercado das Lagers, comercializadas em massa, forçou as cervejarias belgas a fecharem suas portas no século 20.

Lamentando o sumiço das Witbiers, o leiteiro belga Pierre Celis, nos anos 1960, resolveu reposicionar o estilo no mapa ao passar a produzir uma cerveja com uma receita da qual se lembrava de um breve trabalho na cervejaria Tomsin, última fábrica a fechar as portas.

Num país tropical como o Brasil, essa cerveja de teor alcoólico baixo e de sabor refrescante pode ser justamente o que você estava buscando para se refrescar nas tardes quentes de domingo.

Todas as cervejas de trigo são iguais? A resposta é: jamais!

WIT NÃO É WEISS, WEISS NÃO É WIT!

Uma dúvida que muitas pessoas têm sobre a prima alemã, Weissbier é se a Witbier é uma versão belga para as cervejas de trigo Bávaras.

Muito embora Weiss signifique “branco” em alemão, o que remeteria imediatamente a justa comparação, para ser uma típica Weissbier, são necessários ao menos 50% de malte de trigo, podendo ser completado com malte de cevada. Mas algumas cervejas têm quase o total de trigo em sua receita.

Tradicionalmente essa bebida costuma ser turva, por conta das proteínas e da levedura. O visual fica completo com um colarinho branco e denso, e a espuma cremosa. 

LEI DA PUREZA X TEMPERO

A Weiss se destaca pelas notas de banana e cravo no aroma e no sabor. Mas aqui, essas notas não são provenientes da adição nem da fruta, nem da especiaria, afinal não podemos esquecer que as cervejas alemãs têm uma regra clara de fabricação desde a promulgação do Reinheitsgebot em 23 de abril de 1516 pelo Duque Wilhelm IV (Guilherme IV) da Baviera, que regulamentava que a cerveja poderia conter somente três ingredientes: água, malte e lúpulo.

Mas então de onde vêm essas notas de banana e cravo? Elas são subprodutos da fermentação, são ésteres e fenóis que remetem a tais aromas e sabores.

Pronto, agora que já estão experts sobre as diferenças e semelhanças entre estas duas cervejas de trigo, vamos ao que interessa, conhecer as Witbiers que temos disponíveis no site da Confraria Paulistânia Store.

Laralima e suas similares

Antes quero só dizer uma coisa: EU ME APAIXONEI PELA LARALIMA!!!

Além de ser incrivelmente aromática e refrescante, ela homenageia um lugar que está no meu coração, o Mercadão (Mercado Municipal de São Paulo).

Assim, te convido a escolher algumas Witbiers e depois me contar como foram as degustações:

Paulistânia Laralima

La Trappe Witte

Corsendonk Blanche

O Mercadão, como é chamado carinhosamente, com a sua importância histórica e arquitetônica, serviu de inspiração para o rótulo da Laralima.

Indicações de leitura:

ESCOLAS CERVEJEIRAS https://confrariapaulistaniastore.com.br/blog/escolas-cervejeiras/

UM PARAÍSO CHAMADO BÉLGICA: INDEPENDENTE DESDE 1830 E CERVEJEIRA DESDE SEMPRE https://confrariapaulistaniastore.com.br/blog/um-paraiso-chamado-belgica-independente-desde-1830-e-cervejeira-desde-sempre/

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STO AGOSTINHO – O PADROEIRO DOS CERVEJEIROS

STO AGOSTINHO – O PADROEIRO DOS CERVEJEIROS

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Certamente você deve estar se perguntando: “– Mas afinal quantos são os santos padroeiros dos cervejeiros?” Sua pergunta é bastante pertinente e de fato são inúmeras as correlações entre clérigos que produziam cerveja e sua santificação junto a essa bebida sagrada.

Mas antes de contar a história de Santo Agostinho, quero citar outros fatos que fazem a cerveja ser tão intimamente ligada não apenas as santas e aos santos católicos, mas as deusas e aos deuses, desde que a humanidade experimentou pela primeira vez esse néctar divino.

DEUSA SUMÉRIA DA CERVEJA

Os Sumérios foram uma das primeiras civilizações humanas, e não por coincidência, a primeira a produzir cerveja há uns 9.000 anos, na então Mesopotâmia, hoje fica o Sul do Iraque e Kuwait.

