A Warsteiner é o que se pode chamar de uma mega cervejaria familiar alemã, que encanta o mundo com sua cerveja de qualidade secular inquestionável. Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que …
Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal …
Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o YouTube e o instagram @beersenses
Vamos exercitar nossa fluência no idioma alemão. Leia em voz alta: Bayerische Edelreifung. Repita: Bayerische Edelreifung. Conseguiu ou está difícil? Tudo bem, é mesmo bem difícil pra nós latinos. Mas então, ao invés de falar, vamos entender o que isso significa, pode ser? Me acompanhe nesse artigo.
Há mais de 200 anos, algumas cervejarias da Baviera utilizam uma técnica para deixar as suas cervejas de trigo mais frescas, elevando os sabores dos ingredientes, e deixando uma sensação única para quem bebe. Essa técnica ficou conhecida como Maturação Nobre Bávara, o tal do “Bayerische Edelreifung” em alemão, sacou?
Para identificar quais são as cervejarias que aplicam esse processo na produção de suas cervejas de trigo, foi criado um selo oficial. Atualmente, apenas três cervejarias da Baviera recebem esse selo: a Erdinger, a Brauerei Gebr. Maisel e a Schneider. Não por coincidência, são as três cervejarias que fazem as versões mais tradicionais da cerveja de trigo alemã.
UM POUQUINHO DE HISTÓRIA
Ao longo dos séculos, uma cultura cervejeira muito forte e única foi forjada na Baviera. Os habitantes daquela região do mundo possuem a cerveja enraizada nos costumes locais, nas tradições familiares, nos hábitos cotidianos. A cerveja lá não é só uma bebida: é algo que faz parte constante da vida econômica, social, política e gastronômica das pessoas.
E uma das questões que são tratadas com muita seriedade por lá é a qualidade das cervejas que são feitas por eles. Isso é questão de honra. Fazer cerveja ruim ali é uma vergonha inadmissível. Por isso, os cervejeiros bávaros são obstinados por qualidade.
Não é à toa que a famosa Reinheitsgebot (Lei de Pureza) nasceu ali em 1516, quando o Duque da Baviera, Guilherme IV, decretou que cerveja só poderia ser feita com água, malte e lúpulos – alguns séculos depois, as leveduras foram incluídas na Lei.
Uma das cervejas mais clássicas da Baviera é a Weizenbier (Cerveja de Trigo em português), também chamada de Weissbier (Cerveja branca). Esse estilo tem mais de 200 anos, é bem tradicional, e durante muito tempo só podia ser produzido na Baviera pela família real. Mas em 1872, o rei Ludwig II vendeu os direitos de produção para George I Schneider, que começou a fazer a receita. Já naquela época, a Maturação Nobre era usada.
MAS AFINAL, O QUE É ESSA MATURAÇÃO NOBRE?
É uma técnica usada para maturar a cerveja nas garrafas, latas e nos barris. Após a primeira fermentação principal e primeira maturação, a cerveja recebe mais mosto novo e fermento fresco, e então vai para o envase, sem nenhum tipo de pasteurização, onde fica mais quatro semanas refermentando e maturando nas garrafas, latas e barris.
Esse processo extra garante muitos benefícios para a cerveja. Primeiro, a carbonatação fica mais delicada, com bolhas menores, o que irá proporcionar uma sensação muito agradável na boca. Depois, os aromas são intensificados, o que tornará a degustação mais incrível. Além disso, os sabores do malte ficam mais limpos, interagindo melhor com as notas frutadas e condimentadas da fermentação.
A Maturação Nobre ainda conserva as propriedades da cerveja por mais tempo e evita que o fermento fique grudado na hora do serviço, levando todos sabores para o copo.
Resumindo: é um processo que deixa a cerveja muito melhor, tornando a experiência de quem bebe muito mais incrível.
A ERDINGER E A MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA
A cervejaria Erdinger foi fundada em 1886 na cidade de Erding, na Baviera. Em 1930, Franz Brombach assumiu o controle da cervejaria, e uma de suas preocupações era manter a qualidade e a tradição da cerveja de trigo. Com esse foco, até hoje a Erdinger não mede esforços para produzir a cerveja de trigo mais consumida no mundo – são cerca de 1.6 milhões de hectolitros da Erdinger Weissbier consumidos em 80 países por ano.
Mas, como descobrimos acima, a Maturação Nobre acrescenta não só mais ingredientes, mas também uma etapa a mais no processo, e alonga o tempo de produção em mais quatro semanas. Do ponto de vista de negócios, isso significa mais custo. Mesmo assim, a Erdinger não abre mão de seguir a tradição e manter a alta qualidade da sua cerveja.
