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DESMITIFICANDO ROCK E CERVEJA – PARTE 2

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STO AGOSTINHO – O PADROEIRO DOS CERVEJEIROS

STO AGOSTINHO – O PADROEIRO DOS CERVEJEIROS

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Certamente você deve estar se perguntando: “– Mas afinal quantos são os santos padroeiros dos cervejeiros?” Sua pergunta é bastante pertinente e de fato são inúmeras as correlações entre clérigos que produziam cerveja e sua santificação junto a essa bebida sagrada.

Mas antes de contar a história de Santo Agostinho, quero citar outros fatos que fazem a cerveja ser tão intimamente ligada não apenas as santas e aos santos católicos, mas as deusas e aos deuses, desde que a humanidade experimentou pela primeira vez esse néctar divino.

DEUSA SUMÉRIA DA CERVEJA

Os Sumérios foram uma das primeiras civilizações humanas, e não por coincidência, a primeira a produzir cerveja há uns 9.000 anos, na então Mesopotâmia, hoje fica o Sul do Iraque e Kuwait.

Já nessa época o precioso líquido tinha uma deusa que o representava, Ninkasi.

Leia também: MULHERES; DEUSAS CERVEJEIRAS

Deusa Ninkasi
Deusa Ninkasi

No Egito, o Faraó – meio rei, meio deus – Ramsés III ficou conhecido como o faraó-cervejeiro, após doar aos sacerdotes do Templo de Amon o equivalente a um milhão de Litros de cerveja.

AOS OLHOS DE CERES

Os romanos e gregos aprenderam a fazer cerveja com os egípcios, e a bebida logo ganhou popularidade.

Eles também tinham uma deusa, Ceres.

Deusa da agricultura, seu nome originou a palavra cerveja, que significa “Aos olhos de Ceres”.

Sabemos, contudo, que o Cristianismo e a Igreja Católica, trouxeram a produção de cerveja para dentro dos mosteiros.

Os monges tornaram-se grandes produtores de cerveja, trazendo cada vez mais receitas elaboradas e espetaculares.

Desde então a história da cerveja e a história da Igreja Católica andam de mãos dadas.

Mas hoje o dia é dele, Sto Agostinho!

Se você, assim como eu, não consegue ouvir Agostinho sem pensar no personagem trambiqueiro, Agostinho Carrara do seriado nacional A Grande Família, saiba de uma coisa, aqui temos a verdadeira antítese dessa referência.

mapa Souk Ahras
Souk Ahras – mapa atual

Nascido em Tagaste, atual Souk Ahras, na Argélia, no ano de 354, Agostinho de Hipona se tornou bispo aos 33 anos, após abraçar a religião cristã no ano de 387, final do Império Romano do Ocidente. 

Em sua busca pela Verdade, o então Aurélio Agostinho buscou nas antigas filosofias pré-cristãs e pagãs a verdadeira sabedoria que, de acordo com ele, era o caminho para a verdadeira felicidade.  

Santo Agostinho acreditava que em nossa alma já residia a verdade e caberia a nós, seres humanos imperfeitos, porém reflexos da criação divina, encontrar e compreender a tal verdade eterna.

Seu interesse pela filosofia o guiou pelos caminhos do Maniqueísmo durante boa parte da sua vida acadêmica. Durante os anos 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago a fim de ocupar o cargo de professor da cadeira municipal de retórica, e permanecerá lá durante os próximos nove anos.

Agostinho de Hipona, então se muda de Cartago para Milão. Em Roma, ele relata ter completamente se afastado do maniqueísmo, e abraçou o movimento cético da Academia Neoplatónica. Sua mãe insistia para que ele se tornasse cristão e seus próprios estudos sobre o neoplatonismo também foram levando-o neste sentido.

No verão de 386, após ter lido um relato da vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, que muito inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise pessoal. Decidiu se converter ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na retórica, encerrar sua posição no ensino em Milão, desistir de qualquer ideia de casamento, e dedicar-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio.

UMA VOZ TRANSFORMADORA

A chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, “Tolle, lege”; “tolle, lege” (“toma e lê”; “toma e ler”).

Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, onde lê-se: “Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites

Ele narra em detalhes sua jornada espiritual em sua famosa Confissões (Confessions), que se tornou um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial.

O Bispo Ambrósio de Milão, batizou Agostinho juntamente com seu filho, Adeodato, na vigília da Páscoa, em 387 e logo depois, em 388 ele retornou à África. Em seu caminho de volta à África sua mãe morreu e seu filho, deixando-o sozinho, sem família.

Na África, quando completou 35 anos, Santo Agostinho vendeu todos os bens (exceto uma propriedade) e criou para si um espaço de reflexão dedicado exclusivamente à teologia, filosofia e… produção de cerveja! Conhecido por ser um grande apreciador da bebida, passou a levar uma vida mais moderada, porém sem deixar de consumi-la.

Infelizmente, embora tenha registrado em seus escritos a respeito de sua produção e consumo de cerveja, o Santo não deu muitos detalhes sobre o assunto. Isso se deve, provavelmente, ao fato de a atividade cervejeira ser muito restrita aos sacerdotes na época.

Embora muitos outros religiosos da época que viviam em monastérios também confeccionassem cerveja para consumo e sustento próprio, Santo Agostinho, por seu alcance e importância, acabou se tornando ao longo da História um dos padroeiros da bebida.

