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UMA CERVEJA NATALINA

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TOUR CERVEJEIRA BRASIL – PARTE 2

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O QUE SÃO CERVEJAS KOSHER?

O QUE SÃO CERVEJAS KOSHER?

Por Luís Celso Jr. é jornalista e sommelier de cervejas. Foi 3º colocado no 1º Campeonato Brasileiro de Sommelier de Cervejas e defendeu o Brasil na competição mundial em 2015. Também é professor, juiz de concursos nacionais e internacionais e consultor de cerveja. Fundou em 2006 o BarDoCelso.com, o blog mais antigo ainda em atividade sobre o assunto no Brasil, hoje também clube de cerveja artesanal por assinatura.

A forma de consumir produtos está mudando no mundo nos últimos anos. Os consumidores estão mais conscientes, mais preocupados com a saúde e atentos às suas restrições alimentares.

As comidas industrializadas estão passando por um crivo mais rigoroso, sempre de olho na composição e na presença de conservantes. Lactose, glúten, transgênicos, produtos de origem animal e outros componentes que podem ferir dietas estão hoje estampados nas embalagens para facilitar as escolhas.

Isso tudo também afeta a cerveja.

Parte da queda de 2,61% do volume de produção mundial entre 2014 e 2019 é explicada pelos especialistas como o crescimento do mercado premium e artesanal –  o que mostra que o consumidor está querendo bebidas melhores, mas bebe menos delas. A outra parte é a preocupação com a saúde, já que muitos vem trocando a cerveja por bebidas que julgam mais saudáveis.

Correndo atrás desses números, cervejarias se apressam para lançar opções alternativas e “cervejas funcionais” para não perder os clientes. A recente onda das cervejas sem álcool vai de encontro a isso. Também os produtos sem glúten, para celíacos, alérgicos ou quem simplesmente evita o consumo.

E nesse pacote das restrições alimentares ainda podemos colocar as de ordem filosóficas, como no caso dos veganos, e até religiosas, como no caso dos alimentos kosher – ou casher – para judeus que seguem essa dieta.

O QUE É KOSHER

Hoje existem cerca de 12,9 milhões de judeus no mundo, principalmente em Israel (5 milhões) e nos Estados Unidos (5,2 milhões), segundo a Agência Judaica para Israel.

Dos residentes norte-americanos, um sexto afirma que segue a dieta que determina quais alimentos e bebidas são julgados próprios para o consumo segundo a fé judaica. No entanto, muitos outros afirmam manter apenas algumas das restrições, como não comer carne de porco.

“Kosher” significa literalmente “próprio” para o consumo.

Cervejas Kosher

Existem vários itens no kashrut, o conjunto de leis dietéticas do judaísmo. Há proibições que se referem ao consumo de certos animais, como porco e frutos do mar, misturas de carne e leite, a forma de abate de mamíferos e aves e sobre produtos agrícolas (quando cultivados). Há também questões sobre utensílios usados e até sobre a quem pertenceram esses produtos.

Ou seja, a complexidade é bastante grande e, para ter certeza que o produto é kosher, ele deve ter um certificado feito por rabinos ou instituições judaicas atestando isso.

O QUE PODE E O QUE NÃO PODE NAS CERVEJAS

No que diz respeito às cervejas, a princípio todas são classificadas como kosher por serem feitas de ingredientes considerados neutros (água, malte de cevada, lúpulo e levedura).

Elas só são questionáveis se receberem adições como frutas, xaropes de frutas, condimentos ou produtos de origem animal, como lactose. Nesse caso, precisam passar pelo processo de certificação, que consiste em uma análise minuciosa dos ingredientes e processos para receber ou não o certificado.

Isso porque nem tudo é declarado nos rótulos. As restrições podem ter a ver também com insumos chamados de coadjuvantes de processo, que são utilizados na cerveja e retirados no fim.

Colágeno e outros tipos de gelatina animal podem ser um problema nessa dieta. Já o Insinglass, por exemplo, feito a partir de peixe, já foi considerado kosher.

Há também algumas restrições comportamentais. Mesmo sendo kosher, alimentos com certos tipos de grãos, como a cevada, vegetais e frutas não podem ser consumidos durante o festival religioso da Páscoa. E se a cerveja tiver pertencido a um judeu durante esse período, não poderá ser consumida mesmo após o evento.