“Nós produzimos cerveja de trigo por mais de 130 anos, sempre de acordo com o método tradicional de dupla maturação da Baviera. Embora esse processo seja mais demorado e caro, continuaremos a mantê-lo. Para nós, e para mim pessoalmente, a qualidade está sempre em primeiro lugar. Para que os amantes da cerveja de trigo possam sempre desfrutar desta bebida excepcional”, afirma Werner Brombach, CEO atual da Erdinger.
COM A PALAVRA: O MESTRE
O principal mestre-cervejeiro da Erdinger, dr. Stefan Kreisz, reforça que a Maturação Nobre é muito importante para a conservação das propriedades da cerveja. “Graças à segunda fermentação após o engarrafamento, a pasteurização da cerveja não é necessária. Este processo de fermentação suave e natural garante que os ingredientes desenvolvam seus sabores completos”, diz.
A ideia de colocar um selo nos rótulos para identificar o uso da Maturação Nobre foi posta em prática em 2020.
Atualmente, apenas as três cervejarias tradicionais são certificadas, mas outras cervejarias também podem solicitar o selo, através de um processo de certificação.
Mas para fazer essa solicitação, a cervejaria deve seguir as seguintes regras:
. O processo de produção da cerveja de trigo deve ter uma segunda maturação;
. A segunda maturação deve ter pelo menos 10 dias;
. A segunda maturação alcoólica deve ocorrer pela adição de fermento fresco;
. A cerveja de trigo deve ter uma contagem de células de levedura vivas, após o envase, de pelo menos 3 milhões;
. Nenhum processo de pasteurização deve ser feito;
. A cerveja de trigo deve ser produzida de acordo com a Lei de Pureza; e
. A cerveja deve corresponder à definição de cerveja de trigo bávara.
E para quem quer provar na prática a eficácia da Maturação Nobre Bávara, sugiro degustar uma Erdinger Weissbier tradicional. Mas atenção na hora do serviço. Há um processo a ser seguido para garantir a melhor experiência com essa cerveja:
Primeiro, o copo deve ser especial para uma Weissbier;
Enxague o copo com água limpa e fresca e não seque;
Incline o copo a mais ou menos 45° e sirva lentamente, deixando a cerveja escorrer sutilmente pela parede do copo;
Não sirva tudo de uma vez! Deixe dois dedos da cerveja na garrafa;
Agite a garrafa, rodando, para misturar bem a levedura que está no fundo;
Sirva o restante de uma vez, com o copo reto, formando a espuma e uma coroa.
Seguindo esses passos você certamente irá perceber todos os benefícios da Maturação Nobre Bávara.
Ainda não tem seu copo especial da Erdinger? Então aproveite, e peça junto com a cerveja aqui na Confraria Paulistânia Store, para conhecer de perto a Bayerische Edelreifung.
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Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, técnica Cervejeira e apresentadora. Correspondente audiovisual do Guia da Cerveja. @candysommeliere Nada pode ser mais prazeroso do que trabalhar com amor e colocar o coração naquilo que se faz. Para mim, escrever sobre cervejas e conhecer novos …
Por Luiz Caropreso, professor, sommelier, escritor, consultor e colunista para a área de cervejas. Diretor da BeerBiz Cultura Cervejeira.
Olá meus amigos, apreciadores das cervejas da Escola Alemã.
Para quem não sabe, vale citar que existem 4 Escolas Cervejeiras.
Alemã que compreende Alemanha, Áustria e República Tcheca;
Inglesa, com cervejas da Inglaterra, Irlanda e Escócia;
Belga, compreendendo Bélgica, Holanda e França; e
Norte Americana, com Estados Unidos e Canadá.
Desta vez quero dividir com vocês algumas experiências “zitogastronômicas” (o nome é estranho mas o prefixo “zito” refere-se a cervejas) que experimentei numa de minhas viagens para a região da Baviera, especificamente a Munique e Erding.
Na Baviera, as rainhas são as lagers, cervejas de baixa fermentação, em que os grandes protagonistas das receitas são os maltes. Quase sempre límpidas, cristalinas, com colarinho tão perfeito que parece até que a taça foi coroada por uma mousse.
Se as lagers (Pilsners, Helles, Bocks) são as rainhas, posso dizer que as princesas são ales, muito bem representadas pelas Weiss ou Waizen Biers e toda a sua linhagem como Weizenbock, Dunkelweizen, Hefeweiss, Kristalweiss e por aí vai.
Viajar para Munique e não visitar o bar da HB, a Hofbräuhaus, é como ir a Roma e não ver o papa.
A casa é enorme e fica localizada a 5 minutos a pé da Marienplatz, uma das principais praças da cidade onde se encontram vários bares, restaurantes e lojas que vendem de biscoitos a eletrônicos.