Imagem Sto Agostinho – abençoado seja a cerveja nossa de cada dia

Em reconhecimento à sua importância, muitas cervejarias e rótulos têm nomes inspirados nele, em diferentes países como na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

santo padroeiro dos cervejeiros

Santo Agostinho de Hipona é considerado pela igreja católica como o primeiro santo padroeiro dos cervejeiros.

Depois dele, outros clérigos também dedicaram parte de suas vidas à produção cervejeira, o que foi essencial para o desenvolvimento da bebida como conhecemos hoje. Alguns deles são São Columbano, São Venceslau, Santo Arnaldo de Soissons e Santa Hildegard Von Bingen.

Para homenagear essa personalidade tão representativa, com uma história marcante para os rumos civilizatórios da humanidade, escolhi uma cerveja que representa os dois lugares mais importantes na vida de Sto. Agostinho, Africa e Itália.

Nada mais nada menos que a Baladin Nora. Uma Specialty Egyptian Ale, produzida na pequena cidade de Piozzo na Itália.

Baladin Nora - foto por Candy Nunes
Baladin Nora – foto por Candy Nunes

Esta cerveja verdadeiramente original, em sua fabricação são utilizados ingredientes como o cereal egípcio kamut, gengibre e mirra, resina aromática extraída de árvore africana.  De cor dourada profunda com reflexos acobreados, levemente turva e de espuma fina.

Um caleidoscópio de aromas que se fundem num único e agradável buquê de notas frutadas, resinosas e amadeiradas – além de uma nota de incenso – surpreende cada vez que o copo se aproxima do nariz. Na boca o cereal se destaca, antecipando as notas de damasco, avelã e mel. Uma explosão de sabores que termina com a frescura da raiz de gengibre e ligeiras notas cítricas num final de especiarias e malte.

Conheça a Baladin: A ITÁLIA EM SÃO PAULO

Seguinte: entre agora no site da Confraria Paulistânia Store, que por sinal está com promoções incríveis, escolha a cerveja da sua preferencia para homenagear o padroeiro dos cervejeiros. São muitas opções pra santo nenhum botar defeito. Saúde!

Um paraíso chamado Bélgica: Independente desde 1830 e cervejeira desde sempre.

Um paraíso chamado Bélgica: Independente desde 1830 e cervejeira desde sempre.

Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas. CERVEJEIRA POR NASCIMENTO VOCÊ VAI AMAR: BOON: PASSADO, LEGADO E FUTURO. Se você se considera um verdadeiro 

SAÚDE COM CERVEJA!

SAÚDE COM CERVEJA!

Leonardo Millen é jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o 

ERDINGER HÜTT’N

ERDINGER HÜTT’N

Por Anderson R. Lobato, dentre vários defeitos: Santista sofredor, Homebrewer, Sommelier de Cervejas, pai do Dudu e amante de um @Pao_Liquido. 

Fala cambada de cervejeiros, como vocês estão? Por aqui, buscando correr deste frio monstro em diversas partes deste nosso Brasilzão e acompanhando, sempre que possível, as Olimpíadas de Tóquio 2020. Mais alguém nessa com seu copo de cerveja cheio do lado?

Eu não sei se vocês já tiveram a oportunidade de ir para a Alemanha, alguém aí já curtiu a capital da cerveja? Infelizmente eu ainda, leia bem, AINDA não tive essa oportunidade. Deve ser bom demais! Cerveja boa, comida animal e muita história envolvida num só lugar.

Mas não seria a distância que deixaria a Alemanha longe de nós não é mesmo? Seja pela cerveja, pelo eterno 7×1 (foi mal lembrar kkk) e, claro, pelo aniversário da cabana /bar/ restaurante mais Alemã de São Paulo, o Erdinger Hütt’n . Localizado na parte externa do centro de exposições Imigrantes em São Paulo – Capital, que acabou de 4 anos de vida aqui no Brasil.

LEIA TAMBÉM: ICH WILL EINEN ERDINGER!

A Cabana Alemã mais amada , nosso Erdinger Hütt'n
A Cabana Alemã mais amada , nosso Erdinger Hütt’n

Hütt’n – Um pouquinho deste cantinho…

A “cabana”. Isso mesmo, “hutt’n” em Alemão, aterrissou em terras tupiniquins em 2017, lembro com saudades daquele dia 12/07. Digo aterrissou pois grande parte da Cabana, estrutura, adornos e por aí vai, vieram direto da Alemanha viajando mais de 10.000 Km´s.

Cada detalhe foi pensado com muita atenção e carinho para deixar a primeira e única “casa” da Erdinger na América do Sul, ainda mais incrível. Quanta cerveja boa e comida maravilhosa!

O local foi criado intencionalmente para lembrar o clássico, rústico e secular ambiente alemão regados, é claro, a muita cerveja e comida boa. Conta com estrutura de madeira, trazendo as marcas das experiências vividas pelas pessoas que já passaram por ali, com uma decoração rústica e intimista, oferecendo aquela sensação gostosa de ser abraçado. Deem uma olhada nestas fotos:

Imagens do Erdinger Hütt'n Brasil
Imagens do Erdinger Hütt’n Brasil

Ah, mas “senhor Pão Líquido” e a cerveja e essas comidas que você falou que tanto nos fazem sentir na Baviera? Ah meus amigos, senti a ansiedade no ar, mas não é pra menos elas são demais. Se liguem:

Hütt’n – Para encher-se de Alemanha e suas delicias culinárias

O cardápio da cabana conta com uma gastronomia tipicamente alemã (ah que novidade), tendo no comando da cozinha a Chef Thais Leichtfeld que teve a “pachorra” (risos) de ir à cidade de Erding na Alemanha para um treinamento específico das técnicas bávaras de cozinha. Será que ela manja desse “rango”?

