Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Apaixonado por cervejas, escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal definitivo de notícias sobre bebidas …
Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora – @candysommeliere Hoje vamos saber tudo a respeito dessa pergunta, que vem sendo cada vez mais recorrente. Porém antes vamos entender melhor o que é uma dieta vegana e o que é uma vegetariana. …
Por Luís Celso Jr. é jornalista e sommelier de cervejas. Foi 3º colocado no 1º Campeonato Brasileiro de Sommelier de Cervejas e defendeu o Brasil na competição mundial em 2015. Também é professor, juiz de concursos nacionais e internacionais e consultor de cerveja. Fundou em 2006 o BarDoCelso.com, o blog mais antigo ainda em atividade sobre o assunto no Brasil, hoje também clube de cerveja artesanal por assinatura.
Na quinta-feira (08/09) foram divulgadas as cervejas premiadas esse ano no World Beer Awards, um dos mais importantes concursos de cerveja do mundo. Acontece que no fim de agosto também foram divulgados resultados dessa mesma competição. Mas, afinal, o que está acontecendo? Existem dois prêmios com o mesmo nome?
Na verdade, não. A lista do final de agosto era da etapa brasileira da competição. As cervejas com as melhores notas na avaliação dos juízes foram classificadas para a etapa internacional, disputada em Londres, na Inglaterra. E por isso há duas “premiações”. Uma local e uma mundial.
Assim como essa confusão, toda a vez que resultados de concursos cervejeiros são divulgados, dezenas de dúvidas aparecem sobre como eles funcionam. Desde como as cervejarias se inscrevem, passando pelo processo de julgamento e, até mesmo, como entender os resultados – acredite, não é tão fácil quanto parece!
Uma das primeiras coisas que precisamos entender sobre os concursos é que são vários e, muitas vezes, cada um tem as suas regras próprias e peculiaridades. Ou seja, há poucas coisas que podem ser de fato generalizadas.
Características em comum
O objetivo de todo o concurso é eleger as melhores cervejas. Normalmente, em suas respectivas categorias ou estilos, já que o universo cervejeiro é tão vasto nesse sentido. Como isso é feito? Por meio da avaliação sensorial rigorosa de juízes qualificados, detentores do conhecimento cervejeiro e da habilidade de avaliar esse produto.
O reconhecimento pelo esforço e habilidade de cervejeiros e cervejarias ao atingir o objetivo é o verdadeiro prêmio, que pode aparecer em formato de medalhas ou outras classificações.
Mas como, então, fazer que esse resultado tenha credibilidade perante a comunidade cervejeira, o mercado e os consumidores? Adotando uma série de critérios objetivos e verificáveis. E isso explica muito da metodologia desenvolvida pelos concursos.
Todo o concurso normalmente começa com a publicação do regulamento, no qual todos os detalhes devem ser descritos. Entre as regras, deve ser informado como fazer a inscrição, por exemplo. O mais usual é que as cervejarias preencham a ficha de cada amostra, na qual dão informações sobre ela, e enviam suas cervejas para o concurso num volume suficiente para as diversas etapas de avaliação. Uma taxa de inscrição também é cobrada.
Julgamento
Após o recebimento do material, o concurso organiza e armazena as cervejas para o julgamento. Há sempre uma importante equipe de bastidores trabalhando duro para que tudo ocorra como deve ser. Isso inclui diretores e coordenadores, mas também os responsáveis pelas “adegas” de cervejas, a equipe que fará o serviço e até quem vai tabular os dados, notas e fichas de avaliação que serão produzidas.
A avaliação em si é feita pelos juízes, normalmente separados em mesas, cada uma com a tarefa de julgar um grupo de cervejas, seja por estilo ou categoria criada pelo concurso. Em um julgamento, nunca se analisa uma cerveja sozinho. Cada mesa tem vários juízes.
O sigilo é algo muito importante também, já que as cervejas são julgadas às cegas pelos juízes – eles não sabem qual o rótulo ou de qual cervejaria é a cerveja de cada amostra servida, que é identificada apenas por um número.
Para cada amostra, normalmente há uma primeira etapa silenciosa. Nela que cada juiz avalia sua amostra e preenche uma ficha de degustação com nota. O silêncio é importante para que nenhum jurado influencie as primeiras impressões dos demais. Logo após, a mesa discute as análises e cada um pode rever suas análises e notas como quiser, se for o caso. Esse debate garante uma maior homogeneidade, além de compensar eventuais desvios e preferências pessoais. Afinal, o juiz é humano!
Mas como tornar impressões pessoais, que podem ser tão subjetivas, em algo mais palpável?
Em geral os concursos usam guias no quais constam as descrições de cada estilo. Quando a cervejaria inscreve o produto, ela declara o estilo e assim diz também o que se tentou fazer, seu objetivo. O papel do juiz é, então, de checar se a cervejaria conseguiu realizar o que se propôs. Ele analisa sensorialmente a cerveja, vê se ela tem defeitos ou falhas, e se ela tem as características para estar naquele estilo. Quanto mais correta a cerveja estiver, maior sua nota.
Ao cumprir esse básico, o juiz também avalia com a sua experiência pessoal e o guia embaixo do braço, se a cerveja se desta positivamente naquele estilo. Se traz as características mais complexas exigidas. Isso é um diferencial que aumenta as notas.
Por fim, as fichas e a notas são computadas, dando origem a uma classificação das cervejas. Outras etapas posteriores podem ser feitas, dependendo da metodologia de cada concurso. Normalmente são eleitas as melhores cervejas do concurso e, algumas vezes, as melhores cervejarias.
Maçãs e bananas
Um adendo sobre a avaliação. Quando os juízes avaliam um mesmo estilo, tudo transcorre bem como explicado acima. Mas e quando são cervejas de estilos diferentes? Esse tipo de julgamento é comum em etapas mais avançadas.
A solução é simples: basta não misturar. Cada um dos estilos da mesa deve ser avaliado de acordo com o melhor do seu estilo, normalmente descrito no guia. Assim, uma maça ser avaliada em relação à maçã ideal. E daí ela tira seu mérito. Enquanto uma banana deve ser avaliada da mesma forma. Ganha aquela que estiver mais próxima do seu ideal. Ou seja, não se comparam maçãs com bananas. E sim cada fruta em relação ao seu ideal.