Já nessa época o precioso líquido tinha uma deusa que o representava, Ninkasi.

Leia também: MULHERES; DEUSAS CERVEJEIRAS

Deusa Ninkasi
Deusa Ninkasi

No Egito, o Faraó – meio rei, meio deus – Ramsés III ficou conhecido como o faraó-cervejeiro, após doar aos sacerdotes do Templo de Amon o equivalente a um milhão de Litros de cerveja.

AOS OLHOS DE CERES

Os romanos e gregos aprenderam a fazer cerveja com os egípcios, e a bebida logo ganhou popularidade.

Eles também tinham uma deusa, Ceres.

Deusa da agricultura, seu nome originou a palavra cerveja, que significa “Aos olhos de Ceres”.

Sabemos, contudo, que o Cristianismo e a Igreja Católica, trouxeram a produção de cerveja para dentro dos mosteiros.

Os monges tornaram-se grandes produtores de cerveja, trazendo cada vez mais receitas elaboradas e espetaculares.

Desde então a história da cerveja e a história da Igreja Católica andam de mãos dadas.

Mas hoje o dia é dele, Sto Agostinho!

Se você, assim como eu, não consegue ouvir Agostinho sem pensar no personagem trambiqueiro, Agostinho Carrara do seriado nacional A Grande Família, saiba de uma coisa, aqui temos a verdadeira antítese dessa referência.

mapa Souk Ahras
Souk Ahras – mapa atual

Nascido em Tagaste, atual Souk Ahras, na Argélia, no ano de 354, Agostinho de Hipona se tornou bispo aos 33 anos, após abraçar a religião cristã no ano de 387, final do Império Romano do Ocidente. 

Em sua busca pela Verdade, o então Aurélio Agostinho buscou nas antigas filosofias pré-cristãs e pagãs a verdadeira sabedoria que, de acordo com ele, era o caminho para a verdadeira felicidade.  

Santo Agostinho acreditava que em nossa alma já residia a verdade e caberia a nós, seres humanos imperfeitos, porém reflexos da criação divina, encontrar e compreender a tal verdade eterna.

Seu interesse pela filosofia o guiou pelos caminhos do Maniqueísmo durante boa parte da sua vida acadêmica. Durante os anos 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago a fim de ocupar o cargo de professor da cadeira municipal de retórica, e permanecerá lá durante os próximos nove anos.

Agostinho de Hipona, então se muda de Cartago para Milão. Em Roma, ele relata ter completamente se afastado do maniqueísmo, e abraçou o movimento cético da Academia Neoplatónica. Sua mãe insistia para que ele se tornasse cristão e seus próprios estudos sobre o neoplatonismo também foram levando-o neste sentido.

No verão de 386, após ter lido um relato da vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, que muito inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise pessoal. Decidiu se converter ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na retórica, encerrar sua posição no ensino em Milão, desistir de qualquer ideia de casamento, e dedicar-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio.

UMA VOZ TRANSFORMADORA

A chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, “Tolle, lege”; “tolle, lege” (“toma e lê”; “toma e ler”).

Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, onde lê-se: “Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites

Ele narra em detalhes sua jornada espiritual em sua famosa Confissões (Confessions), que se tornou um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial.

O Bispo Ambrósio de Milão, batizou Agostinho juntamente com seu filho, Adeodato, na vigília da Páscoa, em 387 e logo depois, em 388 ele retornou à África. Em seu caminho de volta à África sua mãe morreu e seu filho, deixando-o sozinho, sem família.

Na África, quando completou 35 anos, Santo Agostinho vendeu todos os bens (exceto uma propriedade) e criou para si um espaço de reflexão dedicado exclusivamente à teologia, filosofia e… produção de cerveja! Conhecido por ser um grande apreciador da bebida, passou a levar uma vida mais moderada, porém sem deixar de consumi-la.

Infelizmente, embora tenha registrado em seus escritos a respeito de sua produção e consumo de cerveja, o Santo não deu muitos detalhes sobre o assunto. Isso se deve, provavelmente, ao fato de a atividade cervejeira ser muito restrita aos sacerdotes na época.