Falar em especialidade da casa seria uma afronta, com tanta coisa boa por lá. Sou suspeito né. Mas não daria para falar de comida Alemã, sem citar o Eisbein, joelho de porco, e claro que você contra por lá. Tradicionalmente servido com chucrute (conserva de repolho), batata e acompanhamentos. E não podemos esquecer do delicioso Páprica Schnitzel, que tradicionalmente é servido com Spätzle na manteiga.

Claro que você encontra outros clássicos da culinária alemã como: Goulasch, Wiener Schnitzel, Bretzel, Currywurst e para fechar nada menos que um Apfelstrudel (a famosa torta de maçã).

De propósito e para deixar vocês com água na boca. Deem uma olhada nesses pratos:

Pratos tradicionais da culinária bávara, que você encontra no Erdinger Hütt'n
Pratos tradicionais da culinária bávara, que você encontra no Erdinger Hütt’n

Ficou com sede né?!…E a culpa é toda minha..rs

Ah senhoras e senhores, para harmonizar todas essas delicias, nada mais nada menos que o portfólio da Erdinger.

Fresquinho, fresquinho. Com as diversas torneiras de chopes, rótulos exclusivos e as queridinhas da marca, não faltará nosso santo Pão Líquido para saborearmos.

Lembra aquele copão de 500 ml, né? Então, ele e todos os copos clássicos, aquela espuma perfeito e o chope bem tirado, vocês encontram por lá. Dá uma olhada em algumas destas delícias:

Erdinger Tradicional, Dunkel, Pikantus, Urweisse (a primeira receita da Erdinger), Kristall, Oktoberfest e Alkoholfrei em garrafas, e claro o chope Erdinger Tradicional. Dado que os produtos são importados, e claro, sujeitos a disponibilidade, alguns estilos virão em chope outros engarrafados. Sensacional.

VOCÊ VAI GOSTAR: MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA – O SELO DA DIFERENCIAÇÃO

Quero ir visitar, e agora?

Pois é meus amigos, a pandemia veio forte e em respeito a todos nós, a cabana permanece fechada.

A parte boa, é que eles seguem por aqui, e com o avanço da vacinação, protocolos sanitários e a população se cuidando, certamente em algumas semanas estaremos lá celebrando, e muito, a passagem destes tempos difíceis e comemorando muito a vida. Acompanhem essas e outras notícias, pelas redes sociais da marca @erdingerhuttnsp

Enquanto este dia que se aproxima não chega, deixo dois convites para vocês: Acessem o vídeo da Erdinger Hütt’n lá no youtube e veja você mesmo toda essa experiência viva https://www.youtube.com/watch?v=S_q2Q7DkoiU.

Mas antes, não deixem de passar no portal mais cervejeiro do Brasil, a Confraria Paulistânia https://confrariapaulistaniastore.com.br/ , e garantir todas essas delicias do portfólio Erdinger diretamente da Alemanha, para a sua geladeira.

Ein Prost e #bebacommoderacao

CADA PAI TEM SEU ESTILO!

CADA PAI TEM SEU ESTILO!

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere São muitas as versões sobre o surgimento da comemoração do Dia dos Pais. Há antropólogos que defendem que esta festividade se iniciou faz 4 mil anos, no Império Babilônico, quando o jovem 

DESMISTIFICANDO ROCK E CERVEJA – PARTE 1

DESMISTIFICANDO ROCK E CERVEJA – PARTE 1

Por  Henrique Carnevalli, t.izêro, Sommelier de Cervejas, amo música desde pirralho, noveleiro, corinthiano sofredor e cofundador do site RockBreja. Quando a gente pensa nos termos ‘Popular’, ‘Fácil Aceitação’ e ‘Leve’ o que vem em sua cabeça quando se trata de Rock? Pop Rock correto? Quando 

WARSTEINER – UMA HISTÓRIA FAMILIAR!

WARSTEINER – UMA HISTÓRIA FAMILIAR!

A Warsteiner é o que se pode chamar de uma mega cervejaria familiar alemã, que encanta o mundo com sua cerveja de qualidade secular inquestionável.

Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal definitivo de notícias sobre bebidas que acaba de chegar ao mercado. Inclusive cerveja!

Confirma meu último texto: ICH WILL EINEN ERDINGER!

Olá amigos! Estou de volta para contar uma história fascinante de uma lenda viva da cervejaria alemã: a Warsteiner. Para começar, é preciso dizer que ela foi fundada oficialmente em 1753, quando o Brasil nem existia como país. Então se arruma na poltrona que lá vem história…

imagens texto Warsteiner
cidade de Warstein

Tudo começou quando o fazendeiro Antonius Cramer, da pequena cidade de Warstein, localizada no meio da bela floresta de Arnsberg, no coração da região de Sauerland, no estado de Renânia do Norte-Vestfália (perto de Colônia e Düsseldorf) começou a fazer cerveja em casa.

