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ENTENDA OS CONCURSOS DE CERVEJA

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ME APAIXONEI PELA LARALIMA

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NOSSOS AMIGOS – OS GARÇONS

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Confira: DIA MUNDIAL DO ROCK

Garçom, substantivo masculino; Garçonete, substantivo feminino

Definição: Empregado de mesa; aquele que trabalha servindo pessoas em restaurantes, cafés, festas residenciais etc. (Dicionário Michaellis)

GARÇOM

A palavra garçom vem originalmente da palavra francesa garçon/garçonne (que significa rapaz/moça) e remete àquela pessoa caridosa, confiante e que nos faz feliz todas as vezes que adentramos em um bar, restaurante, boteco ou cantina.

Certamente você já chamou essa pessoa especial com outros nomes. Eu costumo chamá-los de patroa ou patrão, amigo (a), gente fina. Mas tem gente que preferem os clássicos: ô do bigode, ô moça linda, ô mestre, ô amizade. Independente de como for a forma como você se direciona ao profissional, uma coisa é certa: ele está ali para fazer você se sentir em casa!

MAIS QUE PARCEIROS, AMIGOS!

Muitas das vezes o garçom é mais do que um amigo, nós nos relacionamos com eles ou elas de uma forma que passam a pertencer à nossa própria família! Podemos tratá-los como um parente próximo, um irmão ou irmã, pais, sogros, mas nunca os consideramos como uma pessoa sem valor, muito pelo contrário, trocamos confidências, torcemos juntos para o nosso time do coração, choramos juntos a perda de um amor, e ainda os convidamos para tomarmos a última saideira (que nunca é a última).

Eu tenho vários amigos que trabalham no ramo e, por ser beersommelier, já realizei muitos treinamentos em serviço de cervejas especiais para vários deles (mais do que mil pessoas pra ser mais exato) e muitos ficaram marcados na minha vida não como garçons, mas sim como amigos!

Não é só treinamento, é compartilhar experiências com amigos
Não é só treinamento, é compartilhar experiências com amigos

Um deles eu posso comentar que é o Adalberto do bar Original, local que frequento há mais de 7 anos. Dadá para os mais íntimos. Perdi a conta de quantos chopes ele já me serviu, sempre com sua graça e destreza nos seus mais que 40 anos no serviço, uma verdadeira vocação.

O DIA É TODO DELES

E é no dia 11 de agosto que é comemorado o dia mais especial de todos: O dia do garçom!

Ninguém sabe ao certo porque esse dia ficou marcado como o dia do garçom, mas conta a lenda que no mesmo dia é comemorado o dia do advogado e, por tradição entre os profissionais de direito, estes celebravam em um bar e não pagavam a conta (mas deixavam a gorjeta como sinal de admiração a este profissional), o chamado dia do pendura!

Além disso, atribuem a criação da data em homenagem ao presidente do sindicato dos profissionais de hotéis, bares e restaurantes, Francisco Calasans Lacerda, que já foi garçom e é advogado formado na Velha Academia de São Paulo, localizada no largo de São Francisco, que foi fundada em 11 de agosto de 1827.

Coincidências à parte, eis que tradicionalmente celebramos neste dia o esforço destes profissionais, sejam homens ou mulheres, que tanto dedicam suas horas ao prazer de nos servir.

TREINAMENTO E DEDICAÇÃO

Servir uma cerveja especial é questão de treinamento árduo.

A cerveja Erdinger por exemplo possui uma particularidade que vocês podem conferir abaixo:

Clique na imagem e confira o vídeo de um serviço perfeito de Erdinger
Clique na imagem e confira o vídeo de um serviço perfeito de Erdinger

Aliás, vocês sabiam que existe um fanclub Erdinger? Fica a dica nesse site: https://us.erdinger.de/brewery/fanclub.html

Leia também: ICH WILL EINEN ERDINGER!

Outra coisa importante está no serviço do chope tradicional, por exemplo o chope Paulistânia que você encontra nas melhores casas do Brasil.

O serviço de chope é uma verdadeira arte
O serviço de chope é uma verdadeira arte

O chope para ser bem servido tem que ter pelo menos 2 dedos de colarinho, sabe porquê? Pois o colarinho mantém a temperatura e os aromas presentes na cerveja e assim você pode aproveitá-la por mais tempo.