ERDINGER

Como podemos notar, há uma grande complexidade ao determinar se um produto é ou não próprio dentro da religião judaica. Na dúvida, muitos consumidores consultam as embalagens em busca dos símbolos ou descrição das certificações.

Outra forma de saber se uma cerveja é ou não kosher é fazendo contato com as cervejarias e importadoras para saber se possuem a certificação.

A Erdinger, por exemplo, que é a maior marca de cervejas de trigo do mundo se preocupa com essa questão. Ela possui o certificado emitido em Israel que garante que é kosher. Por isso, se for o seu caso, pode consumir sem problema.

Certificado de Cervejas Kosher

Na Confraria Paulistânia você encontra toda família Erdinger e muitas outras cervejas importadas e artesanais. Corra e garanta a sua!

Leituras sugeridas: ICH WILL EINEN ERDINGER! e MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA – O SELO DA DIFERENCIAÇÃO

DIA DO TRIGO

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DESMITIFICANDO ROCK E CERVEJA (PARTE 4)

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Halloween – Cervejas ou Travessuras?

Halloween – Cervejas ou Travessuras?

Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas. 

A origem do Halloween e 3 cervejas para você comemorar a data!

Você pode até virar a cara para certos estrangeirismos, mas celebrar o Halloween é o máximo. Eu adoro um bom motivo para me fantasiar, decorar a casa e celebrar com boas cervejas! Vamos conhecer um pouco da origem dessa festa e escolher algumas cervejas para brindar?

O Halloween é uma festa 100% importada da cultura norte americana e é celebrada anualmente no dia 31 de outubro. Dentre as principais tradições, as famosas lanternas feitas de abóbora, fantasias de monstros, bruxas e fantasmas e claro, crianças pedindo “doces ou travessuras” nas portas das casas, costumam compor os ritos mais marcantes.

Calendário Celta que aponta o Halloween
Roda do Ano Selta

A verdade é que a origem desse evento tem ligação com o antigo povo celta, que costumava festejar o ritual de passagem “Samhain”, algo como o fim do verão, que celebrava tanto a colheita, que alimentaria o povo durante o árduo inverno que os esperava, bem como prestava homenagem aos mortos.

Os povos celtas, que viveram há 2.000 anos, principalmente na área que hoje é a Irlanda, o Reino Unido e o norte da França, comemoravam o ano novo no dia 1º de novembro.

Este dia marcava o fim do verão e da colheita e o início do inverno escuro e frio, época do ano frequentemente associada à morte humana. Os celtas acreditavam que na noite do dia 31 de outubro, anterior ao Samhain e ao ano novo celta, o fino véu que separava o mundo dos vivos e dos mortos se tornava obscuro e que os fantasmas dos mortos voltariam e espíritos malignos poderiam caminhar pela terra.

LUZ PARA ESPANTAR E GUIAR ALMAS PERDIDAS

As pessoas iluminavam então suas casas para espantar essas almas perdidas e deveriam usar máscaras e disfarces para se misturarem aos fantasmas. Rostos assustadores eram esculpidos em vegetais como mais uma forma de espantar seres sobrenaturais e maus espíritos.

Fogueira do Halloween

Fogueiras eram acesas e utilizadas para a queima do joio (uma espécie de erva daninha que crescia em meio às plantações de cereais), como símbolo do fim da colheita e do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório ou para repelir bruxaria e a peste negra.

Além disso, os celtas acreditavam que essa abertura entre os portais do mundo sobrenatural facilitaria a previsão do futuro. Nessa noite, os druidas (entidades responsáveis por aconselhamentos e orientações tanto jurídicas quanto filosóficas dentro da sociedade celta), bem como os sacerdotes, faziam profecias, que trariam conforto durante o longo e escuro inverno.

St. Gregory III

Entretanto, já no século VIII, o então Papa Gregório III designou o dia 1º de novembro como uma época para homenagear todos os santos. Logo, o Dia de Todos os Santos (All Haloows Eve) incorporou algumas das tradições do Samhain e passou a ser chamada amistosamente de Halloween.

As imigrações britânicas que chegaram na América do Norte, trouxeram consigo os hábitos e celebrações típicos e à medida que as crenças e os costumes de diferentes grupos étnicos europeus e dos índios americanos se mesclavam, uma versão distintamente americana do Halloween começou a surgir, com celebrações mais festivas que incluiram brincadeiras e eventos de rua realizados para celebrar a colheita.

TRAVESSURAS OU GOSTOSURAS?