A coisa foi crescendo, os vizinhos pedindo… Daí ele começou a cobrar, e como na Alemanha as coisas funcionam, ele foi solicitado a pagar imposto sobre a cerveja, já que o volume de sua produção caseira ultrapassava o permitido para consumo pessoal estipulado pelas autoridades da época.

ESSE IMPOSTO PODE!

Taí um imposto a ser comemorado! Esse foi o start para Antonius batizar sua cerveja de Warsteiner (é comum na Alemanha as cervejarias adotarem o nome da cidade em que são produzidas) e estruturar sua produção “artesanal”. Seu filho, Johannes Vitus Cramer, viu que o negócio era próspero e decidiu continuar o sucesso de seu pai. Ousadamente, ele empreendeu: construiu a pequena cervejaria Domschänke (o que hoje conhecemos como um brewpub), no centro de Warstein, e foi à luta! Os negócios iam bem, o filho de Johannes, Casper Cremer, nasceu em 1774, mas, à medida que o moleque crescia, aumentava também a popularidade da cerveja Warsteiner.

logo Warsteiner

Entretanto, a pequena Domschänke ainda produzia muito artesanalmente, em pequenos lotes. Não dava conta da alta demanda. Inconformado com essa limitação, Casper resolveu apostar tudo e construiu, em 1803, uma nova cervejaria, moderna, de última geração e movida a vapor. Assim ele pôde fazer cerveja nos mais altos padrões e de forma eficiente o suficiente para colocar uma Warsteiner na mão (ou no copo) de cada pessoa que solicitasse.

Casper teve um filho, Albert, e lhe ensinou tudo o que sabia. O que não sabia ele proporcionou. Albert foi enviado para a famosa academia de cerveja, a Brauerschule, em Worms. Lá ele refinou o seu gosto pela cerveja, pela arte, pela cultura e desenvolveu uma paixão pela natureza, o que edificou toda a filosofia da marca Warsteiner para os próximos anos (ou décadas, ou séculos).

Albert retornou a Warstein aos 22 anos com o prestigiado diploma de Braumeister (mestre em Ciência da Cerveja) embaixo do braço. E não pendurou na parede. Ele preferiu cair dentro do negócio e acabou contribuindo definitivamente para a história da cervejaria. Depois da primeira Guerra mundial, a Alemanha estava economicamente falida. Mas quis o destino que, em 1927, a paixão de Albert pela natureza o levou a descobrir, no coração da floresta de Arnsberg, a Kaiserquelle, uma fonte de água mineral excepcional, única, que jorra uma água límpida e leve. Resultado: a Warsteiner é produzida desde então com essa “água milagrosa” que contribui para a experiência do sabor único dessa cerveja.

A descoberta da fonte Kaiserquelle demandou uma mudança no processo de produção e comercialização. A Warsteiner vendeu que nem a água da fonte e Casper se tornou um líder profissional de sucesso da então indústria cervejeira alemã. Porém, veio a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi praticamente destruída e precisou renascer das cinzas. Mas, obviamente, com cerveja! A Warsteiner foi, então, naturalmente crescendo conforme a demanda aumentava.

O negócio ficou tamanho que a moderna fábrica não dava mais conta. Daí, em 1976, o grosso da produção mudou-se do centro da cidade para a Cervejaria Waldpark, na periferia de Warstein.

Nessa época, Albert Cramer assumiu os negócios e contradisse o ditado: “O avô funda, o filho expande e o neto afunda”.  Visionário e excelente homem de negócios, ele transformou a cervejaria em uma potência, a sétima da Alemanha e uma das maiores mundiais. Vem daí o começo da internacionalização da Warsteiner, com ênfase no fantástico mercado norte-americano.

UMA TAÇA, UMA OBRA DE ARTE!

Cramer e sua equipe conseguiram desenvolver uma nova tendência cervejeira em restaurantes mais finos, tornando a cerveja socialmente aceitável em ambientes mais sofisticados.

Para isso, junto ao renomado designer de vidros Hermann Hoffmann, Cramer criou a tulipa Warsteiner, um estiloso copo de cerveja que carrega a imagem da marca Warsteiner até os dias de hoje.

A penetração e exposição foi tamanha que Andy Warhol imortalizou as três tulipas da marca, em 1984, em um de seus famosos quadros com silkscreen de objetos elevados à pop art.

O artista não só desenvolveu uma imagem que conseguisse expressar o símbolo da tulipa Warsteiner, como o fez de forma marcante. A arte apresenta três de seus clássicos copos, em formato de flauta, espumando com a famosa cerveja. Hoje, isso pode não ser visto de forma tão revolucionária, mas, na época, a ideia foi considerada excêntrica dentro do que se entendia como consumo de cerveja.

imagens texto Warsteiner
Artista da pop art Andy Warhol e o icônico quadro das taças Warsteiner

E era exatamente essa a ideia de Warhol (e de Cramer): mostrar que a cerveja vai muito além de algo para ser bebido por trabalhadores sedentos, em canecas rústicas e de forma trivial. Trata-se de uma bebida elegante e requintada, a ser consumida com calma, harmonizando com pratos ou durante eventos sociais. A Warsteiner, certamente, foi uma das primeiras cervejarias a promover essa ideia.

DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

Albert poderia bem ter saído na capa da Time ou da Forbes… Bom, quando ele morreu, em 2002, sua filha Catharina demorou um pouco, mas assumiu os negócios oficialmente em 2006.