E somente uma pessoa capacitada para isso, o garçom tirador de chope, pode fazê-lo.

Um bom garçom experiente é difícil de se encontrar. Portanto, trate bem estes profissionais, mulheres ou homens, pois eles também possuem família e estão sempre dispostos e atentos a servi-los. Deem gorjeta pois eles necessitam para contrabalançar o orçamento.

Sejam educados com eles, um dia você pode precisar dos seus auxílios e conselhos e, por fim, respeite a profissão. Saibam que um bar ou restaurante não existe sem um garçom/garçonete, senão você teria que tirar o seu próprio chope, servir a sua própria refeição e ainda ter que limpar sua própria mesa sozinho!

Parabéns a estes profissionais fantásticos e vamos comemorar com muito Chope Paulistânia! Saúde!

Você encontra todas essas cervejas citadas aqui e muitas outras no site da Confraria Paulistânia Store.

Quer nos dar uma dica? Então escreva aqui nos comentários e deixe a sua imaginação fluir. Certeza que o importante é vocês curtirem uma boa cerveja em boa companhia e de preferência em um bar com cerveja Paulistânia e Erdinger! Saúde!

Sobre Pizzas, Paulistanos e Paulistânia

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CERVEJA EM TERRAS BRASILEIRAS

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FESTA JUNINA E CERVEJA

FESTA JUNINA E CERVEJA

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Considerada pelos historiadores como a segunda maior manifestação de festividades populares, os festejos juninos ficam atrás apenas do badalado carnaval, aqui no nosso brasilzão de meu Deus.

Embora seja parte do calendário litúrgico da igreja católica, homenageando principalmente São João, mas também Santo Antônio e São Pedro, na verdade, tais festejos remontam um tempo em que o politeísmo imperava e, em terras bem distantes do Brasil.

Santo Antônio, São João e São Pedro

ORIGEM MITOLÓGICA

O solstício de verão, que se dá na segunda semana de junho na Europa, era comemorado de maneira a enaltecer os Deuses da natureza, das plantações e das colheitas. Um desses deuses era Adônis, que, segundo o mito grego, foi disputado por Afrodite e Perséfone.

Adônis e Afrodite

Zeus, então, determinou que Adônis passaria metade do ano com Afrodite, no mundo superior, à luz do Sol, e a outra metade com Perséfone, no mundo inferior, nas trevas. 

Essa disputa entre deusas acabou sendo associada aos ciclos naturais da vegetação, que morre no inverno e renasce e vigora na primavera e no verão.

O culto a Adônis, cujo dia específico era 24 de junho, tinha por objetivo a celebração dessa renovação da natureza. 

VERSÃO CATÓLICA

Como em outros rituais festivos, com a chegada do cristianismo, a igreja substituiu Adônis por São João Batista que, na tradição cristã, anunciou a vinda do Cristo, filho de Deus, salvador da humanidade, que “renovaria todas as coisas”.

Foi ele também que batizou Cristo no rio Jordão. Da história de São João, a cultura popular europeia retirou vários símbolos, que passaram a se mesclar com os tradicionais ritos de colheita remanescentes do culto a Adônis.

Um dos símbolos mais importantes é a fogueira.

Fogueira de festa Junina Cervejeira
Foto: Candy Nunes (fogueira feita no quintal da casa da autora)

Na versão católica a história é a seguinte: Maria, mãe de Jesus e Isabel, mãe de São João, eram amigas próximas e regularmente visitavam-se. Foi então que Isabel em visita a Maria, conta que em breve teria seu filho e que se chamaria João Batista.

Maria então fica preocupada em dar apoio a amiga e pergunta como saberia o momento certo do nascimento. Isabel, diz que acenderá uma enorme fogueira para sinalizar a chegada do seu filho e assim o faz.

CHEGADA AO BRASIL

Voltando a falar das festividades, essas chegam no Brasil no século XVII. Como tudo por aqui, sofrem uma grande miscigenação a outras tradições populares, como o forrobodó africano (espécie de dança de arrasta-pé), que daria no forró nordestino, e a quadrilha caipira, que herdou elementos de bailes populares da Europa – palavras como “anarriê”, “alavantú” e “balancê”, por exemplo, são adaptações de termos de bailes populares da França.