Concursos de cerveja caseira e BJCP
Concursos de cerveja caseira normalmente são feitos dentro das diretrizes do Beer Judge Certification Program (BJCP). Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que visa formar juízes de cerveja, incentivar o conhecimento, a compreensão e a apreciação dos diversos estilos e desenvolver ferramentas, métodos e processos padronizados para a sua avaliação.
O guia de estilos do BJCP é um dos mais usados no mundo e a base para os concursos de cervejas caseiras. Isso porque é mais didático, já que tem a intenção formar tanto juízes como cervejeiros, instruindo como fazer as cervejas daqueles estilos. As fichas de avaliação também são mais detalhadas e visam dar um feedback aos produtores, apontando os erros, acertos e até mostrando formas de como a cerveja pode ser melhorada.
Aqui se dá preferência por juízes que fizeram as provas e foram certificados pelo BJCP. Eles ganham pontos por participação em concursos, o que ajuda a evoluir na classificação interna da organização. Mas é possível participar também como aprendiz, ou seja, um juiz não BJCP. Aqui entram convidados de notório saber no assunto.
Tudo transcorre como descrito na parte geral até a primeira etapa de avaliação. Uma segunda etapa é adicionada para reavaliar as cervejas com as melhores notas. Agora os juízes, sem a necessidade de preencher fichas, fazem uma comparação direta entre as cervejas, podendo confirmar ou não a classificação feita pelas notas.
Nos concursos maiores, feitos com vários estilos, pode ainda existir a necessidade de escolher a melhor cerveja de todas, ou Best Of Show (BOS). Os juízes mais experientes compõem uma mesa que vai julgar cerveja de diferentes estilos para achar a vencedora.
Além do prêmio BOS, a divulgação dos resultados é feita em formato de medalhas de ouro, prata e bronze, mas não é necessário que todos os estilos ou categorias tenham todas as posições preenchidas se os juízes julgarem dessa forma. Assim, é possível ter categorias só com ouro, outras só com bronze, e assim por diante.
Normalmente concursos assim são organizados por associações de cervejeiros caseiros, como as Acervas de cada estado e a nacional. Se você quer se tornar um juiz BJCP, deve fazer algumas provas para obter sua certificação. Todas as informações necessárias então no site oficial (https://bjcp.org/). Também é possível começar julgando como convidado ou fazendo assistência para julgamentos. Nesse caso, procure a associação mais próxima e se voluntarie.
Concurso Brasileiro da Cerveja
O concurso do Festival Brasileiro da Cerveja, que acontece anualmente em março em Blumenau (SC), é o maior da América Latina e um dos maiores do mundo em número de amostras. Em 2021, foram mais de 3,1 mil rótulos avaliados por inúmeros juízes de diversos países do mundo.
Ele funciona com base no guia de estilos da Brewers Association (BA), a associação das cervejarias artesanais dos EUA. A entidade revisa e publica anualmente seu material, que é voltado mais para cervejarias profissionais. Ele não tem a intenção de ensinar juízes e cervejeiros, como é no BJCP, mas de apenas definir os parâmetros do estilo. É mais conciso nas descrições e deixa mais espaços abertos para a criatividade das cervejarias ao produzir seus rótulos.
Essa diferença também é visível no processo de julgamento. As fichas são mais simples e os juízes apenas apontam falhas de estilo, defeitos ou méritos, sem a obrigação de dar feedback completo sobre as cervejas. Entende-se que o cervejeiro é profissional e deve ser capaz de resolver os problemas que foram mencionados.
As inscrições para participação e o regulamento costumam ser divulgados no final do ano anterior. O julgamento se dá na forma padrão. No entanto, diferente do BJCP, onde uma amostra é julgada por rodada, aqui cada turno tem várias amostras de uma vez. O Concurso Brasileiro da Cerveja também costuma fazer mesas finais para eleger as melhores cervejas entre todas as premiadas.
A divulgação dos resultados se dá por medalhas de ouro, prata e bronze. Aqui também não é necessário que cada estilo tenha todas as três medalhas sempre. As cervejarias com maior número de medalhas são eleitas as melhores do ano, tendo um peso diferente na pontuação para ouro, prata e bronze.
Os juízes para concursos BA normalmente são convidados por notório saber sobre cervejas. Não há uma prova ou certificação exigida.
Concursos latino-americanos
Ao lado do brasileiríssimo Concurso Brasileiro da Cerveja, o South Beer Cupe a Copa Cervezas de América compõem a tríade das mais importantes competições para cervejarias profissionais latino-americanas. Todos são anuais e seguem o guia da BA.
Conhecido como a “Copa Libertadores da cerveja”, o South Beer Cup é um concurso cervejeiro sul-americano. É sediado alternadamente no Brasil e na Argentina. Divulga o regulamento e abre as inscrições no segundo trimestre de cada ano.
Já a Copa Cervezas de América é realizada sempre no Chile.
O julgamento de ambos ocorre da forma padrão e os resultados são divulgados em forma de medalhas de ouro, prata e bronze, sem a necessidade de dar todas as medalhas. Ambos também realizam a premiação das melhores cervejas e cervejarias dos concursos.
World Beer Awards
O World Beer Awards é um dos maiores concursos de cerveja do mundo, realizado anualmente em diversos países, com etapas regionais classificatórias, e em Londres, na Inglaterra, como etapa mundial. As inscrições das cervejas devem ser feitas nas etapas regionais, onde as amostras serão julgadas por juízes locais e classificadas apenas por nota.
As notas mais altas ganham o prêmio de Country Winner e se classificam para disputar a etapa mundial. Também são premiadas cervejas com ouro, prata e bronze em cada estilo e uma das dez categorias (que são os grupamentos desses estilos por semelhança, como Dark Beer, por exemplo). Não há obrigação de dar todas as medalhas em cada estilo nem o prêmio maior.