Catharina Cramer
Catharina Cramer

A entrada de Catharina, fiel representante da nona geração da família Cramer na equipe executiva, marcou outra virada na história da empresa, pois ela se tornou a primeira mulher a ocupar um cargo sênior na tradicional masculina indústria cervejeira alemã.

Catharina seguiu e superou os passos de seus antecessores, pois inovou em modelos de gestão, aumentou a exportação e transformou com sucesso uma cervejaria alemã em uma das marcas líderes do setor globalmente.

Para se ter uma ideia, se na administração de seu pai a Warsteiner produzia 300 mil hectolitros, atualmente já superou a marca de 5 milhões de hectolitros (desculpe, mas não tenho os números atuais). Ou seja, o Albert fez as bases do império e a Catarina o expandiu.

A WARSTEINER HOJE

A cervejaria Warsteiner é incrível em vários sentidos. Ela continua no meio da floresta de Arnsberg, em uma área incomensurável e belíssima! Lembram do apreço do Albert pela natureza? Pois bem. Só para se ter um parâmetro, a área construída da cervejaria ocupa apenas 6% da floresta e mesmo assim ela é gigante, equivalente a 80 campos de futebol. O resto é tudo floresta preservada.

imagens texto Warsteiner
Fábrica da Warsteiner nos dias atuais

A produção continua a crescer e hoje a fábrica se tornou uma das maiores cervejarias em propriedade privada. Também é considerada uma das mais modernas instalações do ramo. Pode produzir, por exemplo, mais de 100 mil garrafas por hora, tanto que é referência para toda a indústria cervejeira alemã e até mesmo europeia.

Outro diferencial é que ela continua sendo uma empresa familiar, algo pouco comum no atual mundo das grandes corporações. Graças ao trabalho dos seus descendentes ao longo dos anos, do empreendedorismo e de uma estratégia internacional bem focada nos últimos 20 anos, a Warsteiner é atualmente consumida em 60 países e apreciada por sua alta qualidade.

No atual portfólio constam oito variedades de cervejas: Premium, Fresh, Dunkel, Radler, Herb (Double Hopped), Winter, Konig Ludwig Weissbier e Konig Ludwig Dunkel.

A fábrica pode ser visitada, mas eu nunca fui (quem sabe um dia). Dizem que ela é tão grande que o beertour é feito em um ônibus… Outra curiosidade que eu não deixaria de visitar é a Warsteiner Domschänke, aquela primeira fábrica-bar em Warstein que o Johannes construiu e que deu início a tudo. O brewpub funciona até hoje. Imagina tomar uma em um bar com mais de 200 anos!

Faça um tour virtual pela fábrica da Warsteiner https://www.warsteiner.com/ww-tour/WW-Tour2.html

A WARSTEINER NO BRASIL

A Warsteiner chegou ao Brasil por meio da Bier & Wein, que desde 1986, participa diretamente do desenvolvimento do mercado cervejeiro nacional, viabilizando a chegada de marcas de cervejas de todo o mundo, consolidando-se assim, como pioneira deste segmento no País.

No começo da década de 1990, a Warsteiner foi a primeira marca de cerveja importada pela Bier & Wein. A importação consistiu em: 108 caixas da cerveja, 400 barris e três equipamentos de chope. Atualmente, é uma das principais marcas do portfólio da empresa, estando entre as 4 mais vendidas.

Puxei na memória quando experimentei a minha primeira Warsteiner. Faz tempo… anos 1990 ou 2000. Só lembro que gostei e virei fã. Sempre que encontro com ela na prateleira ficamos no maior flerte… Por isso, meus caros amigos, há uma alternativa para você “paquerar” ela e levá-la para casa! E está bem aqui no Confraria Paulistânia Store da Bierwien, a importadora oficial da Warsteiner para o Brasil. Você, eu e todos que se interessam pelas cervejas alemãs de raiz podem ter facilmente a sua Warsteiner na mão (grande Casper). São quatro opções para seu deleite. Vamos lá:

imagem cerveja Warsteiner

Warsteiner Premium Beer

A cerveja Pilsen “top of mind” da Alemanha. Referência mundial e carro-chefe da cervejaria. É a cerveja mais comum, porém uma das melhores do estilo. Sua cor clara, dourada brilhante, de espuma persistente e elegante e aquele sabor amarguinho leve e refrescante encantam! Tem apenas 4,8% de teor alcoólico e combina com tudo, então pode se esbaldar, com moderação, claro. Está disponível aqui em garrafas de 330 ml ou 660 ml (ou em caixa com 24 e 12 unidades respectivamente) e também em barril de 5 L.

Warsteiner Dunkel

imagem cerveja Warsteiner

Um dos estilos que mais gosto. A Warsteiner Dunkel é naturalmente escura, por conta do malte meio tostado, que dá a ela um aroma e um sabor de caramelo e castanhas com um final levemente lupulado. Muita gente gosta de harmonizar com chocolate. Eu prefiro com uma bela linguiça ou aquelas salsichas brancas alemãs. Tem apenas 4,8% de teor alcoólico e está disponível aqui apenas em garrafas de 330 ml (em caixa com 24 unidades).