Dizem que Hitler fez várias reuniões nas dependências dessa casa. Se ali eram tomadas decisões estratégicas, entende-se o porquê de terem perdido a guerra. Duvido que conseguissem ficar sóbrios por muito tempo…
Ao entrar na Hofbräuhaus o que primeiro chama a atenção é a música muito alta produzida por uma banda, que fica num palco no meio do salão principal e que passa horas e horas tocando marchinhas regionais.
Aliás, todos os músicos, bem como os garçons e garçonetes estão vestidos com trajes típicos: homens de “lederhosen”, trajes feitos em couro, que se parecem com macacões ou jardineiras, só que no lugar das calças, temos bermudas com suspensórios e mulheres de “dirndl”, vestidos rodados com estampas nada sóbrias, rendas na barra e nas mangas e um corpete que “empurra” os seios pra cima.
UM BRINDE A BAVARIA!
Espalhadas pela casa, inúmeras mesas de biergarten sempre lotadas por clientes ávidos por cerveja boa e em largas quantidades.
Ali todo mundo é igual!
Quem vai chegando não escolhe lugar. Todos sentam-se lado a lado e o chope é servido em canecas enormes e pesadas, que passeiam pelo salão em bandejas ou nos braços de atendentes que conseguem circular com até uma dúzia delas, não me perguntem como.
De quando em quando a banda toca a canção “Ein Prosit der Gemütlichkeit”, uma espécie de hino aos momentos felizes.
Nessa hora todos os comensais se levantam com suas canecas em punho, entoam a música aos berros e no final fazem um brinde coletivo, batendo as canecas com muito entusiasmo, chegando a espalhar cerveja pra todo lado.
Ali se comem principalmente Schweineknie ou Eisbein (Joelho de porco) e Kassler (costeleta de porco defumada) acompanhados de Sauerkraut, conhecido por aqui como chucrute.
O Eisbein e o Kassler podem vir apenas cozidos ou grelhados.
Salsichas como o Shüblig (salsichão) ou Weisse Wurst, aquelas salsichas brancas de Vitela, também são largamente consumidas.
Para acompanhar esses quitutes, vá de HB Original (Helles), Dunkel, Weiss ou, entre setembro e novembro, peça a sazonal Oktoberfest, uma lager um pouco mais potente em complexidade, aromas, sabores e teor alcoólico. Uma noite na Hofbräuhaus é algo inesquecível.
Nessa ocasião, eu estava viajando com um grupo de Sommeliers de Cervejas. Iriamos participar do Campeonato Mundial de Sommeliers de Cervejas e fomos convidados pela Erdinger para conhecer sua fábrica.
MEMÓRIA AFETIVA DO AUTOR!
Após a visita nos ofereceram um almoço na casa onde havia sido a primeira fábrica da Erdinger e que hoje abriga um restaurante, na cidade de Erding. O lugar parece uma casinha de presépio. Fomos recebidos com extrema gentileza e tivemos o prazer de degustar um almoço típico da Baviera.
Além dos fartos pratos com Eisben, Kassler e salsichas, pudemos provar a autêntica Knödelsuppe – um tipo de sopa de bolinhos feitos à base de batatas, como nhoques do tamanho de bolas de golfe; Gemusepfanne – vários legumes somente grelhados; Brezel – um tipo de pão no formato de um nó; Currywurst mit Pommes – salsicha com catchup polvilhada de curry, com batatas fritas; Schnitzel mit Kartoffelsalat – bife suíno ou de vitela à milanesa guarnecido de salada de batatas. Um verdadeiro banquete, acompanhado, evidentemente, das cervejas de trigo do portfolio da Erdinger, como:
Hefeweiss, a mais famosa.
Kristall Weiss, uma Weiss filtrada.
Dunkelweizen, cerveja de trigo escura.
Pikantus – estilo Weizenbock, cerveja mais forte e encorpada.
E até a Erdinger alkoholfrei, uma das melhores cervejas sem álcool que já experimentei.
Ficaram com água na boca e não tem uma viagem programada para Munique?
Não tem problema. Todas as cervejas que citei, são importadas para o Brasil pela Bier&Wein, que as distribui para vários bares, restaurantes, lojas e supermercados. E se você preferir recebê-las em casa, basta acessar o site Confraria Paulistânia Store e pedir as suas.
Mas, se quiser provar alguns dos pratos deste texto, dê um pulo no Erdinger Hütt’n, uma casa em estilo alemão, parceria da Erdinger com a Bier&Wein que tem um cardápio tipicamente alemão além de chopes e cervejas Erdinger que está localizado no São Paulo Expo, altura do km 1,5 da Rodovia dos Imigrantes, no bairro Vila Água Funda, na cidade de São Paulo. Vale super a pena uma visita!!!