Festa Junina Cervejeira com quadrilha em São Luiz do Maranhão

Se tem uma coisa que eu amo nos festejos de São João são as comidinhas e as bebidinhas. Neste caso, como aqui falamos e curtimos mesmo é cerveja, fiz com muito carinho algumas harmonizações incríveis, com comidinhas tradicionais e muito fáceis de reproduzir.

Como boa nordestina, trouxe aqui itens que não podem faltar em nossos festejos.

No nordeste é muito comum o consumo de amendoim cozido. Já no Sul e Sudeste essa iguaria é representada pelo pinhão, semente da belíssima arvore Araucária.

Então, resolvi cozinhar ambos para sentir suas nuances.

Já a nossa canjica de milho nordestina, é conhecida por aqui em São Paulo como curau.

Seja lá qual for o nome, vale mesmo é o sabor delicioso de uma sobremesa tradicional do Brasil.

Amendoim Cozido x Pinhão

CAPRICÓRNIO BOCK

Uma cerveja, duas homenagens.

Festa Junina Cervejeira com Paulistânia Bock

A Paulistânia Capricórnio reverencia, ao mesmo tempo, o estilo Bock e o Pico do Jaraguá, por onde passa o Trópico de Capricórnio. Ambos têm em comum o animal caprino.

O estilo da Cerveja Paulistânia Capricórnio Bock nasceu no inverno, na cidade alemã de Einbeck. Mais ao sul, os cidadãos de Munique a pronunciavam “ein Bock” ou “um bode”. O nome pegou e hoje o estilo tem como símbolo o bode.

Mas há uma coincidência com outra história: a Bock é associada ao inverno e justamente na região mais fria de São Paulo, o Pico do Jaraguá, passa o Trópico de Capricórnio, que também remete ao caprino.

A Paulistânia Capricórnio é uma cerveja Bock forte e escura, pouco amarga e de sabor intenso, proveniente dos maltes e da adição do cacau.

Indicação de leitura: UMA MARCA COM DNA PAULISTANO – PARTE 1 CAPRICÓRNIO

Não preciso nem dizer como o bode é uma figura muito presente na vida do nordestino, sendo figura cativa dos festejos de São João.

Essa cerveja com 6,4% de ABV e 22 IBU, ainda adicionou um outro elemento símbolo do nosso nordeste, o cacau. Eu que sempre procurava o licorzinho de cacau nas festas, encontrei na Capricórnio Bock uma opção fantástica que ativou minha memória afetiva e aqueceu meu coração.

Festa Junina Cervejeira com Paulistânia Bock, amendoim e pinhão

Receita do Amendoim Cozido

Ingredientes:

500g de amendoim fresco com casca

03 colheres de sopa de sal

01 limão

Água

Lave bem o amendoim em água corrente, depois coloque numa panela e cubra com água. É importante que a água, na panela, passe da porção de amendoins para que todos sejam cozidos por igual.

Esprema o suco de um limão mexa. Adicione o sal mexa novamente.

Coloque para cozinhar em fogo brando por 45 minutos.

Não utilizar a panela de pressão pois a mesma pode sofrer com o espumamento excessivo do amendoim e vir a entupir a válvula de escape. Use uma panela comum com tampa.

Após 45 minutos de cozimento, verifique se o amendoim está devidamente macio, apresentando a pele de cor roxa. Caso não esteja, deixe por mais 15 minutos isso varia com relação a temperatura da panela e a potência do fogo. Panelas de ferro tendem a ser mais eficazes, pois aquecem mais que as de alumínio, por exemplo. Assim, também a potência da boca de cada fogão.

Escorra bem o amendoim e pronto!Está perfeito para ser servido.

Receita do Pinhão Cozido

Ingredientes:

500g de pinhão fresco com casca

03 colheres de sopa de sal

Água

Lave bem as sementes de pinhão em água corrente. Após a lavagem corte a ponta da semente do pinhão de forma a que você possa visualizar sua polpa branca. Caso alguma semente apresente a polpa escura descarte essa semente pois ela está estragada.

Numa panela de pressão coloque o pinhão, cubra com água e coloque o sal, mexa tampe a panela. Cozinhe em fogo médio e quando a panela atingir o primeiro ponto de pressão conte 50 minutos.
Retire o pinhão da panela, escorra e estará pronto para servir.