Warsteiner Double Hopped

Gosta do amargor? Pois essa aqui é a sua opção. Ela traz para os amantes da Warsteiner Premium Verum um toque a mais de lúpulo em uma típica lager alemã. Foram escolhidas as clássicas variedades de lúpulos ‘Hallertauer Perle’ e ‘Hallertauer Tradicional’, que são conhecidos por suas qualidades aromáticas e caráter frutado. O resultado é uma cerveja dourada, cristalina, com um equilíbrio perfeito entre o malte e a intensidade do amargor e excelente drinkhability. Tem apenas 4,8% de teor alcoólico e está disponível aqui apenas em latas de 500 ml (ou em caixa com 24 unidades). Essa também é coringa e gosto dela para qualquer hora e refeição. Escolha a sua preferida!

Warsteiner Fresh

imagem cerveja Warsteiner

Esta é a versão sem álcool da tradicionalíssima cerveja Warsteiner Premium Verum. Ela passa por um processo de “desalcoolização” – para ficar com 0,0% de teor alcoólico – sem interromper a fase de fermentação. Uma cerveja que tem seu valor para quem não deseja consumir bebida alcoólica e não abre mão da maioria das características da cerveja original.

Uma cerveja refrescante, lupulada, que pode ser consumida sem restrições, sendo perfeita para qualquer ocasião. Está disponível aqui apenas em garrafas de 330 ml (ou em caixa com 24 unidades).

Confira a matéria sobre cervejas 0 álcool: CERVEJA SEM ÁLCOOL, MAS COM MUITO SABOR!

Minha dica final é aproveitar que você está no site da Confraria para dar uma navegada pela loja e escolher quais Warsteiner encomendar. Ou todas! Vale também incluir outros rótulos da Bier & Wein no seu pedido porque sempre tem promoções irresistíveis de cervejas importadas e do portfólio da Paulistânia.

Espero que tenha gostado e… boas cervejas!

ZODÍACO CERVEJEIRO – PARTE 2

ZODÍACO CERVEJEIRO – PARTE 2

Por André “Carioca” Souza, beersommelier, mestre em estilos e técnico cervejeiro, estatístico de profissão, atua no mercado cervejeiro desde 2008 tendo feito seu primeiro curso com Leonardo Botto. Especialista em harmonização de cervejas e responsável pela divulgação de conteúdo do @embxdrs.da.cerva. Fala pessoal, tudo bem??? 

CONFRARIA ONLINE

CONFRARIA ONLINE

UM GUIA PARA SUA CONFRARIA ONLINE Em tempos de pandemia uma boa fonte de diversão segura é reunir amigos cervejeiros em uma Confraria online. Saiba aqui como você pode fazer a sua de uma maneira muito simples. Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado 

PARIS 2 – BOLERO DE RAVEL NA CHAMPS ELYSEES

PARIS 2 – BOLERO DE RAVEL NA CHAMPS ELYSEES

Por Luiz Caropreso, professor, sommelier, escritor, consultor e colunista para a área de cervejas. Diretor da BeerBiz Cultura Cervejeira.

Olá meus amigos cervejeiros.

Conforme havia dito, neste mês darei continuidade às minhas aventuras zitogastronômicas em Paris. (leiam o texto PARIS 1 – “JE VEUX T’ACHETER UNE BIÈRE”  neste Blog).

Antes de mais nada, criei uma playlist no Spotify e, para que tenham uma experiência sensorial mais bacana, gostaria que colocassem-na para tocar enquanto lêem este texto.

Segue o link:

Talvez vocês possam estranhar algumas das músicas mas tenho certeza que todas se relacionam com alguma passagem do texto a seguir.

CONTINUER L’HISTOIRE…

Depois de uma boa noite de sono, acordamos bem cedo e, após um belo banho, nos preparamos para mais um dia de exploração da Cidade Luz. Só para corrigir uma falha, no texto anterior, me esqueci completamente de dizer que o amigo que viajava comigo se chamava Gustavo.

Pois bem, nos dirigimos à recepção e nosso host “Saddam” já se encontrava a postos atrás do balcão. Com um sorriso largo perguntou o que pretendíamos visitar naquele dia.

Respondi que iríamos caminhar pela Avenue Champs Elysees até o Arco do Triunfo e circular um pouco pela cidade. Saddam pegou um outro mapa da cidade onde se destacavam os monumentos principais e as estações do Metrô e assinalou à caneta os possíveis trajetos para nosso intento.

Caminhamos até a Boulangerie onde tomamos nosso café da manhã, pedimos um básico café com leite e croissants na manteiga e demos uma volta nas ruas próximas para conhecer o comércio local, antes de nos dirigirmos à estação Brochant do metrô.

Três coisas chamaram minha atenção.  Um supermercado muito bem abastecido com alimentos e bebidas, um tipo de empório que vendia queijos artesanais e geleias e uma loja que expunha na calçada várias malas, mochilas e bolsas.

Entramos rapidamente no supermercado e compramos duas cervejas geladas, para começar os trabalhos do dia. Novamente optei pela Hopfenkonig, tanto pela leveza e frescor quanto pela facilidade da tampa easy open. Para acompanhar, eles tinham charcutaria fatiada na hora. Compramos uma bela porção de jambon (presunto) cru e fomos à luta.

Eu já havia dito que a rede metroviária da cidade é fantástica e a gente pode comprar bilhetes válidos por vários dias? Pegamos o metrô e em alguns minutos estávamos em nosso primeiro destino.