Nessa ocasião, os vizinhos compartilhavam histórias de mortos, contavam a sorte uns dos outros, dançavam e cantavam. Ainda inspirados nas tradições europeias, os americanos começaram a se fantasiar e ir de casa em casa pedindo comida ou dinheiro, uma prática que acabou se tornando a tradição das “travessuras ou gostosuras” de hoje. Uma festa popular que se tornaria tradição desse novo povo emergente.

Casa decorada nos EUA para o Halloween
Brincadeira levada a sério

A consolidação da festividade veio na ocasião da chegada de um grande grupo de novos imigrantes vindos especialmente da Irlanda, já na segunda metade do século 19. Milhões de irlandeses que fugiam da “grande fome das batatas”, ajudariam a popularizar o Halloween a nível nacional.

Nos dias atuais, o Halloween se trata muito mais de um feriado para festejar com a vizinhança e a comunidade, do que de fato uma data com conotação religiosa e supersticiosa com alusão à espíritos malignos e feitiçarias.

Parte dessa mudança de visão nasceu nos anos 1800, quando houve um grande movimento na América para transformar o Halloween em um feriado para crianças e adultos celebrarem com jogos, comidas da época e fantasias festivas.

Já no século XX, pais seriam incentivados por jornais e lideranças comunitárias a evitar símbolos e imagens assustadoras ou grotescas das celebrações do Halloween e o ritual “travessuras ou gostosuras” se tornariam uma forma relativamente barata de uma comunidade inteira compartilhar a celebração. As famílias poderiam evitar que se pregassem peças nelas, oferecendo pequenas guloseimas às crianças da vizinhança.

Assim, uma nova tradição americana se consolidou e atualmente os americanos gastam cerca de US$ 6 bilhões anualmente no Halloween, com fantasias de crianças e pets, decoração e guloseimas em geral, tornando-o o segundo maior feriado comercial do país depois do Natal.

NO BRASIL…

Aqui no Brasil, a festa não tem tamanha proporção, mas costuma movimentar as escolas e comércios decorando-os com fantasias e abóboras iluminadas, com esse anseio de mimetizar a festividade tão popular na América do Norte.

Falando em abóbora, assim como as cervejarias nos Estados Unidos, algumas cervejarias brasileiras aproveitam a ocasião do Halloween para lançarem suas “Pumpkin Ales”, cervejas que levam abóbora em sua composição.

Elas nasceram a partir da colonização norte-americana, como parte da descoberta de novos frutos e vegetais da nova América.

A abóbora fazia parte da alimentação cotidiana dos nativos e a história conta que os primeiros imigrantes europeus adotaram esse fruto popular como alternativa de fonte de amido e açúcares para fermentar cervejas, na ausência de importação e cultivo de cevada.

As Pumpkin Ales tradicionais, portanto se tratavam muito mais de um produto alternativo, fruto da necessidade, do que uma bebida tradicional e sazonal.

Isso até a era da revolução da cerveja artesanal, já nos anos 80, onde um cervejeiro norte-americano decidiu reproduzir uma receita de cerveja com purê de abóbora em uma cerveja de base Amber Ale, adicionando também algumas especiarias que são tipicamente utilizadas nas tortas de abóbora características da época de Ação de Graças. Assim nascia a Pumpkin Ale moderna.

SEGUEM DICAS:

Na ausência de Pumpkin Ales, decidi indicar 3 cervejas para você brindar o Halloween e ainda uma receita de cocktail com uma dessas cervejas:

Cerveja inglesa Trooper Fear of the Dark

Uma autêntica English Stout, com 4,5% de álcool. Esse rótulo é perfeito para o Halloween e a garrafa pode ainda servir de decoração para a festa, uma vez que ela é ilustrada pela caveira conhecida como “Eddie the Head”, o mascote morto-vivo da banda de heavy metal Iron Maiden.

Aproveita que o kit com pint está em promoção: www.confrariapaulistaniastore.com.br/kits-para-presente/258-kit-trooper-fear-of-the-dark-1grf-500ml1copo500ml.html

Cerveja nacional Paulistânia Ipiranga

Uma Strong Red Lager de 7,2% de álcool com amburana, uma madeira tipicamente brasileira, que vai agregar notas de especiarias e baunilha para a cerveja.