Já na etapa mundial, são dados os prêmios de World’s Best de cada estilo e categoria – sem ouro, prata e bronze. Outra peculiaridade desse concurso é que ele tem um guia próprio de estilos, ou seja, não usa nem BA nem BJCP.
World Beer Cup
Maior concurso de cervejas do mundo, o World Beer Cup é realizado desde 1996 pela Brewers Association nos Estados Unidos de dois em dois anos, em paralelo ao Craft Brewers Conference, o encontro anual dos membros da associação. É como se fossem as Olimpíadas da cerveja.
Ele aceita inscrições de cervejarias de todo o mundo dando origem a milhares de amostras para serem julgadas. Ou seja, são centenas de juízes e membros de equipe mobilizados a cada edição.
O julgamento se dá da forma padrão, baseado sempre no guia da BA. Os prêmios são dados como Gold, Silver e Bronze Awards, também sem a necessidade de dar todos eles a cada estilo.
Esse é o concurso em que o Brasil tem menos premiações, totalizando apenas 11 desde a primeira edição. Por isso conseguir uma colocação aqui é tão relevante e importante no contexto nacional.
Quer provar alguma premiada? Acesse o site da Confraria Paulistânia Store e aproveite a promoção de cervejas Paulistânia premiadas no World Beer Awards 2021. Peça a sua e receba no conforto da sua casa!
Por Henrique Carnevalli, t.izêro, Sommelier de Cervejas, amo música desde pirralho, noveleiro, corinthiano sofredor e cofundador do site RockBreja. Novas sensações, muito colorido, uma viagem para outro mundo, se caracteriza com o estilo Rock Psicodélico e qual estilo de cerveja combina? Que tal Fruit Beer …
Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora – @candysommeliere Certamente você deve estar se perguntando: “– Mas afinal quantos são os santos padroeiros dos cervejeiros?” Sua pergunta é bastante pertinente e de fato são inúmeras as correlações entre clérigos que produziam …
Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas.
Se você se considera um verdadeiro apaixonado por cervejas, com certeza já admira e compreende a importância da Bélgica para formação e consolidação histórica desse fermentado incrível.
A verdade é que a conexão que esse pequenino e surpreendente país (que tem um território menor que o estado do Rio de Janeiro e pouco mais de 11 milhões habitantes) tem com as cervejas é realmente fascinante, a começar pelo extraordinário número de mais de 200 cervejarias e 1500 marcas de cervejas diferentes que podemos encontrar por lá.
Números admiráveis, que ajudam a consolidar a Bélgica como um país que carrega a cerveja para muito além das fronteiras do consumo etílico, mas sim como parte de uma herança cultural, que ajuda a contar toda a história de um país.
Não à toa, em 2016, a cerveja belga entrou oficialmente para a seleta lista de patrimônio imaterial da Humanidade pela UNESCO.
CERVEJA, WAFFLES E MUITO MAIS
Além dessa miríade de cervejarias, incluindo alguns dos mais relevantes mosteiros trapistas do mundo, a Bélgica também é conhecida pela sua gastronomia, que transcende os triviais waffles e batatas fritas, passando por chocolates sofisticados, uma produção de queijos variada e requintada e ainda uma culinária fartamente influenciada pela vizinhança francesa.
Estudar a história da Bélgica é beber na fonte da formação de uma das mais prestigiosas escolas cervejeiras reconhecidas mundialmente, a escola “Franco Belga”.
E é justamente por fazer divisa com nações tão abastadas em cultura e gastronomia e com uma culinária tão diversa e complexa quanto o número de rótulos cervejeiros, que a escola belga malandramente aprendeu a flertar com o mundo dos vinhos, com estilos de cervejas que por vezes nos fazem questionar se estamos mesmo diante de um fermentado de cereais ou de frutas e com um cuidado no serviço, temperatura e escolha dos copos que deixaria qualquer sommelier de vinhos deveras impressionado.
Para entender como essa história foi fundamentada, que tal viajar comigo na máquina do tempo, atingindo o período da Idade Média, passando pela data da Independência da Bélgica e chegando por fim, aos dias atuais? Aperte os cintos e vamos lá:
BÉLGICA, DO LATIM…
Interessante pensar que o nome “Bélgica” foi dado pelos romanos que chegaram na região através das afamadas tropas lideradas por Júlio César.
Em latim belgae, era a expressão para se referir à um grupo de ferozes tribos celtas. Segundo linguistas, o nome deita raízes nas palavras proto-celtas ‘belg’ e ‘bolg’, que significam inchar de raiva.
Essa tribo se estabelecera na parte ao Norte daquela região, anteriormente conhecida como Gália, por volta do século III a.C e que posteriormente seria nomeada de Gália Belgica por conta dos povos habitantes da região.
De todas as tribos da Gália, os belgas foram assim descritos por Júlio César por serem efetivamente os mais bravos e por ser o povo mais difícil de conquistar de toda a região. César enfrentou uma grande e poderosa resistência, levando quatro anos para conseguir finalmente conquistar as tribos de Belgae no ano de 53 aC.
No que diz respeito à origem, houve grandes debates entre estudiosos, historiadores e pesquisadores sobre se os belgas eram realmente de origem celta, germânica ou se surgiram a partir de tribos mistas. Curiosamente, algumas fontes sugerem que os próprios Belgaes também não sabiam ao certo a que grupo pertenciam.
CERVEJA NA IDADE MÉDIA BELGA
Durante o período da Idade Média, momento que os hábitos de produção e consumo de cerveja ganharam ainda mais notoriedade (graças especialmente aos estudos científicos e trabalho dos monges católicos, em especial os Beneditinos, que formariam mais para frente a afamada ordem trapista), que a Bélgica fora dividida em microrregiões chamadas de feudos, como o Condado de Flandres, o Ducado de Brabante e o Principado de Liège.
Já na região portuária, nas atuais cidades de Brugge e Gent, víamos crescer e se desenvolver uma classe comerciante burguesa. A prosperidade da burguesia fez com que rapidamente essa região conquistasse a independência dos senhores feudais, da monarquia francesa e do então império germânico, que os outros feudos ainda tinham que se submeter.
