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Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas.
Uma cervejaria que remonta a própria história da Lambic contemporânea na Bélgica, essa é a Boon, fábrica que é magistralmente tocada por um profundo apaixonado por Geuze Lambics, o icônico Frank Boon.
Desde 1975, Frank está envolvido no universo das cervejas, uma vez que desde essa época, sua pequena adega comercializava blends de Lambics de fábricas que faziam a popularidade da região.
Sua paixão pelo tema o levou a assumir uma cervejaria, café e geuzeria chamada “Geuzestekerij De Vits”, datada de 1680, que já produzia sua própria Lambic e Geuze, a partir do blend de pequenas e grandes fábricas (algumas obsoletas) da região.
Os anos seguintes foram determinantes para a história da Boon, pois rapidamente o espaço se tornou pequeno e a busca por um lugar maior se fez necessária e isso impulsionou a trajetória dessa grande cervejaria que é referência mundial na produção de Lambics.
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Em 1986, Frank migrou sua operação para um novo local, ao centro de Lembeek, onde investiu em uma nova cervejaria e adega. No ano 1990, mais especificamente em setembro, Frank começou os testes para produção de sua própria cerveja e em outubro do mesmo ano, a primeira Lambic própria nascia.
Os anos seguintes consolidaram a autossuficiência da fábrica, que já contava com produção 100% própria. E devido à qualidade do produto final, suas Lambics puras já tinham destino: os produtores de Geuze regionais comprariam, já naquele primeiro lote, mais da metade de sua produção.
Nas duas décadas subsequentes, a produção anual em Boon aumentou de meros 450 hectolitros no primeiro ano para bem mais de 11mil hectolitros/ano, chegando a atingir o impressionante número de 25mil hectolitros no ano de 2017.
Como vocês leram em LAMBIC, AME-A OU DEIXE-A!, no artigo que explica um pouco mais sobre a produção das Lambics, o estilo necessita de um longo período de armazenagem em barris de madeira para fermentação e maturação.
O estoque desses barris, que gentilmente abrigam o líquido complexo e sofisticado que dará luz aos notáveis rótulos do portfólio da Boon são, obviamente, um dos grandes tesouros da fábrica e atualmente, a Boon conta com o maior estoque de Lambics do mundo, com cerca de 25mil hectolitros armazenados.
Uma curiosidade é que em 2011, foi necessário o desenvolvimento de um armazém extra para conservar o estoque de barris da fábrica, que chegou ao admirável número de 130 barris, um deles com a impressionante capacidade de 12,5 mil litros!
Nos dias de hoje, a Boon caminha para a construção de seu 4º depósito de barris, à margem direita do rio Senne.
Frank se tornou uma figura influente na cena cervejeira local e mundial e deixa como legado, entre outras coisas, uma importante regra protecionista para o uso dos termos relacionados à Geuze belga.
Após 10 anos de luta com alguns outros cervejeiros em Brouwershuis/Bruxelas, foi obtida proteção para os termos “Oude Geuze”, que segundo Frank significaria uma Geuze superior e mais tradicional e “Geuze” para as versões filtradas.
A sugestão foi acatada e a proteção europeia foi estabelecida em 21 de janeiro de 1997.
Nesse mesmo ano, Frank Boon emplacaria outra conquista: ao lado de Armand Debelder, da cervejaria 3 Fonteinen e Dirk Lindemans da cervejaria homônima, fundou a HORAL (sigla para Hoge Raad voor Ambachtelijke Lambikbieren, em português Alto Conselho para Cervejas Lambic Tradicionais).
Em outubro daquele ano, foi organizada a primeira Toer de Geuze. Atualmente, o evento que dura dois dias, ainda conta com sua organização sem fins lucrativos, é bianual e reúne as principais cervejarias produtoras de Lambic da região de Pajottenland, que por sua vez, abrem suas portas para degustações e visitas.
Nos anos seguintes, a Toer de Geuze se consagrou como um dos eventos cervejeiros mais esperados, significativos e respeitados de todo o país.
Os feitos de Frank Boon e de sua cervejaria para a comunidade Lambic na Bélgica não pode ser subestimada: sua colossal capacidade produtiva e infraestrutura exemplar ajudou fabricantes e geuzerias menores em diversas ocasiões.
Um exemplo disso é que, apesar da fábrica da Boon contar com um pomar de cerejas próprio, cerca de 200mil kg de cerejas e 28mil kg de framboesas frescas colhidas manualmente são adquiridas da região da Galícia anualmente pela Boon.
Boa parte desse volume é fornecido para fabricantes menores, auxiliando na operação logística e custo final desses pequenos produtores.
Diversas marcas, grandes e pequenas, já usufruíram da estrutura da Boon para engarrafar suas criações e é sabido que a Lambic fabricada na Boon é usada para blendar diversos exemplares de Geuze disponíveis no mercado.
Em 2011, a Boon inovou mais uma vez e revitalizou toda a sua fábrica para o universo das Lambics, com tanques projetados especificamente para produzir o estilo.