A cor da Paulistânia Ipiranga é incrível, brilhante e avermelhada, essa cerveja vai combinar bem com sobremesas, além de ser ótima cia para aquela tábua de queijos e frios da sua mesa de Halloween, que vai ficar ainda mais linda com a cor exuberante dessa cerveja.

https://confrariapaulistaniastore.com.br/12-cervejas-paulistania

Cerveja belga Faro Boon,

Esta cerveja pertence ao relativamente raro estilo Faro Lambic leve e delicada, com adição de açúcares, sobrepondo a típica acidez das Lambics, com uma doçura significativa, resultando numa cerveja delicada e de sabor agridoce e textura frisante.

Saiba mais sobre – BOON: PASSADO, LEGADO E FUTURO.

Uma ótima opção para servir de boas-vindas para seus convidados, além de ser ingrediente de um delicioso cocktail de Halloween que eu vou te ensinar:

Cocktail “Spiced Witch”

Para o cocktail, anote os ingredientes e passo a passo:

  1. 30 ml de Whisky Bourbon
  2. 10 ml de suco de limão siciliano
  3. 20 ml de xarope de abóbora com especiarias*
  4. 40 ml de cerveja Faro Boon

Bata vigorosamente os três primeiros ingredientes em uma coqueteleira com gelo por aproximadamente 30 segundos.

Verta o líquido com uma peneira tipo strainer para uma taça estilo Martini previamente resfriada e complete com a cerveja Faro e decore com um anis estrelado.

Para fazer o xarope:

  1. O primeiro passo é fazer um xarope simples: Ferva cerca de 200ml de água mineral. Desligue o fogo e adicione 200gr de açúcar branco refinado. Mexa até dissolver completamente. Reserve.
  2. Polvilhe em aproximadamente 200gr de abóbora japonesa sem as sementes, uma mistura de especiarias (canela, anis estrelado, cravo moído e pimenta do reino). Embrulhe em papel alumínio e leve ao forno médio por aproximadamente 30 minutos ou até a abobora ficar macia.
  3. Após assada e já morna, com a ajuda de uma colher, remova a polpa da abóbora condimentada e bata no liquidificador junto com o xarope simples reservado até ficar homogêneo. O xarope de abóbora costuma ter validade de até 15 dias, quando armazenado em geladeira.

Lembrando que todas as cervejas listadas estão disponíveis e você pode comprar direto em nosso e-commerce: www.confrariapaulistaniastore.com.br

Aproveitem o Halloween e lembrem-se de beber com moderação! Saúde!

Para saber mais sobre a história do Halloween e das Pumpkin Ales, acesse abaixo as fontes para esse singelo texto: www.history.com/topics/halloween/history-of-halloween e www.thebeertimes.com/historia-cervezas-pumpkin-ale

Oktoberfest e Napoleão Bonaparte

Oktoberfest e Napoleão Bonaparte

Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o youtube e o instagram @beersenses Oktoberfest: Como Napoleão Bonaparte ajudou a criar a maior festa do mundo. Se você ficou curioso com o título desse artigo não se 

TOUR CERVEJEIRA BRASIL – PARTE 1

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Afinal, cerveja é um produto vegano?

Afinal, cerveja é um produto vegano?

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Hoje vamos saber tudo a respeito dessa pergunta, que vem sendo cada vez mais recorrente. Porém antes vamos entender melhor o que é uma dieta vegana e o que é uma vegetariana.

A principal diferença entre veganos e vegetarianos é que os veganos não consomem nada que tenha origem animal, seja em sua alimentação ou outros produtos, como artigos para higiene, limpeza, vestuário ou remédios. Já o vegetariano não come carne, peixe e aves, mas consome outros produtos de origem animal.  A principal motivação dos veganos e vegetarianos é ética, no entanto, o vegetarianismo também pode ser motivado por questões de saúde e religião.

É considerado vegetariano o indivíduo que exclui carne, aves e frutos do mar de sua dieta. Porém, existem diferentes tipos de vegetarianismo e alguns também excluem laticínios e ovos.

Os tipos mais comuns de vegetarianos incluem:

  1. Ovo-lacto vegetarianos: vegetarianos que evitam carne de animais, mas consomem laticínios e produtos com ovos.
  2. Lactovegetarianos: vegetarianos que evitam carne e ovos, mas consomem produtos lácteos, como leite, queijo, iogurte, manteiga, entre outros.
  3. Ovo-vegetarianos: vegetarianos que evitam todos os produtos de origem animal, porém consomem ovos.