PARA O NOSSO TRIUNFO: UMA TEMPELIER

A caminhada pela Champs Elysees era bem mais longa do que eu imaginava e, enquanto nos movíamos, parecia que eu ouvia o Boléro de Ravel dando ritmo aos meus passos. De repente, um aroma inebriante de perfume invade a avenida. Estávamos a uns 100 metros de uma loja da Sephora.

Aproveitei para procurar um rimel que minha filha havia pedido e vi um balcão com vários perfumes abertos que a gente podia experimentar.

Me servi de meu preferido, Acqua Di Gió e voltei para a caminhada feliz da vida.

Chegamos no Arco do Triunfo, depois de quase duas horas. Quero dizer que não achei nada de mais, mas a emoção de estar ali era muito intensa.

A essa altura, a fome e a sede já gritavam. Por sorte, a poucos metros havia um setor com vários restaurantes que serviam em áreas cobertas, na calçada.

Entramos num desses e no menu, um outro prato que eu queria experimentar: Boeuf Bourguignone. Não pensei 2 vezes, pedi 2 pratos e duas cervejas Corsendonk Tempelier pra acompanhar. Que delícia. De repente o Gustavo solta essa frase: “parece o cozidão que minha avó faz!”

paris 2 bolero de ravel e o Arco do Triunfo

Vocês tem que experimentar essa harmonização. É algo que tange à perfeição.

Nossa sobremesa foi Crêpe Suzette, a famosa panqueca banhada com calda de laranja e flambada com um licor dessa fruta, que veio acompanhada de uma bola de sorvete de creme. E não é que a Tempelier ornou, mas tão bem, que fomos “obrigados” a pedir mais uma!

OS BELOS DA TARDE

Após o almoço, decidimos andar mais um pouco pelas margens do Sena. E eis que vemos uma placa indicativa com os dizeres:

Chapelle Notre-Dame de la Médaille Miraculeuse (Capela Notre-Dame da Medalha Milagrosa)

Meu coração pulou de emoção e gritei ” Gustavo vamos conhecer a Notre-Dame”. Na caminhada para a nossa próxima atração,  comecei a vislumbrar as Torres da Capela.

paris 2 bolero de ravel e a nave da Catedral de Notre Dame
30 metros da porta à nave?!?

Confesso que achei que seriam mais imponentes. 

Ao chegar, outra coisa que estranhei. A tal Notre-Dame ficava nas dependências de um prédio que já havia sediado um antigo presídio ou convento, não entendi bem.

Aliás, não estava entendendo nada. Nunca havia lido sobre isso no meu curso de arquitetura. Pois bem, adentramos os portões da edificação e nos deparamos com uma “igrejinha”, linda, mas muito modesta, digamos assim, para minhas expectativas sobre Notre-Dame.

Minha impressão era de que a Capela não devia ter 30 metros da porta à nave.

Muito frustrados, compramos umas medalhas de Nossa Senhora para presentear a família e nelas a inscrição confirmava serem de Notre-Dame. Saímos meio cabisbaixos e nos dirigimos a uma estação de metrô rumo à Brochant.

Ao sair da estação, vi um cartazete anunciando um show do Gotan Project, uma banda parisiense que tem como proposta revisitar o tango (Gotan é tango com as sílabas invertidas).

Já tínhamos programa para a noite.

UM TANGO EM PARIS

Paramos no boteco onde o clochard me pagara uma cerveja (leia em Paris-1 neste Blog) para mais dois copos de Praga, passamos pelo hotel para outro banho, roupas limpas e fomos para o Casino de Paris, no n° 16 da Rue de Clichy.

Muito próximo ao Casino, havia uns bares, tipo Pub, que vendiam cerveja pra tomar ali e em copos descartáveis para poder levar no show.

Escolhi uma Nora da Baladin , que bebemos antes do show e abastecemos dois copo descartáveis com a fantástica 1795.

O aroma do lúpulo Saaz perfumou o ambiente do Pub. O show foi fantástico. Tango pop, cantado em espanhol por músicos parisienses (alguns são argentinos).

O espetáculo acabou cedo e às 21h já estávamos na rua do hotel Viator.

TRAINDO A CAUSA

Decidimos ver o que mais havia de interessante nas cercanias e a uns 100m pra frente havia um Bar des Vins muito atrativo chamado Le Refuge des Moines.

Não pensei duas vezes, entramos e fomos encaminhados por um jovem, que era o próprio dono do local, a uma mesa tipo bistrô, com bancos altos.

Nos ofereceu 2 vinhos de produção exclusiva para a casa. Para acompanhar, uma porção de patês e frios  guarnecida por delicadas torradinhas de baguete.

Foi nosso jantar.

paris 2 bolero de ravel e a Boulangerie La Princesse

No dia seguinte já havíamos programado visitar tudo o que conseguíssemos do Louvre.

Como sempre, tomamos nosso café na Boulangerie La Princesse, que fica na Avenue de Clichy, 87 (pra quem reclamou, tá aí a dica) e “partiu Louvre”.

Ao descer na estação, comecei a ouvir uma melodia que me lembrou a Rússia.

Conforme andávamos pelos corredores em direção ao Louvre, o volume do som ia aumentando.

E eis que nos deparamos com um grupo em trajes típicos, entoando canções do folclore russo e afins (me lembro de ouvir Katiusha por exemplo). Emocionante. De arrepiar.

Passamos o dia no museu.

Outro banho de cultura.

Saímos por volta das 17h e nos dirigimos para nosso ponto de referência: Brochant.