Entretanto, o alto volume de produção forçou a construção de mais uma nova cervejaria, que pudesse triplicar a capacidade produtiva.
Essa nova e moderna fábrica, totalmente automatizada, eco sustentável e econômica, seria inaugurada em 2013, mantendo os métodos tradicionais de fabricação de Lambic.
Nos dias de hoje, a cervejaria Boon mantem a tradição de uma gestão familiar e Frank Boon já conta com seus filhos Jos e Karel na administração da fábrica, que desde o início de 2021 é 100% dirigida por seus sucessores. O anúncio oficial deve ocorrer no início do verão europeu.
Além disso, segundo um e-mail extraoficial enviado por Karel Boon para o marketing da Bier&Wein, ainda este ano eles pretendem inaugurar um novo bar na fábrica e uma garrafa especial de Oude Geuze será lançada para celebrar o legado inestimável realizado por seu pai. Um brinde a essa nova geração que está pronta para escrever um novo capítulo na brilhante trajetória da premiada cervejaria Boon.
Quer um conselho de mestre? Acesse agora mesmo o site da Confraria Paulistânia Store e abasteça sua adega com garrafas de Geuze das edições anteriores.
Desse modo, tão logo essa versão ultra especial chegue ao Brasil pela cuidadosa importação da Bier & Wein, você terá a oportunidade de fazer uma avaliação sensorial enriquecedora através de uma degustação vertical (onde há comparações de uma mesma cerveja, de um mesmo produtor, mas de safras diferentes).
Uma experiência realmente inesquecível para fazer você se tornar tão aficionada por essa histórica, grandiosa e fartamente “medalhada” cervejaria belga que é a Boon.
Para estudar mais sobre Lambics, acesse:
https://www.lambic.info/The_Lambic_Summit_2010#Part_12
https://www.lambic.info/Books#Geuze_.26_Kriek:_The_Secret_of_Lambic_Beer
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Por Henrique Carnevalli, t.izêro, Sommelier de Cervejas, amo música desde pirralho, noveleiro, corinthiano sofredor e cofundador do site RockBreja.
Uma das coisas que a internet nos ajudou é ter informação. Mas, por ‘quase’ ser uma terra sem lei, acaba nos deixando confusos sobre muitos assuntos, sendo eles verdade ou não, principalmente, quando se trata de Cerveja.
Vá dizer que você não recebeu do grupo da família no ‘zap’ aquela ‘fake news’ falando que a cerveja faz mal à saúde, que engorda, pipipi popopó….
Pois bem, vou te ajudar com alguns fatos que podem ter circulado por aí. Colocaremos os pratos à mesa, ou melhor, as canecas à mesa.
Deitada, de pé, de lado, a sua geladeira irá gelar sua cerveja do mesmo jeito. Para as garrafas o recomendado é sempre de pé, assim o contato do líquido com o ar será menor.
Claro que naqueeeeela churrascada no fim de semana, você quer deixar a cerveja estupidamente GELADA, mas nem todas poderão ser assim. Para sentir os sensoriais, cada tipo de cerveja tem sua temperatura ideal.
Aquelas de churrasco (populares): de 0 a 4°C
Trigos, Geuze, Lambic: de 5 a 7°C
Amber Ale, Trigos escuras, Helles, Porter, Tripel, Bock e Vienna: de 8 a 12°C
Quadrupel, Strong Ale, Stout, Cervejas Belgas, Cervejas Trappista, Doppelbock, Eisbock: de 13 a 15°C
Quando participo de eventos, muita gente me pede para servir cerveja sem o colarinho, mas sempre falo: “vou colocar o colarinho para proteger a cerveja!”. Isso é a mais pura verdade! Além de manter a temperatura da cerveja, ela mantém o sabor e amargor.
Claro que você pode beber no copo que achar melhor, mas cada estilo de cerveja tem o seu copo específico.
Ex: Lager (Caldereta), Trigo (Copo Weizen) IPA (English Pint), Russian Imperial Stout (Snifter) e por aí vai…
Saiba mais: COM QUE COPO EU VOU?
O que dá caloria e engorda é o acompanhamento da cerveja, mas 1 lata de cerveja de 350 ml, tem cerca de 140 kcal. Se você consumir em excesso, o resultado será mais calorias consumidas. Moderação é sempre a chave do negócio!
O sabor da cerveja em garrafa e em lata são iguais, porém a cerveja em lata tem mais frescor que as de garrafa.
A transparência do vidro possibilita a passagem da claridade, expondo a cerveja ao famoso “lightstruck” que pode alterar suas propriedades. É verdade, que um impacto físico pode danificar a lata, ocasionando microfuros, mas isso é um acidente, né?
De qualquer forma a lata possui uma carbonatação mais intensa dando uma maior sensação de refrescância em comparação com a garrafa.
Entenda melhor: GARRAFA DE CERVEJA: ENTENDA POR QUE A MAIORIA É MARROM
Essa mistura faz com que a água aumente a superfície de contato, o sal reduz a temperatura de fusão do gelo, demorando para derreter. Assim a química entra em ação e faz com que o álcool roube o calor, então cerveja gelada rapidin’!