Ainda há a dieta flexitariana, feita por pessoas que estão cortando a ingestão de carne, mas ainda comem em alguns casos. Também é considerado aquele que não come outros tipos de carne, porém consome peixe.  Embora às vezes considerados vegetarianos, os flexitarianos comem carne animal ocasionalmente. Portanto, eles tecnicamente não se enquadram na definição de vegetarianismo.

selo vegetariano e vegano

Já o veganismo pode ser visto como a forma mais radical e estrita de vegetarianismo. Mais do que uma dieta, pode ser considerado um estilo de vida, que busca excluir todas as formas de exploração e crueldade animal.

Os veganos, além de não consumirem nenhum tipo de carne, dão um passo adiante eliminando todos os alimentos de origem animal de sua dieta, incluindo leite, mel e ovos.

As dietas vegetarianas já existem desde 700 a.C.

Suas razões podem ser éticas, mas a dieta também pode ser adotada por questões de saúde, ambientalismo e religião.  Já a razão para o veganismo é principalmente ética. A motivação é evitar todas as formas de exploração animal e, por isso, além da alimentação, os veganos renunciam a qualquer produto de origem animal.

Em termos de ética, os vegetarianos se opõem a matar animais para alimentação, mas consideram aceitável o consumo de subprodutos de origem animal, como leite e ovos.

Por outro lado, os veganos acreditam que os animais têm o direito de estar livres do uso humano, seja para alimentos, roupas, ciência ou entretenimento. 

Veganos também tendem a evitar circos, zoológicos, rodeios, corridas de cavalos e qualquer atividade envolvendo o uso de animais para entretenimento.

Então vamos falar de cerveja!

À princípio, se observamos apenas os principais ingredientes, quase todas as cervejas deveriam ser veganas. No entanto, a verdade é que nem toda cerveja é vegana, e reconhecer isso já é um diferencial para quem pretende adentrar neste estilo de vida, e até mesmo, para quem já está dentro. 

Primordialmente, o que torna a bebida imprópria para veganos são aditivos e clarificantes de origem animal, e adicionalmente, o patrocínio a atividades que “maltratam” animais.

De modo simplificado, a fabricação de cervejas possui três etapas essenciais: mostura, fervura e fermentação.

tanques de fermentação de cerveja

A cerveja, logo após encerrado o processo de fermentação, pode se encontrar turva devido a algumas proteínas que permanecem suspensas na bebida, então, se acrescentam agentes colantes que geralmente são de origem animal (albumina, gelatina, isinglass) que se ligam a essas proteínas e precipitam. Assim fica mais fácil de se filtrar e obter uma cerveja clarinha.

O método mais utilizado é o isinglass, definido como se fosse uma cola, mas que é obtida da bexiga dos peixes. Portanto, qualquer produção que utilize o isinglass não pode ser consumido por vegetarianos nem veganos

Um outro caso que devemos considerar é que algumas cervejas têm adição de mel em sua composição, tornando-a imprópria para os veganos.

Mas como identificar se a cerveja é vegana?

Infelizmente, não são todas as marcas que colocam nos seus rótulos algo que possibilite identificar facilmente se a bebida é apta ao público vegano. Mas existe um mecanismo que dá uma ajudinha nesse quesito, o site Barnivore. Nele há registro de uma grande variedade de bebidas alcoólicas devidamente classificadas quanto à adequação para veganos.  

Importante ressaltar que, a composição do produto não é o único quesito a ser avaliado na hora de identificar se a cerveja é, ou não, apta para consumo de veganos. Muitas empresas do ramo são responsáveis por patrocinar eventos que exploram animais, e assim, suas cervejas não são veganas, mesmo que na composição sejam isentas de aditivos de origem animal.

Para ilustrar esse artigo, escolhi a magnífica Wayan da minha cervejaria preferida no mundo, a Birra Baladin (leia aqui: A ITÁLIA EM SÃO PAULO). Uma Saison de pirar o cabeção de qualquer veganão! Nesta experiência palatável, uma profusão de sabores será descoberta em diferentes etapas do gole.

especiarias da cerveja Baladin Wayan

Sua coloração amarelo profundo, ligeiramente turva, tem uma espuma fina e persistente com uma bela cor bege claro. Os aromas muito complexos, evocam imediatamente campos de flores que suavemente nos levam a um mar de tomilho e alecrim.    

Assim que a cerveja aquece, os aromas vegetais evoluem para um maravilhoso buquê floral, que termina com claras notas de pimenta moída.