Durante os anos seguintes, a região que hoje pertence à Bélgica, ganharia a fama de “campo de batalha da Europa”, pois aquele território se tornaria palco de diversos confrontos, entre eles, diversas disputas que tornariam a Guerra dos Cem Anos um grande marco na história da Europa devido à momentos como a Guerra de Sluis, quando o então rei francês perdeu toda a sua tropa. Posteriormente, outras tantas batalhas como as de Oudenaarde, Malplaquet, Ramillies, Jemappes, Waterloo, Ypres e Bastogne ocorreriam também em território belga.
Já no final da Idade Média, os então países Bélgica, Holanda e Luxemburgo se unificariam nas chamadas “XVII Províncias”, que pertenciam então aos Duques aos Imperadores Habsburgo e finalmente aos reis da Espanha.
Com a chegada do Protestantismo no século XVI, houve uma separação das províncias do Norte, que se tornaram independentes, formando o Reino dos Países Baixos. Já as províncias do Sul permaneceram sob domínio espanhol católico até o ano de 1713, quando foram tomadas pelo Império Austríaco e nomeada Países Baixos Austríacos para em seguida ser denominada Bélgica.
DA BATALHA A INDEPENDENCIA
Assim como com outros países da Europa, a Bélgica também foi invadida pelas tropas de Napoleão Bonaparte na Revolução Francesa e tornara-se parte do Império Francês em 1792.
Um marco importante na história da Bélgica Independente foi a batalha de Waterloo, travada em 1815 nos arredores de Bruxelas e que derrotou Napoleão.
Na ocasião, as potências vitoriosas da Grã-Bretanha, Áustria, Prússia e Rússia se reuniram em Viena para redistribuir a influência e negociar a jurisdição dos territórios nos próximos anos. Por decisão, a região então austríaca foi unificada a à Holanda formando o Reino Unido dos Países Baixos, tornando a Bélgica uma nação sob domínio holandês.
A decisão não foi assertiva, uma vez que a região estava sofrendo enorme pressão devido ao fato de que as pessoas no Norte eram principalmente protestantes, enquanto os indivíduos no Sul eram católicos. Além disso, havia também uma divisão linguística entre os valões, cuja língua é o francês, em oposição ao flamengo, cuja língua materna é o holandês, ocasionando grandes desavenças por conta desse conflito idiomático, acarretando em mais uma posterior rebelião dos belgas contra essa supremacia holandesa.
Após esses eventos, as grandes potências do Congresso de Viena se reuniram mais uma vez em Londres em 20 de dezembro de 1830 e não tiveram escolha a não ser reconhecer o sucesso da revolução belga e garantir sua independência que fora finalmente conquistada.
No dia 21 de julho de 1831, o então príncipe Leopoldo de Saxe-Coburgo-Gotha tornou-se Rei dos Belgas, em um regime de monarquia parlamentar com segmentação dos poderes entre legislativo, executivo e judiciário. A data de sua posse passou a ser o dia nacional da Bélgica, selando uma nova era da Bélgica moderna.
Os anos seguintes seriam muito prósperos para a Bélgica devido ao seu desenvolvimento econômico e industrial. A Bélgica se classificaria na segunda metade do século XIX, entre as principais economias do mundo, com PIB próximo ao dos Estados Unidos na época.
A Bélgica seria novamente parcialmente ocupada durante a II Guerra Mundial pela Alemanha no ano de 1940. Com governo exilado e exército rendido, os anos seguintes o comportamento da população foi semelhante ao dos outros países ocupados como a Holanda, França, Noruega e Dinamarca e a maior parte da população lutava para sobreviver.
Nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, e em grande parte inspirado pelo desejo de ver um fim às guerras recorrentes entre seus vizinhos, que foram muitas vezes combatidos em seu solo, a Bélgica tornou-se um dos pioneiros na unificação europeia.
A BÉLGICA HOJE
Nos dias de hoje, a Bélgica é um país formidável, que movimenta turistas do mundo todo, atrás da cultura, arte, gastronomia, história, arquitetura, entretenimento que tornam esse país tão especial.
Como não poderia deixar de ser, eu como devota das cervejas belgas, não poderia deixar de mencionar e dar destaque absoluto à infinidade de tipos de fermentação, técnicas, estilos, rótulos, sabores e possibilidades que essa riquíssima escola cervejeira pode nos entregar.
Hoje, quero aproveitar e falar especificamente sobre um estilo apaixonante, versátil e democrático que é o estilo Witbier e dar a dica da promoção no site da Confraria Paulistania da Corsendonk Blanche, uma cerveja de trigo leve legitimamente belga, saborosa, condimentada e cítrica com espuma cremosa e deliciosamente frisante.
O estilo Witbier conta a história das cervejas condimentadas da Idade Média, época em que o lúpulo ainda não era tão difundido.
A escolha assertiva e cirúrgica dos ingredientes que iriam temperar a cerveja era tarefa dos monges. A sabedoria desses religiosos em dominar agricultura, botânica e os segredos funcionais por trás de cada insumo, criava receitas herbais secretas chamadas de gruit, que eram utilizadas para conservar a cerveja, com as propriedades bacteriostáticas, antioxidantes, fungicidas e aromatizantes dos insumos selecionados para formar o gruit.
O estilo Witbier é um delicioso sobrevivente desse período, com sua delicadeza e maciez oriunda do trigo não maltado da receita, gentilmente temperado com sementes de coentro, uma poderosa especiaria com propriedades antioxidantes e com a adição certeira de cascas de laranja, que com seus potentes óleos essenciais, trariam aromas complementares ao estilo, além de funcionar com um conservante natural. Uma cerveja clássica para qualquer ocasião.
Que tal aproveitar a promoção do nosso site e adquirir essa deliciosa cerveja de trigo para brindar a essa a envolvente história da Bélgica?
A Warsteiner é o que se pode chamar de uma mega cervejaria familiar alemã, que encanta o mundo com sua cerveja de qualidade secular inquestionável. Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que …
UM GUIA PARA SUA CONFRARIA ONLINE Em tempos de pandemia uma boa fonte de diversão segura é reunir amigos cervejeiros em uma Confraria online. Saiba aqui como você pode fazer a sua de uma maneira muito simples. Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado …
Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal definitivo de notícias sobre bebidas que acaba de chegar ao mercado. Inclusive cerveja!