Se quiser fazer anote aí: Coloque o gelo em um isopor, 2 litros de água, meio kg de sal e meia garrafa de álcool.
Tudo que se consome em excesso faz mal, a cerveja é uma delas. Se você é diabético, fique de olho, já que na cerveja, o amido do malte quando é submetido a ação das enzimas amilolíticas, resulta numa mistura de açúcares e flavor característicos, em resumo é o açúcar do cereal. Bebendo com moderação está tudo certo!
Cerveja perto de outras bebidas alcoólicas é fichinha no quesito ressaca. Porém se bateu a ‘deprê’ do dia seguinte, deixe separado o remédio pro fígado, dor de cabeça e estomago.
Ela ajuda a prevenir problemas cardiovasculares, desacelera o envelhecimento, favorece o sistema imunitário e a saúde dos ossos, claro se você estiver fazendo uma dieta e exercícios físicos, ajuda e muito.
Quem já não viu em alguns posts dos ‘migos’ cervejeiros dizendo que está tomando a cerveja “xis” guardada há anos e achou bem curioso? Alguns estilos de cervejas são até interessantes para fazer este processo que chamamos de ‘Cerveja de Guarda’.
Russian Imperial Stout ou cervejas envelhecidas em barris, são ideais para deixar de repouso por uns anos, o sensorial muda com o tempo, pode ficar bom, como pode ficar bem complexo.
Dica: Guarde ela enrolada num jornal, dentro de uma caixa de madeira e na posição em ‘pé’ para as garrafas de tampinha tradicional e deitada para as rolhadas (já que ela pode secar com o tempo, assim como acontece com os vinhos). Tudo isso sem nenhum tipo de iluminação. No meu caso, tá no guarda roupa :D!
Para mais dicas leia: VOCÊ CONHECE CERVEJAS DE GUARDA?
Quando você está consumindo petiscos junto a cerveja, dá essa sensação de inchaço na barriga, isso acontece por que ambos são ricos em sódio e açúcares.
Quando está aquele calorzão do Hell, a primeira coisa que vem na mente é uma cerveja com alto drinkability. Lager, IPA, Witbier são algumas delicinhas pra estação. Quando bate aquele Frio, uma cerveja tipo Stout, Bock são ideais por ter um teor alcoólico alto e tem a sensação de aquecimento. Porém, é ideal mas não obrigatório não é?
Como diz a música do Ronnie Von: ♪Viva o chopp escuro no calor!♪
Se você deixou guardado como dissemos acima, não tem problema algum. Se for de outros estilos e mesmo assim esqueceu de tomar, também não. O que acontece com as que não são recomendadas guardar, o sensorial delas e o gosto podem ter variações ‘gritantes’ ao beber, mas não faz mal se consumir.
Claro que existem diversos tipos de cerveja extremamente caras que são ótimas em provar, principalmente aquelas envelhecidas em barris, como você pode encontrar cervejas com um custo barato e de ótima qualidade.
A maioria das cervejas consumidas são do estilo ‘American Lager’ ou ‘Light Lager’, mas são sempre confundidas como Pilsen. Com o ‘boom’ das artesanais na década de 2010, esta história aos poucos vem mudando no Brasil.
Conheça mais sobre as lagers: O FABULOSO MUNDO DAS LAGERS
No chope você sente todo o frescor da cerveja, já que ela saiu dos tanques direto para os barris que vão para as torneiras dos bares. Pela garrafa, ela passa pelo processo de pasteurização. Pode acontecer de mudar um pouco o sensorial da cerveja, mas ambas continuam sendo ‘delicinhas’ em provar.
O milho ainda continua sendo considerado o vilão por muitas pessoas, por não ser uma autêntica cerveja ‘Puro Malte’. Porém, a produção da cerveja, pode conter até 45% de cereais ‘não maltados’ dentro da receita. O milho é para dar a sensação de cerveja levíssima e com um custo mais barato.
Com o crescimento das artesanais, surgiu a ala dos ‘beer snob’, ou seja, aquela pessoa que adora criticar você por estar consumindo uma cerveja que não é a melhor na ‘visão dele’. Se você comprou uma cerveja e adorou ela, Parabéns! Isto que importa.
Tem toda a linha da Paulistânia, Trooper IPA recém chegada por aqui pela Bier Vein, Erdinger, Warsteiner, La Trappe, kits, taças e muito mais. Corre para abastecer sua geladeira porque o verão promete!
O QUE SÃO? Por André “Carioca” Souza, beersommelier, mestre em estilos e técnico cervejeiro, estatístico de profissão. Especialista em harmonização de cervejas e responsável pela divulgação de conteúdo do @embaixadores.da.cerveja. Olá cervejeiros e cervejeiras, tudo bem com vocês? Hoje vamos falar sobre um tema que …
UMA CERVEJA DE PERSONALIDADE! Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas. Leia também: A COMPLEXA E INEBRIANTE CERVEJA ALE e O FABULOSO MUNDO …