Ao ser degustada, libera uma alegoria de sabores: do adocicado dos maltes aos sabores cítricos e com notas mais vivas de especiarias e pimenta fresca, que dão vontade de tomar um segundo e agradável gole, e um terceiro e um quarto… afinal, olha os ingredientes que compõem esse esplendor de cerveja: Água, malte de cevada, espelta, malte de trigo, trigo, centeio, trigo sarraceno, lúpulo, mistura de especiarias, raspas de frutas cítricas e ervas aromáticas em proporções variáveis, açúcar, fermento.
ABV 5,8% / 10 IBU.

Harmonização Vegana

Risoto Alho-Poró e Limão Siciliano

Ingredientes:

2 colheres de sopa de manteiga de castanhas
200 g de arroz arbóreo
100 ml de Baladin Wayan
1 xícara de alho-poró cortado em rodelas
1 limão siciliano
1 litro de caldo de legumes
raspas da casca do limão siciliano
pimenta do reino e sal a gosto

Risoto Alho-Poró e Limão Siciliano com Baladin Wayan
Foto: Candy Nunes

Numa frigideira grande derreta duas colheres de manteiga de castanha, depois adicione o alho-poró ou cortado em rodelas e deixe dourar. Adicione o arroz arbóreo mexendo até incorporar ao alho-poró.
Despeje 100 ml de Baladin Wayan e deixe evaporar. Aos poucos, com uma concha, adicione o caldo de legumes, sempre mexendo e trazendo outra concha a cada vez que o arroz secar.
Repita o processo até o arroz ficar bem cremoso e tempere com pimenta do reino e sal agosto.
Esprema um limão siciliano e incorpore ao risoto. Sirva com raspas de limão siciliano e azeite de oliva.

Eu sei, você ficou com vontade, não é mesmo? Já está pensando na sua receita vegana para harmonizar com uma boa cerveja veggie friendly, correto?
Não perca tempo, entre agora no site Confraria Paulistânia Store e escolha quais cervejas você irá escolher para harmonizar naquele seu almoço ou jantarzinho vegano delícia. Ah, não esqueça de convidar os amigos, sempre uma nova experiencia fortalece a amizade!

SAÚDE A TODOS

Oktoberfest à brasileira

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DESMITIFICANDO ROCK E CERVEJA – PARTE 3

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PRIMAVERA CERVEJEIRA

PRIMAVERA CERVEJEIRA

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Leia Também: ME APAIXONEI PELA LARALIMA

Nesta quarta-feira, 22/09, exatamente às 16h21 aconteceu a chegada da estação mais linda de todas. O horário pôde parecer bastante sugestivo, mas o fato é que o equinócio da primavera marca o momento exato do início da estação.

No hemisfério sul, a primavera é caracterizada pelo desabrochar das flores, retorno das tão esperadas chuvas e pelo aquecimento da temperatura. O clima é mais ameno e a natureza fica mais colorida com flores de variados tipos. Por conta disso, é um período conhecido também como “estação das flores”. O pico das floradas é o início da época de reprodução de muitas espécies de árvores e plantas, além de promover o aumento das colônias de polinizadores.

Mas o que é o equinócio de primavera?

Devido ao eixo de inclinação da Terra, os dois hemisférios (Norte e Sul) são iluminados de forma diferente. No entanto, existem duas situações em que o Sol acaba incidindo seus raios perpendicularmente sobre a linha do Equador, o que acaba por iluminar de forma igual os dois hemisférios, essas situações são denominadas de equinócio.

O equinócio de setembro marca o início da primavera no hemisfério Sul. No equinócio, o dia e a noite têm duração de 12 horas cada.

equinócio de primavera

Essa característica deu origem ao seu nome, porque a palavra equinócio é formada do latim, em que houve a junção de equi, que significa “igual”, e nocio, que significa “noite”.

Primavera e cerveja!

Uma estação colorida e perfumada como esta, abre logo o paladar para os apaixonados por cerveja já começarem a pensar quais são os estilos e rótulos que irão compor o cenário.

São muitas as opções, mas sem dúvida as frutadas, herbais e florais, caem como uma luva nestes dias que desabrocham não apenas as flores, mas uma sensação de leveza em nossos coraçõezinhos maltados.