TENTAÇÃO A FRANCESA

Como era cedo, decidi passar no supermercado e na loja de queijos artesanais que havia visto no primeiro dia.

Fiquei alucinado na sessão de queijos e embutidos. Tudo muito barato, em comparação ao Brasil.

Acredito que comprei uns 5 kg entre queijos e charcutaria.

Atravessei a rua e fui à loja dos queijos artesanais. Todos feitos com leite cru, sem pasteurização!

Comprei mais 1 ou 2 kg sortidos entre queijos de leite de vaca, cabra e ovelha. Voltamos ao hotel e eu me pus a acondicionar tudo que havia comprado no frigobar do quarto.

Nosso jantar foram frios – salames, copa, presunto cru, queijos – roquefort, camembert, brie, reblochon e cervejas adquiridos no mercado.

As cervejas?

Todas Urthel: duas Samaranth e duas Hop-it!

C’EST FINI

Nosso último dia em Paris e eu queria dar um último “rolê”.

Fomos de metrô até a Champs Elysées e pegamos um ônibus de 2 andares que fazia um “City tour” pelos principais pontos turísticos.

Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Museu do Louvre e de repente, a Igreja de Notre-Dame – a verdadeira.

Gritei para que o motorista parasse e pudemos enfim conhecer uma das igrejas mais lindas e famosas do mundo!

paris 2 bolero de ravel e a Catedral de Notre Dame
A verdadeira!!!

De lá para a estação Brochant, seguimos comemorando com a queridinha 1795 que tomamos, durante o trajeto, no gargalo.

Antes de me dirigir ao hotel, passei pela loja de malas que havia comentado no início deste texto e comprei uma dessas malas compactas que a gente pode levar dentro do avião.

Chegando no quarto, coloquei todos os queijos, chocolates e charcutaria que havia comprado numa das malas que eu levara e transferi roupas e objetos pessoais para a mala nova.

Desci para a lavanderia onde havia deixado a “malona” e aparentemente, nenhum sinal de arrombamento.

AU REVOIR, SADDAM!

Acertamos nossa conta na recepção, com um abraço bem brasileiro no gentil Saddam, chamamos um taxi e partimos para o aeroporto Charles De Gaulle.

Na fila do check in eu não consegui disfarçar a tensão, até despachar minha bagagem.

Tudo certo. Ninguém falou nada e minhas malas se foram pela esteira.

Mais tranquilos, já na área do embarque internacional, passamos num bar e pedimos 2 sanduíches – presunto com queijo brie e duas cervejas Oude Geuze Boon – Vat 91, envelhecidas em barril onde fora maturada sidra.

Uma delícia simples e sofisticada.

Sentamos na sala de espera de embarque e ficamos de olho no painel.

Dali uns 20 minutos, percebo que nosso vôo estava atrasado. Nesse momento, aparece um alerta vermelho dizendo que nosso vôo estava cancelado.

Um funcionário da companhia aérea comunicou que acontecera um problema em um dos banheiros da aeronave e o voo seria adiado por 10 horas.

Na minha cabeça, uma única frase: meus queijos!😲

A Air France adaptou as dependências de um dos saguões do aeroporto, onde só haviam cadeiras de plástico, mas pelo menos tinha sanduíches e água mineral à vontade.

Passamos a noite tentando relaxar naquelas acomodações improvisadas e eu continuava pensando na mala com os queijos no compartimento de bagagem do avião, sem refrigeração.

Pela manhã, enfim, fomos encaminhados ao nosso voo rumo ao Brasil.

A viagem foi tranquila e 11 horas depois desembarcamos em São Paulo.

TUDO PELOS MEUS QUEIJOS!!!

Assim que saí da aeronave, segui em desabalada carreira para as esteiras de bagagem e me posicionei o mais próximo possível da boca de saída das malas.

Após uns 10 minutos, que pareceram 2 horas, percebo um cheiro muito estranho. Pra quem conhece off flavours, era um isovalérico muito forte. Pra quem não sabe o que é isso, parecia o chulé de 100 atletas após 90 minutos de futebol. Era minha mala, obviamente.

Imaginem minha cara me dirigindo à alfândega e todos me olhando e fazendo cara de nojo!

Meu coração estava quase saltando pela boca quando cheguei na aduana. Fechei os olhos e acertei o botão. A campainha não tocou. Abri os olhos e a luz estava verde, ou seja, minha bagagem não seria inspecionada.

Enfim uma notícia boa.

Me dirigi “impávido e colosso” à fila dos táxis. Dei um abraço no Gustavo e falei para o taxista. Vamos para a Mooca.

O cheiro dos queijos nos acompanhou a viagem toda.

Chegando em casa, dei uma bela gorjeta ao taxista e disse: higieniza seu porta-malas.

Era um sábado e minha família estava toda em casa.

Quando minha filha abriu a porta, não conseguiu disfarçar. Fez uma careta antes de me abraçar e beijar.

Para não alongar mais, quero dizer que tudo estava em perfeitas condições de consumo.

Minha mala foi higienizada e ficou ao sol por uma semana.

Os queijos, frios e chocolates que eu trouxe foram consumidos em diferentes encontros com família e amigos, acompanhados de várias cervejas que comprei na Confraria Paulistânia.

Todas as cervejas que citei e mais um portfólio delicioso você encontra em bares e restaurantes no Brasil e na Loja Online da Confraria Paulistânia Store.

Até a próxima!