Canjica de Milho ou Curau?

La Trappe Quadrupel

Claro que não pude deixar de pensar no trocadilho Quadrupel na Quadrilha de São João. Essa Strong Dark Ale Trapista, com certeza vai tirar sua vergonha de dançar e fazer você se jogar nos passos divertidos de uma verdadeira quadrilha.

Festa Junina Cervejeira com La Trappe Quadrupel

Se eu falei que a Capricórnio Bock aqueceu meu coração, preciso dizer que a La Trappe Quadrupel aqueceu meu corpo inteiro e remeteu imediatamente a sensação de beber um quentão de São João, não pelo sabor nem pela temperatura de serviço, mas porque se sente já no primeiro gole o aquecimento alcoólico dos seus 10% de ABV, que aqui no meu “arraiá”, me pôs a dançar ao som do baião.

A cerveja La Trappe Quadruppel tem coloração âmbar, é encorpada, alcoólica e com boa formação de espuma.

É uma cerveja que, desde que conservada adequadamente, não possui prazo de validade.

É a cerveja mais forte da linha La Trappe com notas de especiarias, malte e aroma de frutas escuras. Uma cerveja complexa, licorosa e com álcool pronunciado, ideal para dias de frio.

Saiba mais sobre esta incrível cerveja: A CERVEJA DOS MONGES

Festa Junina Cervejeira com La Trappe Quadrupel e canjica

Receita de Canjica de Milho

Ingredientes:

04 espigas de milho frescas sem palha nem fios

250ml de leite de coco

03 colheres de sopa de açúcar

01 colher de chá de sal

02 colheres de sopa de manteiga

Com uma faca de serra corte os grãos de milho, separando-os do sabugo. Coloque o milho no liquidificador com um copo de água potável e bata até se transformar numa pasta homogênea.

Escorra essa pasta em um recipiente, passando por uma peneira, de forma a separar o bagaço do líquido. Dica: repita o processo em uma peneira mais fina da segunda vez, retirando assim o bagaço fino.

Coloque o líquido de milho numa panela, adicione o açúcar o sal ligue o fogo baixo. Comece a mexer e, a medida que essa esse líquido for engrossando adicione aos poucos o leite de coco e a manteiga.

Mexa sem parar e vá adicionando o leite de coco até que a canjica atinja um ponto grosso. Após atingir o ponto firme, despeje a canjica nos seus recipientes de preferência e espere esfriar.

Caso seja do seu agrado, pode polvilhar com canela em pó e bom apetite!

Ficou com uma vontade extrema de comemorar o São João nesse final de semana, né? Pois eu vou repetir a experiência, foi uma vibe perfeita fazer essas harmonizações no friozinho, ainda por cima ouvindo um bom forrozin!

Entre agora no site da Confraria Paulistânia Store e escolha as cervejas para aquecer seu coração neste São João!

“Bora gente rastá pé nesse salão!”

ESCOLAS CERVEJEIRAS

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SOMMELIER DE CERVEJAS.

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ARTESANAL X INDUSTRIAL

ARTESANAL X INDUSTRIAL

Conheça as diferenças entre cerveja artesanal e cerveja industrial

Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o YouTube e o Instagram @beersenses

Cerveja artesanal é boa? E cerveja industrial é ruim? O que você acha, qual sua opinião? Mas, espera, qual a diferença entre uma cerveja artesanal e uma cerveja industrial? As cervejas vendidas hoje em dia não são todas feitas em fábricas?

Galera, nesse meu artigo aqui eu vou refletir sobre essas questões. E para responder perguntas do presente, nada melhor do que olhar para a história, para o que aconteceu no passado, em busca de entender o momento atual. Acompanhe meu raciocínio turma.

A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS

A Revolução Industrial foi um grande marco na história da humanidade. Ela teve início na segunda metade do século 18, na Inglaterra, mas se espalhou para todo o mundo, e ao longo de décadas promoveu a mudança dos processos produtivos com uma grande evolução tecnológica para a época. Tarefas, até então feitas manualmente, passaram a ser feitas por máquinas e a produtividade passou a ser o foco.