Embora muitos outros religiosos da época que viviam em monastérios também confeccionassem cerveja para consumo e sustento próprio, Santo Agostinho, por seu alcance e importância, acabou se tornando ao longo da História um dos padroeiros da bebida.

Imagem Sto Agostinho – abençoado seja a cerveja nossa de cada dia

Em reconhecimento à sua importância, muitas cervejarias e rótulos têm nomes inspirados nele, em diferentes países como na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

santo padroeiro dos cervejeiros

Santo Agostinho de Hipona é considerado pela igreja católica como o primeiro santo padroeiro dos cervejeiros.

Depois dele, outros clérigos também dedicaram parte de suas vidas à produção cervejeira, o que foi essencial para o desenvolvimento da bebida como conhecemos hoje. Alguns deles são São Columbano, São Venceslau, Santo Arnaldo de Soissons e Santa Hildegard Von Bingen.

Para homenagear essa personalidade tão representativa, com uma história marcante para os rumos civilizatórios da humanidade, escolhi uma cerveja que representa os dois lugares mais importantes na vida de Sto. Agostinho, Africa e Itália.

Nada mais nada menos que a Baladin Nora. Uma Specialty Egyptian Ale, produzida na pequena cidade de Piozzo na Itália.

Baladin Nora - foto por Candy Nunes
Baladin Nora – foto por Candy Nunes

Esta cerveja verdadeiramente original, em sua fabricação são utilizados ingredientes como o cereal egípcio kamut, gengibre e mirra, resina aromática extraída de árvore africana.  De cor dourada profunda com reflexos acobreados, levemente turva e de espuma fina.

Um caleidoscópio de aromas que se fundem num único e agradável buquê de notas frutadas, resinosas e amadeiradas – além de uma nota de incenso – surpreende cada vez que o copo se aproxima do nariz. Na boca o cereal se destaca, antecipando as notas de damasco, avelã e mel. Uma explosão de sabores que termina com a frescura da raiz de gengibre e ligeiras notas cítricas num final de especiarias e malte.

Conheça a Baladin: A ITÁLIA EM SÃO PAULO

Seguinte: entre agora no site da Confraria Paulistânia Store, que por sinal está com promoções incríveis, escolha a cerveja da sua preferencia para homenagear o padroeiro dos cervejeiros. São muitas opções pra santo nenhum botar defeito. Saúde!

Um paraíso chamado Bélgica: Independente desde 1830 e cervejeira desde sempre.

Um paraíso chamado Bélgica: Independente desde 1830 e cervejeira desde sempre.

Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas. CERVEJEIRA POR NASCIMENTO VOCÊ VAI AMAR: BOON: PASSADO, LEGADO E FUTURO. Se você se considera um verdadeiro 

SAÚDE COM CERVEJA!

SAÚDE COM CERVEJA!

Leonardo Millen é jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o 

NOSSOS AMIGOS – OS GARÇONS

NOSSOS AMIGOS – OS GARÇONS

Por André “Carioca” Souza, sagitariano, louco por números e cerveja, mestre em estilos e especialista em harmonização e técnico cervejeiro, desde 2008 desvendando e ensinando a arte de degustar o líquido sagrado, a cerveja, claro! Responsável pela divulgação de conteúdo do @embxdrs.da.cerva.

Confira: DIA MUNDIAL DO ROCK

Garçom, substantivo masculino; Garçonete, substantivo feminino

Definição: Empregado de mesa; aquele que trabalha servindo pessoas em restaurantes, cafés, festas residenciais etc. (Dicionário Michaellis)

GARÇOM

A palavra garçom vem originalmente da palavra francesa garçon/garçonne (que significa rapaz/moça) e remete àquela pessoa caridosa, confiante e que nos faz feliz todas as vezes que adentramos em um bar, restaurante, boteco ou cantina.

Certamente você já chamou essa pessoa especial com outros nomes. Eu costumo chamá-los de patroa ou patrão, amigo (a), gente fina. Mas tem gente que preferem os clássicos: ô do bigode, ô moça linda, ô mestre, ô amizade. Independente de como for a forma como você se direciona ao profissional, uma coisa é certa: ele está ali para fazer você se sentir em casa!

MAIS QUE PARCEIROS, AMIGOS!