Olá para todos! Eu não falo alemão, mas esse título, que pesquisei no Google translator, significa “Eu quero uma Erdinger!”. Explico o porquê. Hoje vou falar para vocês de um ícone do mercado mundial de cervejas: a Erdinger.
Confesso logo de cara que esta cerveja faz parte da minha história. Eu era um jovem no final dos anos 1990 que bebia cervejas de alto consumo quando comecei a namorar uma moça que tinha uns amigos, digamos, sofisticados.
Certa vez, fomos a um restaurante chique e o garçom me sugeriu uma cerveja alemã… Eu aceitei e ele veio à mesa com uma taça de cristal comprida, que eu nunca tinha visto. Ele me mostrou o rótulo, tal como se faz com um vinho, e serviu a cerveja. Fiquei perplexo porque ele balançou a garrafa para misturar os sedimentos e servir a parte final da bebida.
BRIOCHE LÍQUIDO!
Nem precisa dizer que, depois desse ritual, eu pirei ainda mais com o sabor da cerveja. Uma coisa que se aproximava para um leigo de um “brioche líquido”, incrivelmente leve, saborosa, refrescante e com gosto de quero mais.
Naquela época, produtos importados não eram baratos e difíceis de se encontrar em qualquer mercado. A Erdinger, em particular, era cara para um jovem de classe média como eu. Comparável a uma garrafa de um vinho.
Passaram-se semanas e aquela cerveja não saía da minha cabeça. O que era aquilo! Nas gôndolas de um supermercado, a encontrei novamente e pude voltar a sorrir. Resultado: nunca mais me esqueci dela e do efeito que ela causou em mim.
A partir daquele momento, virei um apaixonado por cervejas especiais. Jamais enxerguei cerveja da mesma forma. Entrei em uma jornada sem retorno. Se hoje sou um modesto apreciador desse líquido bem feito, devo à Erdinger ter sido a protagonista do meu rito de passagem.
A HISTÓRIA DA ERDINGER
A Erdinger foi fundada em 1886 por Johann Kienle que fez o favor de fazer a primeira Weissbier na pequena cidade de Erding, sul da Alemanha, perto de Munique.
Pouco depois, em 1890, a cervejaria foi vendida para a família Stadlmaier que, após a primeira guerra mundial, a revendeu em 1930 para o então diretor da empresa, Franz Brombach.
É aquela história do cara que compra a cervejaria do patrão, vem a segunda guerra mundial, a Alemanha fica em frangalhos, mas ele acredita no negócio.
Em 1949, quase vinte anos depois, ele deu à cervejaria o nome de Erdinger Weissbräu e foi à luta.
A Erdinger Weissbier se consolidou então como seu carro-chefe.
Trata-se de uma cerveja de trigo premium leve, de alta fermentação, não pasteurizada, produzida de acordo com a Lei de Pureza Alemã, de 1516, a Reinheitsgebot.
Ou seja, ela é feita com mais de 50% de malte de trigo e o restante com malte de cevada, lúpulo selecionado e água dos poços da própria Erdinger.
Não contém aditivos químicos, corantes, conservantes ou cereais não maltados, como o milho e o arroz.
Utiliza leveduras próprias em duas fermentações distintas, sendo a primeira alta (nos tanques) e a segunda, baixa, refermentada na garrafa.
BAYERISCHE EDELREIFUNG
Além disso, são necessárias de três a quatro semanas para maturação, algo que poucas cervejarias de alta produção se dão ao luxo.
Este processo confere à cerveja uma cor dourada, meio turva, e sua espuma parece um creme de tão branca, densa e persistente.
Seu aroma revela o óbvio trigo, mas também aveia, levedura e um leve toque de banana. O sabor é bem equilibrado, combinando a sensação de “brioche líquido” (lembra?) com um toque especial de malte levemente adocicado.
Outra diferença fundamental está na filtragem. O fermento permanece na garrafa, o que justifica aquele ritual de se dar uma leve rodadinha para servir o final da garrafa (lembra?). Resumindo: uma cerveja única, gostosa, extremamente equilibrada e de excelente “drinkability”.
A Erdinger Weissbier harmoniza perfeitamente com a tradicional culinária alemã, o que faz dela uma presença constante nas mesas do país e nas das simpáticas a esta linha gastronômica no exterior. Particularmente, adoro uma linguicinha ou uma tábua de frios com ela. Simples e sem frescura. É perfeito!
UM ESPLENDOR DE CERVEJA!
Mas, voltando à história, o Franz foi um visionário e entusiasta do próprio produto. Tanto que fez coisas como uma campanha publicitária para marca, em 1971, focada nos seus “elevados padrões de qualidade” para produzir uma joia com a “especialidade tradicional da Baviera”.
O jingle da campanha da marca nessa época, “Des Erdinger Weissbier, des is hoid a Pracht.” (Erdinger Weissbier é um próprio esplendor) tornou-se um clássico da publicidade alemã.
Em 1975, com a morte de Franz, seu filho, Werner Brombach, assume o controle da cervejaria.
A nossa sorte foi que, além de ser mestre-cervejeiro, Werner era formado em marketing, o que deu à marca uma nova perspectiva.
Ele foi o responsável pela ascensão da empresa como negócio e introduziu modernos conceitos marketeiros. Foi dele, por exemplo, a ideia de associar a marca à Bavária e, ao mesmo tempo, tornar as cervejas de trigo populares nos outros estados alemães.
Dois anos depois, ganhou mercado e fortaleceu sua imagem a ponto de a produção atingir cerca de 225.000 hl. A Erdinger virou líder de mercado e começou a exportar para outros países europeus, como Áustria e Itália, e para novos mercados, como Rússia e China.
Em 1983, Werner construiu uma nova cervejaria, com modernos equipamentos e laboratórios, para atender à crescente demanda com capacidade de produção de 82 mil garrafas por hora.