Charlie Chaplin – Tempos Modernos

O processo de produção cervejeiro é muito minucioso, precisa de muito controle, por isso foi positivamente impactado pela Revolução Industrial. Tecnologias como a refrigeração artificial, o termômetro, as caldeiras, e outras, contribuíram muito para a evolução da cerveja.

Desde então, a tecnologia evoluiu bastante. Hoje temos a chamada Indústria 4.0, com máquinas muito avançadas, conectadas e sendo operadas por algoritmos de Inteligência Artificial. Sim meus amigos, robôs já estão produzindo todos tipos de produtos, desde carros e eletrodomésticos, até medicamentos, alimentos e cerveja! É isso mesmo, já existem fábricas de cerveja no mundo que não possuem nenhuma interação humana.

O QUE É CERVEJA MAINSTREAM?

Durante o século 20, a economia global – comandada pelos EUA – passou a ter foco em volume e redução de custos de produção para aumentar o lucro das empresas. É o famoso Capitalismo.

E, até mesmo a cerveja, se tornou capitalista. A criação de um estilo de cerveja chamado American Lager é exatamente a síntese disso: uma cerveja barata de produzir em grande escala, para ser consumida em grandes quantidades.

Com base nas receitas de lagers claras da escola alemã – oriundas da Bohemian Pilsner de 1842 – os americanos criaram seu próprio estilo de lager mais barata para ser produzida. Isso porque, basicamente, uma American Lager recebia menos quantidade de malte e de lúpulos do que as primas alemãs e tchecas, ficando com menos sabores, mais neutra, mas muito refrescante para ser consumida em grande quantidade.

Bingo: estava criada a cerveja Mainstream – termo que significa algo como “corrente dominante” em português e serve de adjetivo na economia para rotular produtos ou tendências que dominam seu mercado.

No caso da cerveja, cerca de 90% do consumo global da bebida é de American Lagers e derivadas. Por isso são chamadas de cervejas Mainstream, por dominarem absurdamente o mercado.

Importante deixar claro que o termo Mainstream não quer dizer cerveja industrial. Se algum dia o mercado global de cervejas mudar, e 90% do consumo for de cervejas artesanais, elas serão as cervejas Mainstream – só em sonho mesmo, mas serve como exemplo!

O RESGATE DA CERVEJA ARTESANAL

Vivemos em ondas, isso é um fato. Normalmente, depois de uma onda de guerras, por exemplo, vivemos uma onda de valorização da paz – foi o que aconteceu após as duas grandes guerras no século 20, quando o movimento hippie surgiu ganhando força pregando paz e amor.

Campanha na Inglaterra para valorizar a cerveja artesanal em relação a industrial

E isso também aconteceu com os alimentos. Após décadas de valorização e expansão de alimentos industrializados no século 20, os anos 2000 começaram com uma nova onda de valorização de alimentos artesanais, frescos, feitos por produtores locais e usando ingredientes naturais.

É nesse ponto que entra o resgate da cerveja artesanal. Na verdade, no final da década de 70, os ingleses iniciaram uma campanha pedindo de volta sua cerveja tradicional. O movimento foi chamado de CAMRA (Campaign for Real Ale, Campanha pela Cerveja de Verdade em português).

Esse movimento atravessou o Oceano Atlântico e chegou aos EUA. Curiosamente, o mesmo país que criou a Mainstream, foi o berço do renascimento da Cerveja Artesanal.

Nas décadas de 80 e 90, um grande movimento surgiu na América, com a criação da B.A. (Brewers Association), entidade e classe que representa as cervejarias artesanais nos EUA.

Com isso, o business cresceu e se espalhou para outras regiões do mundo, chegando ao Brasil no início dos anos 2010. Nos EUA, a B.A. delimita o que pode ser chamada de Craft Beer e o que não pode. Aqui no Brasil não existe essa definição, e há muita confusão.

Capa do Guia da Cerveja Industrial e Artesanal

DIFERENÇAS ENTRE ARTESANAL E INDUSTRIAL

A linha entre alimentos artesanais e industriais nem sempre é muito clara. Há muita confusão, muitas vezes provocada pelo marketing das empresas que chamam de artesanal qualquer tipo de produto, sem distinção, o que confunde os consumidores.