Muitas das vezes o garçom é mais do que um amigo, nós nos relacionamos com eles ou elas de uma forma que passam a pertencer à nossa própria família! Podemos tratá-los como um parente próximo, um irmão ou irmã, pais, sogros, mas nunca os consideramos como uma pessoa sem valor, muito pelo contrário, trocamos confidências, torcemos juntos para o nosso time do coração, choramos juntos a perda de um amor, e ainda os convidamos para tomarmos a última saideira (que nunca é a última).

Eu tenho vários amigos que trabalham no ramo e, por ser beersommelier, já realizei muitos treinamentos em serviço de cervejas especiais para vários deles (mais do que mil pessoas pra ser mais exato) e muitos ficaram marcados na minha vida não como garçons, mas sim como amigos!

Não é só treinamento, é compartilhar experiências com amigos
Não é só treinamento, é compartilhar experiências com amigos

Um deles eu posso comentar que é o Adalberto do bar Original, local que frequento há mais de 7 anos. Dadá para os mais íntimos. Perdi a conta de quantos chopes ele já me serviu, sempre com sua graça e destreza nos seus mais que 40 anos no serviço, uma verdadeira vocação.

O DIA É TODO DELES

E é no dia 11 de agosto que é comemorado o dia mais especial de todos: O dia do garçom!

Ninguém sabe ao certo porque esse dia ficou marcado como o dia do garçom, mas conta a lenda que no mesmo dia é comemorado o dia do advogado e, por tradição entre os profissionais de direito, estes celebravam em um bar e não pagavam a conta (mas deixavam a gorjeta como sinal de admiração a este profissional), o chamado dia do pendura!

Além disso, atribuem a criação da data em homenagem ao presidente do sindicato dos profissionais de hotéis, bares e restaurantes, Francisco Calasans Lacerda, que já foi garçom e é advogado formado na Velha Academia de São Paulo, localizada no largo de São Francisco, que foi fundada em 11 de agosto de 1827.

Coincidências à parte, eis que tradicionalmente celebramos neste dia o esforço destes profissionais, sejam homens ou mulheres, que tanto dedicam suas horas ao prazer de nos servir.

TREINAMENTO E DEDICAÇÃO

Servir uma cerveja especial é questão de treinamento árduo.

A cerveja Erdinger por exemplo possui uma particularidade que vocês podem conferir abaixo:

Clique na imagem e confira o vídeo de um serviço perfeito de Erdinger
Clique na imagem e confira o vídeo de um serviço perfeito de Erdinger

Aliás, vocês sabiam que existe um fanclub Erdinger? Fica a dica nesse site: https://us.erdinger.de/brewery/fanclub.html

Leia também: ICH WILL EINEN ERDINGER!

Outra coisa importante está no serviço do chope tradicional, por exemplo o chope Paulistânia que você encontra nas melhores casas do Brasil.

O serviço de chope é uma verdadeira arte
O serviço de chope é uma verdadeira arte

O chope para ser bem servido tem que ter pelo menos 2 dedos de colarinho, sabe porquê? Pois o colarinho mantém a temperatura e os aromas presentes na cerveja e assim você pode aproveitá-la por mais tempo.

E somente uma pessoa capacitada para isso, o garçom tirador de chope, pode fazê-lo.

Um bom garçom experiente é difícil de se encontrar. Portanto, trate bem estes profissionais, mulheres ou homens, pois eles também possuem família e estão sempre dispostos e atentos a servi-los. Deem gorjeta pois eles necessitam para contrabalançar o orçamento.

Sejam educados com eles, um dia você pode precisar dos seus auxílios e conselhos e, por fim, respeite a profissão. Saibam que um bar ou restaurante não existe sem um garçom/garçonete, senão você teria que tirar o seu próprio chope, servir a sua própria refeição e ainda ter que limpar sua própria mesa sozinho!

Parabéns a estes profissionais fantásticos e vamos comemorar com muito Chope Paulistânia! Saúde!

Você encontra todas essas cervejas citadas aqui e muitas outras no site da Confraria Paulistânia Store.

Quer nos dar uma dica? Então escreva aqui nos comentários e deixe a sua imaginação fluir. Certeza que o importante é vocês curtirem uma boa cerveja em boa companhia e de preferência em um bar com cerveja Paulistânia e Erdinger! Saúde!