Pensa: isso foi em 1983! Pode parecer pouco impactante hoje, mas, no início da década de 90, a Erdinger atingiu a marca histórica de 1 milhão de hectolitros produzidos, fazendo com que a cervejaria se tornasse a maior no segmento de cervejas de trigo mundial. E passou também a ser exportada para diversos países, em todos os continentes, uma ousadia para uma marca de cerveja.
A CERVEJA DE TRIGO MAIS 💛DO MUNDO!
Outra ideia de sucesso de Werner foi criar o “Fã clube Erdinger”, em 1995. Não eram tempos de clubes de assinatura e mídias sociais. Só que, em dez anos, a marca conseguiu reunir cerca de 60 mil apaixonados em mais de 45 países.
A ERDINGER HOJE
A Erdinger também fez um grande bem para sua comunidade local.
A Baviera se tornou uma grande produtora de cervejas de trigo, concentrando quase 90% do mercado mundial deste estilo e produzindo em torno de 1.000 tipos diferentes de cervejas. O consumo também é elevado: chega a 30% do mercado local.
A marca se tornou sinônimo de cervejas do estilo Weissbiers não apenas na Alemanha, mas também em todo o mundo. Não é raro usarem a Erdinger como referência para a fabricação de cervejas fiéis ao estilo.
Atualmente, ela é a cerveja de trigo mais consumida do mundo, comercializada em mais de 80 países. Aproximadamente 15% da produção anual de 1.71 milhões de hectolitros é exportada. No Brasil, a Erdinger chegou oficialmente em 2000, mais ou menos na época que nos encontramos naquele restaurante chique…
UM VERDADEIRO BÁVARO NÃO SE VENDE.
Outra coisa interessante é que a marca nunca abriu fábricas em outros países nem concedeu licenças de produção. Toda garrafa de Erdinger consumida no mundo, não importa se na China ou no Brasil, é produzida na Alemanha, mais precisamente na Baviera.
A engarrafadora chega a envasar até 165 mil garrafas por hora! A empresa se orgulha disso e faz questão de destacar suas raízes no slogan “In Bayern daheim, in der Welt zu Hause” (Em casa na Baviera, em casa no mundo).
Gosta de se apresentar como a cerveja “genuinamente bávara”. Muitos veem nisso também uma alfinetada nas concorrentes Paulaner (comprada pela Heineken) e Franziskaner (comprada pela Inbev). “Um verdadeiro bávaro não se vende“, diz um comercial recente da marca, feito exatamente para desmentir supostas negociações com grandes conglomerados mundiais e, claro, alfinetar novamente as concorrentes nas entrelinhas.
O presidente e dono da Erdinger ainda é Werner Brombach, que nega sistematicamente que a empresa esteja sendo vendida. Isto porque restam poucas cervejarias alemãs que não tenham sido encampadas pelas grandes marcas.
GOLAÇOS!!!⚽🏆🍺
A ligação da Erdinger com a Baviera é tão forte que a marca fechou uma parceria, em 1997, com outro símbolo da região: o Bayern de Munique.
E como lá na Alemanha cerveja é culturalmente aceita, não foi raro ver os jogadores desse time de futebol aparecerem em anúncios e em eventos segurando copos de Erdinger… cheios! E os caras bebiam! Golaço!
O marketing deu tão certo que a concorrente Paulaner, cobriu a oferta em 2003 e se tornou a patrocinadora oficial do clube, com contrato renovado até 2026!
Mas isso não foi considerado uma derrota nos campos do marketing. Teve revanche. Em 2019, na festa de 80 anos de Werner Brombach, foi anunciado que o treinador Jürgen Klopp é o novo embaixador da cervejaria.
Klopp treinou o Borussia Dortmund entre 2008 e 2015, quando levou o clube alemão a uma final de Liga dos Campeões. Atualmente, ele comanda o Liverpool na Premier League da Inglaterra.
Mas é ele quem aparece em uma recente propaganda de 2020 da marca falando: “Never skim an Erdinger” (Nunca corte o colarinho de uma Erdinger) e também assina uma edição especial Erdinger Champions Edition Jürgen Klopp Weissbier, em lata vermelha (a cor do Liverpool) de 500ml, comemorativa à Champions League.
Essa estratégia de marketing foi avassaladora. O comercial viralizou nas redes sociais e a Erdinger experimentou uma explosão de vendas no Reino Unido nunca vista antes na história. “Never skim an Erdinger” já praticamente virou um bordão.
Copos, bonés e demais itens promocionais com a assinatura do treinador viraram febre na Europa inteira. A demanda foi tamanha que a marca resolveu aproveitar e criar para a Alemanha uma promoção de um boné Jürgen Klopp grátis para cada caixa de Erdinger vendida com direito a participar do sorteio de uma viagem para um jogo do Liverpool.
Foi uma loucura que mobilizou um enorme número de fãs do futebol, independente de clube, com sold out em todos os pontos de venda. Este golaço foi no ângulo!
Para se ter uma ideia do impacto comercial dessas ações nas vendas, a Erdinger figura nos rankings de desempenho de mercado em oitavo lugar entre as marcas mais consumidas do disputadíssimo mercado alemão.
Porém, no mundo, onde a disputa é maior ainda, a Erdinger é a marca de cerveja de trigo mais vendida. Goleada!
ERDINGER NO BRASIL
Como pontuei antes, desde a virada dos anos 2000, a Erdinger é importada para o Brasil com exclusividade pela Bier & Wein. Nem precisa dizer o quanto isso nos alegra.
A empresa traz não só as garrafas e latas, mas também barris para oferecer essas maravilhas bávaras até em chope para os sedentos tupiniquins.
A linha de cervejas da marca é composta por 10 rótulos, alguns deles sazonais. Confira aqui os principais trazidos pela Bier & Wein:
Weissbier
É a clássica, o principal produto do portfólio.
Ela é uma cerveja de trigo leve, muito aromática e refrescante. Desce fácil!
Harmoniza com peixes e frutos do mar, saladas, grelhados, salsichas e pratos apimentados.
Teor alcoólico: 5,3%.