Basicamente, podemos entender como conceito de uma produção artesanal, aquela que utiliza muitos processos manuais, com trabalho humano diretamente envolvido na produção, e feita com ingredientes primários, naturais e sem a adição de substâncias químicas.

Tomando por base esse conceito, uma cerveja artesanal é aquela que é produzida com muita interação humana, com técnicas tradicionais, com ingredientes mais puros e sem a utilização de corantes, estabilizantes, conservantes ou outro produto químico.

Claro que isso limita a produção. O processo mais manual tem menos produtividade, os ingredientes custam mais caro, com logística de entrega e armazenagem mais complexa, e o volume de produção é menor.

Tudo isso, inclusive, encarece a cerveja artesanal, mas o resultado final é bastante perceptível. Mas mesmo nas cervejarias artesanais há tecnologia, há máquinas, há foco na produtividade. Até porque, são empresas e precisam ter lucro.

Importante não confundir cerveja artesanal com cerveja caseira, aí é outra história. Cerveja artesanal é feita em uma fábrica, com licenças sanitárias para a produção, seguindo normas e regras, com controle de qualidade. Já a cerveja caseira é aquela que eu faço no fogão da minha casa – faço mesmo no fogão pessoal! Importante ressaltar: é proibido vender cerveja caseira, não comprem.

Já no processo industrial, a cerveja é produzida com o mínimo de interação humana, utiliza ingredientes modificados, com foco  na produtividade. Mas isso não significa que o resultado deva ser uma cerveja ruim.

NÃO EXISTE CERTO OU ERRADO!

Hoje em dia há muitas cervejarias grandes, que exportam para todo mundo suas cervejas especiais, e que possuem uma produção mais industrializada para poder ter volume, reduzindo os custos e empregando cada vez mais tecnologia não só no processo de produção como no rendimento dos ingredientes. E, como vimos, isso é diferente de ser uma cerveja Mainstream.

Existe certo ou errado? Pra mim não. São características diferentes, de produtos diferentes. E isso acontece não somente com a cerveja. Hambúrguer artesanal é diferente de hambúrguer industrial, por exemplo.

Sim, cerveja artesanal também é diferente de cerveja industrial. Na minha opinião, existe mercado para os dois, existem pessoas que gostam dos dois. E mais do que isso: existem momentos onde cabe o consumo de artesanal, e momentos onde cabe o consumo da industrial.

O que eu acho errado é enganar o consumidor, aí não é legal. Chamar de artesanal uma cerveja que é industrial, tentar ludibriar o cliente confundindo tudo, isso é que não é legal.

Aqui mesmo, na Confraria Paulistania, há excelentes exemplos de cervejas industriais muito boas, que são exportadas para todo o mundo. Mas há também aqui as cervejas artesanais igualmente maravilhosas. Identifique seu gosto e a sua ocasião, e bora escolher a sua.

Que seja artesanal ou industrial, o importante é beber cerveja boa e que você goste.

Saúde amigos confrarianos!

Leia outros posts deste autor: PURO MALTE, SER OU NÃO SER… e CHOPE E CERVEJA: UMA QUESTÃO CULTURAL E NÃO TÉCNICA

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UMA MARCA COM DNA PAULISTANO – PARTE 7 LARGO DO CAFÉ

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Leonardo Millen é jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal definitivo de notícias sobre bebidas que acaba de chegar ao mercado. Inclusive cerveja!

CERVEJA E CAFÉ: UMA PAIXÃO!

Existem excelentes cervejas que promovem o casamento perfeito entre essas duas paixões brasileiras.

Quando me solicitaram escrever sobre Cerveja com Café fiquei muito feliz. São duas bebidas que aprecio bastante. E o casamento entre elas não só funciona muito bem como desperta paixões avassaladoras. O café e a cerveja estão entre as bebidas mais admiradas e consumidas no mundo. Fora a água, que é hors concours, temos o café com a primeira posição do ranking e a cerveja em quarta colocação. Por enquanto… Mas voltemos ao assunto.

Muitos cervejeiros compartilham dessa dupla paixão e criaram incríveis rótulos de cervejas com café, com intensa sensação de café e com café “escondido”, ou seja, você nem imagina que ele está lá. Então vamos por partes.