Separei então, dois exemplares para deixar qualquer um(a) inserido(a) na vibe que tange esse momento do ano. Mas, antes de revelar quais foram as minhas escolhas. Quero contar uma coisa muito interessante sobre nossa primavera brazuca: – Você sabia que existe uma cereja nativa das terras brasilis?

CEREJA DO BRASIL

Pois é, fui surpreendida por essa informação, da maneira mais legítima que poderia acontecer. Na quadra onde eu moro, pode observar que uma árvore frondosa ficou completamente florida, no finalzinho de agosto.

Então, começaram a surgir pequenos frutos verdinhos que se pareciam com uma acerola, mas não era possível… nunca tinha visto um pé de acerola tão alto e frondoso. Foi aí que meu super ajudante para assuntos jardineirísticos, Sr. Pedro de 70 anos, me falou: “- Candy, você viu o pé de cereja como está carregado?”

Pronto! Isso me deixou super curiosa e logo fui procurar saber que cereja diferente era aquela. Trata-se de uma Eugenia Involucrata (Myrtaceae), mais conhecida como Cereja do Mato.

A Cereja do Mato é uma árvore de 5 a 10 metros de altura, copa cilíndrica e tronco com casca castanho claro. As Folhas da Cereja do Mato têm com coloração verde e brilhante, com 4-8 cm de comprimento e 1,5-3 cm de largura. Seus frutos aparecem no início da primavera.

De origem nativa, elas são encontradas desde o estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, principalmente na floresta semidecidual de altitude.

CEREJA COM BENEFÍCIOS

As espécies de árvores nativas como a CEREJA DO MATO são muito indicadas para ações de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismos ou plantios domésticos. O reflorestamento, por exemplo, corresponde a implantação de florestas em áreas que já foram degradadas, seja pelo tempo, pelo homem ou pela natureza.

Mas agora pasme e conheça alguns dos benefícios do consumo dessa frutinha mágica, abaixo:

Alcalinizante, a cereja combate o ácido úrico e neutraliza os ácidos no nosso organismo. Fazer uma dieta com 1 kg de cereja e nada mais num dia, você elimina o excesso do ácido do corpo.  A fruta combate a artrite, a gota, o reumatismo graças a seu poder anti-inflamatório.

Graças às fibras, além de melhorar o funcionamento intestinal e diminuir a gordura abdominal, a cereja ajuda combater o colesterol e doenças do coração. Como toda fruta vermelha, ela atua no cérebro melhorando a memória. A cereja pode ser consumida in natura, em sucos ou em forma de geleias, compotas, sendo que ao natural é a melhor forma de aproveitar seus nutrientes.

Me fala, foi só eu que pirei nessa ou você também ficou com uma vontade instantânea de beber uma Kriek do Mato? #ficaadicapaulistânia

#ESCOLHASDACANDY

Mas enquanto essa maravilha não vem, vou revelar uma escolha nº 1 para essa primavera. Nada mais nada menos que a maravilhosa Oude Shaarbeekse Kriek Boon – Edição Limitada. Uma Fruit Lambic com ABV 6% e uma coloração vermelha de hipnotizar o ser humano.

CERVEJA DE PRIMAVERA - Oude Shaarbeekse Kriek Boon

A Oude Kriek Boon tem 250g de cerejas “Schaarbeekse”, conferindo uma experiência de sabor única. Essa cereja poderosa de origem belga, colhidas em 2019, sustentam o sabor amargo e suave desta Lambic com uma expressão de cereja muito potente, mas equilibrada.

Na maturação, ela passa um período extra, de 6 meses em barricas de carvalho, adicionando um toque complexo e agradável.

Minha escolha nº 2 foi a Praga Premium Pils, uma Bohemian Pilsner, que tem no aroma e sabor uma explosão de lúpulo Saaz, bastante herbal e com toque floral. Nada mais delicioso, podendo ser comparado ao orvalho fresco das manhãs primaveris.

Com ABV 4,7% e 25 IBU, essa lager é a verdadeira Pilsen puro malte! É uma cerveja dourada com espuma cremosa, aroma fresco herbal e maltado, com moderado amargor. Refrescante, leve, fácil de beber, ela irá conquistar suas papilas gustativas no primeiro gole.

Recomendação de leitura: SAAZ PARA CÁ!

Já sei! Rolou um desespero pra ter essas duas maravilhas compondo a sua comemoração da chegada da primavera, não é mesmo?
Então entra agooooora no site da Confraria Paulistânia Store e garanta essas e outras delícias para florescerem na sua geladeira!