Dunkel
Uma cerveja escura, graças ao malte levemente tostado, de corpo médio e sabor ligeiramente amargo e picante.
Muito saborosa, ela harmoniza com embutidos, hambúrguer e pratos apimentados.
Teor alcoólico: 5,3%.
Pikantus
Cerveja escura tipo Bock (eu adoro!), que adquire seu sabor forte e corpo médio/alto por conta dos maltes tostados de trigo e cevada e pelo longo período de maturação.
Mesmo com um elevado índice de álcool, ela mantém seu sabor único, com excelente drinkability.
É perfeita para acompanhar entradas e refeições neste inverno.
Teor alcoólico: 7,3%
Urweisse
É uma cerveja que utiliza a receita original da fundação da Erdinger (1886), ou seja, é uma Weissbier alemã de raiz, porém sem a refermentação na garrafa.
Ela mantém aquele aroma e paladar característicos, com notas frutadas e um toque de cravo e banana e vai muito bem com saladas, grelhados, salsichas e pratos apimentados, mas também pode acompanhar sushis, peixes e frutos do mar.
Teor alcoólico: 4,9%
Kristall
Uma cerveja de trigo, porém mais dourada e cristalina como uma Pilsen (devido a uma fina filtragem).
Tem um sabor intenso de pão/biscoito, com sutis notas de banana, cítricas e de especiarias.
Uma cerveja boa para o dia-a-dia e que pode acompanhar muito bem pratos mais suaves, como sushis, saladas, grelhados e frutos do mar.
Teor alcoólico: 5,3%
Alkoholfrei
É a primeira cerveja não alcoólica isotônica para atletas e para os que buscam uma vida saudável.
Totalmente natural e livre de aditivos químicos, gordura ou colesterol, mantém o sabor original da cerveja de trigo e tem apenas 25 calorias por 100ml.
Contém todas as vitaminas do Complexo B, além de minerais como potássio, fósforo, etc.
Oktoberfest
Cerveja especialmente produzida para as comemorações da tradicional Oktoberfest, em Munique.
Tem sabor frutado e intenso, com aroma de especiarias e coloração dourada escura e turva.
É uma cerveja de alta fermentação, produzida com malte de trigo e cevada e refermentada na própria garrafa.
Teor alcoólico: 5.7%
Schneeweisse
É uma cerveja de trigo sazonal, desenvolvida especialmente para as comemorações de final de ano, mas que acabou conquistando um bom espaço no portfólio.
Uma cerveja alaranjada, de longa maturação, com aroma cítrico e paladar condimentado.
Harmoniza bem com frutos do mar, hambúrguer, petiscos e saladas.
Teor alcoólico: 5,6%.
DICA FINAL
Para garantir que a sua Erdinger seja servida da maneira correta (lembra daquele garçom?), aqui vão as dicas para você acertar no copo:
1 – Coloque sua garrafa em pé no freezer da geladeira até que ela atinja uns 8°C. Se não tem um termômetro, vai na base dos 7 minutos mais ou menos. A posição vertical é fundamental para que o trigo assente no fundo e o gás não escape na hora da abertura.
2 – Tente usar o copo weiss apropriado, aquela “tulipona” de 500 ml. Isto porque a cerveja precisa ser colocada inteira no copo.
3 – Limpe bem o copo com água fresca, pouco detergente e use o lado amarelo macio da bucha para não riscar. Enxágue bem mesmo para não deixar nenhum resíduo.
4 – Eu gosto de usar um truque que é colocar água e três pedrinhas de gelo e deixar o copo absorver o frio por pelo menos 30 segundos.
5 – Descarte a água gelada e, com o copo inclinado, sirva lentamente a cerveja, deixando dois dedos do líquido ainda na garrafa.
6 – Agite a garrafa com movimentos circulares para misturar a levedura depositada no fundo.
7 – Sirva o restante, formando uma coroa de espuma. A levedura ficará uniformemente dissolvida na cerveja, dando sua típica aparência turva e completando o ritual para você apreciar a sua Erdinger com se deve.
Aproveite também que está no site da Confraria Paulistânia Store para dar uma navegada pela loja e escolher quais Erdinger encomendar. Vale também incluir outros rótulos da Bier & Wein porque sempre tem promoções irresistíveis de cervejas importadas e do portfólio da Paulistânia.
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Conheça as diferenças entre cerveja artesanal e cerveja industrial
Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o YouTube e o Instagram @beersenses
Cerveja artesanal é boa? E cerveja industrial é ruim? O que você acha, qual sua opinião? Mas, espera, qual a diferença entre uma cerveja artesanal e uma cerveja industrial? As cervejas vendidas hoje em dia não são todas feitas em fábricas?
Galera, nesse meu artigo aqui eu vou refletir sobre essas questões. E para responder perguntas do presente, nada melhor do que olhar para a história, para o que aconteceu no passado, em busca de entender o momento atual. Acompanhe meu raciocínio turma.
A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS
A Revolução Industrial foi um grande marco na história da humanidade. Ela teve início na segunda metade do século 18, na Inglaterra, mas se espalhou para todo o mundo, e ao longo de décadas promoveu a mudança dos processos produtivos com uma grande evolução tecnológica para a época. Tarefas, até então feitas manualmente, passaram a ser feitas por máquinas e a produtividade passou a ser o foco.
O processo de produção cervejeiro é muito minucioso, precisa de muito controle, por isso foi positivamente impactado pela Revolução Industrial. Tecnologias como a refrigeração artificial, o termômetro, as caldeiras, e outras, contribuíram muito para a evolução da cerveja.
Desde então, a tecnologia evoluiu bastante. Hoje temos a chamada Indústria 4.0, com máquinas muito avançadas, conectadas e sendo operadas por algoritmos de Inteligência Artificial. Sim meus amigos, robôs já estão produzindo todos tipos de produtos, desde carros e eletrodomésticos, até medicamentos, alimentos e cerveja! É isso mesmo, já existem fábricas de cerveja no mundo que não possuem nenhuma interação humana.
O QUE É CERVEJA MAINSTREAM?