O AMOR ENTRE O ‘OURO NEGRO’ E O PÃO LÍQUIDO ☕❤🍺

Matéria prima da Largo do Café

Em algumas Stout, Porter e Brown Ale, por exemplo, o sabor de café é facilmente percebido, ainda que os grãos não tenham sido utilizados na fabricação.

Isso acontece devido à utilização de maltes escuros nos quais a torra dos grãos imprime essa característica à receita. Nem precisa dizer o quanto essa sensação de café agrada. É quase que um requisito de qualidade para esses tipos de cerveja.

Já quando a intensão é adicionar mesmo café à receita a coisa fica um pouco mais complexa. Algumas cervejarias usam o método “cold toddy”, que substitui a água quente pela fria. Daí os grãos de café são adicionados à água em baixa temperatura e descansam entre 18 e 48 horas, deixando o líquido com sabores e aromas de café, para, depois, ser misturado à cerveja.

Esse casamento deu tão certo que, em 2004, a World Beer Cup adicionou o estilo “Coffee Flavored Beer” à competição.

Brassagem da Largo do café

Outra maneira de misturar café à cerveja é realizar o que os cervejeiros chamam de “infusão”, ou seja, adicionam uma certa quantidade de café expresso já pronto à receita.

A infusão acontece durante a fermentação secundária e geralmente imprime um forte aroma e sabor de café à receita.

Há também a técnica que usa o café torrado, moído e coado, porém resfriado e acrescentado apenas no final, quando a cerveja já está pronta.

No entanto, esta técnica demanda muitos testes porque cada tipo de café, cada grau de torra e cada quantidade adicionada ao volume final produz um resultado absolutamente diferente.

Mestres cervejeiros são verdadeiros alquimistas, cientistas loucos e apaixonados que jamais abandonam a técnica, as medidas exatas, o cuidado com os detalhes.

O americano Randy Mosher, uma das maiores autoridades em cerveja no mundo, por exemplo, é um ferrenho defensor e estudioso do uso do café na fabricação de cerveja.

Por esses e outros, assim nascem preciosidades que, meu amigo, eu simplesmente recomendo que você prove várias.

A NOSSA LARGO DO CAFÉ

Existem muitos rótulos de cervejas com café. Eu citaria aqui umas 10 divinas! Mas vou destacar a Largo do Café, aqui da Paulistânia, que tem uma história que exemplifica um pouco de tudo que dissemos até agora.

O Largo do Café é um local emblemático do centro da cidade de São Paulo. É delimitado pelas ruas do Comércio, São Bento e Álvares Penteado, rodeado por diversos edifícios históricos.

Na época do ciclo do café, do início do século XIX até 1930 mais ou menos, o Largo do Café era onde ficava a Bolsa de Valores para compra e venda de grãos. Nessa época, o café era considerado um “ouro negro”, por ser o principal produto de exportação do Brasil e o que movia a economia do país.

Largo do Café, no centro da cidade de São Paulo
No Largo do Café o “ouro negro” era comercializado em uma espécie de leilão informal . Atualmente, sem pandemia, há bares e cafeterias animados após o horário comercial, onde se pode saborear um bom café.

A Paulistânia tem no seu DNA, desde sua fundação em 1993, elaborar cervejas que remetam à história de São Paulo e do Brasil. Com essa proposta, a marca decidiu que era a vez de homenagear o Largo do Café, este ponto histórico paulistano, com uma cerveja do estilo Oatmeal Coffee Stout, ou seja, elaborada com maltes torrados, aveia e, claro, café.

COM A PALAVRA: O MESTRE!

Wilson, mestre cervejeiro da Paulistânia responsável pela produção da Largo do Café
Wilson Junior – Mestre Cervejeiro da Paulistânia

“A Bier & Wein, que é a criadora da Paulistânia, foi uma das pioneiras em cervejas especiais no Brasil e buscamos sempre produzir nossas cervejas com combinações especiais, aromas e notas que irão agradar e surpreender o paladar dos consumidores”, explica o mestre cervejeiro da Paulistânia, Wilson Júnior.

Wilson é um daqueles alquimistas que citei acima. Nas primeiras receitas, ele pesquisou inúmeras torras de café até chegar àquele ponto que considerou ideal.

Mas ele também gosta de sair da zona de conforto. No final de 2018, ele decidiu fazer um novo lote da Largo do Café usando o blend do Café Muzambinho, do Sul de Minas Gerais.