Durante o século 20, a economia global – comandada pelos EUA – passou a ter foco em volume e redução de custos de produção para aumentar o lucro das empresas. É o famoso Capitalismo.
E, até mesmo a cerveja, se tornou capitalista. A criação de um estilo de cerveja chamado American Lager é exatamente a síntese disso: uma cerveja barata de produzir em grande escala, para ser consumida em grandes quantidades.
Com base nas receitas de lagers claras da escola alemã – oriundas da Bohemian Pilsner de 1842 – os americanos criaram seu próprio estilo de lager mais barata para ser produzida. Isso porque, basicamente, uma American Lager recebia menos quantidade de malte e de lúpulos do que as primas alemãs e tchecas, ficando com menos sabores, mais neutra, mas muito refrescante para ser consumida em grande quantidade.
Bingo: estava criada a cerveja Mainstream – termo que significa algo como “corrente dominante” em português e serve de adjetivo na economia para rotular produtos ou tendências que dominam seu mercado.
No caso da cerveja, cerca de 90% do consumo global da bebida é de American Lagers e derivadas. Por isso são chamadas de cervejas Mainstream, por dominarem absurdamente o mercado.
Importante deixar claro que o termo Mainstream não quer dizer cerveja industrial. Se algum dia o mercado global de cervejas mudar, e 90% do consumo for de cervejas artesanais, elas serão as cervejas Mainstream – só em sonho mesmo, mas serve como exemplo!
O RESGATE DA CERVEJA ARTESANAL
Vivemos em ondas, isso é um fato. Normalmente, depois de uma onda de guerras, por exemplo, vivemos uma onda de valorização da paz – foi o que aconteceu após as duas grandes guerras no século 20, quando o movimento hippie surgiu ganhando força pregando paz e amor.
E isso também aconteceu com os alimentos. Após décadas de valorização e expansão de alimentos industrializados no século 20, os anos 2000 começaram com uma nova onda de valorização de alimentos artesanais, frescos, feitos por produtores locais e usando ingredientes naturais.
É nesse ponto que entra o resgate da cerveja artesanal. Na verdade, no final da década de 70, os ingleses iniciaram uma campanha pedindo de volta sua cerveja tradicional. O movimento foi chamado de CAMRA (Campaign for Real Ale, Campanha pela Cerveja de Verdade em português).
Esse movimento atravessou o Oceano Atlântico e chegou aos EUA. Curiosamente, o mesmo país que criou a Mainstream, foi o berço do renascimento da Cerveja Artesanal.
Nas décadas de 80 e 90, um grande movimento surgiu na América, com a criação da B.A. (Brewers Association), entidade e classe que representa as cervejarias artesanais nos EUA.
Com isso, o business cresceu e se espalhou para outras regiões do mundo, chegando ao Brasil no início dos anos 2010. Nos EUA, a B.A. delimita o que pode ser chamada de Craft Beer e o que não pode. Aqui no Brasil não existe essa definição, e há muita confusão.
DIFERENÇAS ENTRE ARTESANAL E INDUSTRIAL
A linha entre alimentos artesanais e industriais nem sempre é muito clara. Há muita confusão, muitas vezes provocada pelo marketing das empresas que chamam de artesanal qualquer tipo de produto, sem distinção, o que confunde os consumidores.
Basicamente, podemos entender como conceito de uma produção artesanal, aquela que utiliza muitos processos manuais, com trabalho humano diretamente envolvido na produção, e feita com ingredientes primários, naturais e sem a adição de substâncias químicas.
Tomando por base esse conceito, uma cerveja artesanal é aquela que é produzida com muita interação humana, com técnicas tradicionais, com ingredientes mais puros e sem a utilização de corantes, estabilizantes, conservantes ou outro produto químico.
Claro que isso limita a produção. O processo mais manual tem menos produtividade, os ingredientes custam mais caro, com logística de entrega e armazenagem mais complexa, e o volume de produção é menor.
Tudo isso, inclusive, encarece a cerveja artesanal, mas o resultado final é bastante perceptível. Mas mesmo nas cervejarias artesanais há tecnologia, há máquinas, há foco na produtividade. Até porque, são empresas e precisam ter lucro.
Importante não confundir cerveja artesanal com cerveja caseira, aí é outra história. Cerveja artesanal é feita em uma fábrica, com licenças sanitárias para a produção, seguindo normas e regras, com controle de qualidade. Já a cerveja caseira é aquela que eu faço no fogão da minha casa – faço mesmo no fogão pessoal! Importante ressaltar: é proibido vender cerveja caseira, não comprem.
Já no processo industrial, a cerveja é produzida com o mínimo de interação humana, utiliza ingredientes modificados, com foco na produtividade. Mas isso não significa que o resultado deva ser uma cerveja ruim.
NÃO EXISTE CERTO OU ERRADO!
Hoje em dia há muitas cervejarias grandes, que exportam para todo mundo suas cervejas especiais, e que possuem uma produção mais industrializada para poder ter volume, reduzindo os custos e empregando cada vez mais tecnologia não só no processo de produção como no rendimento dos ingredientes. E, como vimos, isso é diferente de ser uma cerveja Mainstream.
Existe certo ou errado? Pra mim não. São características diferentes, de produtos diferentes. E isso acontece não somente com a cerveja. Hambúrguer artesanal é diferente de hambúrguer industrial, por exemplo.
Sim, cerveja artesanal também é diferente de cerveja industrial. Na minha opinião, existe mercado para os dois, existem pessoas que gostam dos dois. E mais do que isso: existem momentos onde cabe o consumo de artesanal, e momentos onde cabe o consumo da industrial.
O que eu acho errado é enganar o consumidor, aí não é legal. Chamar de artesanal uma cerveja que é industrial, tentar ludibriar o cliente confundindo tudo, isso é que não é legal.
Aqui mesmo, na Confraria Paulistania, há excelentes exemplos de cervejas industriais muito boas, que são exportadas para todo o mundo. Mas há também aqui as cervejas artesanais igualmente maravilhosas. Identifique seu gosto e a sua ocasião, e bora escolher a sua.
Que seja artesanal ou industrial, o importante é beber cerveja boa e que você goste.