O blend 100% arábica, de torrefação média, com pontuação acima de 80, da classe de grãos especiais, era comercializado com exclusividade pela cafeteria Bellatucci.

Foto da Jéssica Pereira dona do café Bellatucci e fornecedora do pó de café  na fabricação da Largo do Café em 2018
Fundado em 2017, o Bellatucci Café de Jéssica Pereira, a primeira empreendedora com síndrome de Down a se formalizar no Brasil, está  Localizado na R. Hermínio Lemos, 372, no Cambuci. Vale uma visita!

Localizada no bairro paulistano do Cambuci, a cafeteria pertence a primeira empreendedora com síndrome de Down no Brasil, Jéssica Pereira.

Uma incrível dupla homenagem e experiência que só a cerveja artesanal pode propiciar.

LARGO DO CAFÉ, DELICIOSA E LINDA!

Melhor ainda é experimentar esse “ouro negro líquido”.

A Largo do Café é uma cerveja tipo Ale, encorpada, muito cremosa, levemente adocicada, com médio amargor e 5% de teor alcóolico. O café predomina no aroma e no sabor, mas sem afastar o malte, e um corpo médio proporcionado pela adição de aveia.

A recomendação de harmonização é que ela combina com sobremesas à base de chocolate, queijos fortes, feijoada e carnes ao molho barbecue. Eu acrescentaria: uma linguicinha, salames e um simples amendoim.

Gosto tanto que tomo sem acompanhamentos ou a deixo por último, para depois de um belo jantar ou uma sessão de degustação de diferentes estilos. Por tudo isso, a considero uma bela representante das cervejas com café.

Aproveito para destacar ainda duas outras curiosidades dessa cerveja. A versão em lata da Largo do Café foi eleita a lata mais bonita do Brasil em 2020 pelo Prêmio Alterosa, criado por colecionadores de artigos cervejeiros. Realmente merecido!

Arte com prêmio Largo do Café

E TEM MAIS…

Caneca Colombian exclusiva para beber a Largo do Café

E aqui na Confraria Paulistânia você pode adquirir, além de unidades, kits e caixas dessa cerveja, a Caneca Paulistânia 360ml Largo do Café, uma taça Colombian linda, cônica, importada e exclusiva. Assim a sua experiência vai ser suprema!

No site da Confraria você ainda encontra excelentes opções de cervejas que, de alguma forma, remetem ou tem café na receita. Confira algumas sugestões:

BIRRA & CAFFÈ

BALADIN LEON

Essa Belgian Strong Dark Ale feita por essa incrível cervejaria italiana tem uma cor marrom avelã e um aroma e sabor que remetem ao café e chocolate, com nuances amadeiradas.

Uma cerveja doce com 8,5% de teor, corpo forte, complexa, mas muito agradável.

Saiba mais sobre a Baladin: A ITÁLIA EM SÃO PAULO

BIER & KAFFEE

HOFBRÄU DUNKEL

Primeira cerveja a ser fabricada pela alemã Hofbräu e referência mundial deste estilo.

O malte tostado confere à cerveja uma cor escura e um aroma e sabor que remetem à chocolate e café, 5,5% de teor, com um leve toque de amargor.

Uma cerveja excepcional e surpreendentemente refrescante.

CONHEÇA A HISTÓRIA DA HB: A CERVEJARIA DA CORTE REAL BÁVARA

BEER & COFFEE

TROOPER FEAR OF THE DARK

Atenção, fãs do Iron Maiden! Criada por Bruce Dickinson e pelo cervejeiro chefe da cervejaria inglesa Robinsons, Martyn Weeks, a Fear of The Dark é a primeira da família de cervejas Trooper que leva o nome da música e álbum icônico da banda.

Trata-se de uma Stout clássica, de cor escura, que possui cevada maltada e trigo com aroma e sabor de chocolate escuro e café. Simplesmente sensacional!

Aqui temos A CERVEJA DO ROCK: CONHEÇA A TROOPER IRON MAIDEN

Aproveite também que está no e-commerce da Confraria para dar uma navegada por outros rótulos do portfólio da Bier & Wein porque sempre tem informações sobre cervejas importadas além de, claro, promoções irresistíveis.

Espero que tenha gostado e… boas cervejas!