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Olá meus amigos “amanti di la birra”

SOUTH STREET AMICI MIEI

Após alguns dias em Roma, alugamos um carro e partimos para a segunda etapa de nossa viagem rumo ao sul.

Confira o início dessa história: ITÁLIA 1 – “PIZZE, PASTA, DOLCI E BIRRE”

Resolvemos dar uma “esticada”,  para mais ao sul de Caserta, terra da família de Ernesto e nosso destino final, a fim de visitar nosso amigo e Chef Domenico Paolo, Paulinho para nós,  que atualmente vive em Castellabate.

Mapa Castellabate
Mapa Castellabate

A família de Paulinho tem uma propriedade – no Brasil chamaríamos de sítio – onde criam animais de pequeno e médio porte e cultivam vários produtos como azeitonas (fazem o melhor azeite que já provei na vida) vários tipos de legumes, verduras e frutos, dentre os quais tomates. E nossa visita coincidia justamente com a colheita dos pomodori, e o preparo secular para conservá-los, na forma de passata, um molho puríssimo que só é temperado quando de sua utilização em pizzas e massas, principalmente. Vale salientar que a viagem foi maravilhosa.

Ernesto assumiu o volante e eu aproveitei para tomar algumas Trooper IPA que comprei em Roma e deixei numa caixa térmica justamente para consumir durante a viagem.

Chegando em Castellabate, Paulinho estava aguardando na entrada da cidade em sua Vespa e nos conduziu até a propriedade de sua família.

A colheita dos tomates e a produção dos vidros e vidros de passata é uma verdadeira festa. Tudo é feito manualmente pela família e vizinhos e, enquanto trabalham, entoam canções típicas que se perpetuam há várias gerações.

A giornata levou o dia inteiro e, para coroar o dia, fomos convidados para jantar Pappa col Pomodoro, um tipo de sopa, bem densa, que se popularizou nos períodos de guerra pois é feita com pão velho o molho de tomates. Evidentemente seria usado o molho feito naquele dia, super fresquinho. Um dos vizinhos levou uma peça de queijo parmesão, que foi ralado imediatamente e é o terceiro ingrediente da receita. E eu ofereci algumas cervejas Paulistânia Marco Zero que havia levado do Brasil para esse fim.

Marco Zero e passata caseira, com essa combinação sua ceia nunca mais será a mesma!
Marco Zero e passata caseira, com essa combinação sua ceia nunca mais será a mesma!

Uma ceia simples mas muito saborosa. E a Marco Zero combinou divinamente com o frescor do prato.  Dá pra imaginar que estávamos comendo ingredientes que há poucas horas estavam plantados?

Caserta, estamos chegando!

Passamos a noite na casa do Paulinho e no dia seguinte, após um saborosíssimo café da manhã, que incluiu mini pizzas com molho e queijo produzidos ali, pegamos a estrada em direção a Caserta.

Antes de irmos para a casa dos tios de Ernesto, ele fez um desvio para me mostrar o Caseificio D’Anna, local onde se produz a “melhor mozzarela do mundo”, pelos critérios dele. E não é que Ernesto tinha razão!

Paulistânia Largo do Café
Paulistânia Largo do Café

Experimentei de cara as mussarelas de búfala. Assim que dei a primeira mordida minha boca se preencheu com um sabor de leite fresco! Corri para o carro e peguei uma Paulistânia Largo do Café, em temperatura ambiente mesmo. Que bela combinação!

O sabor do “café com leite” me transportou à infância. Só faltou um pão quentinho com manteiga derretendo. Mas não faltava não. Renata, a amável garota que nos atendeu providenciou fatias de pão italiano coroadas com a manteiga feita no Caseificio. Experimentei também a burrata que eles produzem…..algo dos deuses.

Ernesto comprou algumas mozzarellas e burratas e enfim nos dirigimos à casa de seus tios.

Benvenuto in famiglia

Nossa recepção foi digna de ser filmada. Aquela “italianada” havia preparado um “lanchinho” para nos receber. Frios, pães salgados e doces, com ou sem recheio, antepastos, geleias, queijos… e Ernesto ainda contribui com as mussarelas e burratas.

Para não me fazer de rogado, minha contribuição foi com cervejas brasileiras. Ofereci quase toda a linha da Paulistânia mas ainda guardei algumas para um próximo evento. Depois de quase 4 horas de muita conversa aos berros, música e comilança, fomos acomodados em dois quartos muito confortáveis.

No dia seguinte, tomamos um farto café da manhã e Ernesto, acompanhado por seu primo Giuseppe, que fez as vezes de nosso guia, me levou para um “city tour”.

Caserta é uma cidadezinha super simpática. Ali ha um Palácio lindo da época em que a cidade foi sede do Reino das duas Sicilias controlado pelos  Bourbons.

Durante o passeio, Giuseppe nos convidou para jantar em seu restaurante, onde nos serviria Pettola e Fagioli con Braccioline di Codena, um prato que leva massa parecida com a massa de lasanha, feita só com farinha e água e cortada a grosso modo (maltagliati), feijões brancos graúdos e essas braciolini que são pequenas brajolas feitas com a parte da pancetta que tem o couro do porco.

Paulistânia X

Esse também é um prato da época da guerra. Faltava a carne do porco mas usavam o couro da pancetta que após um longo cozimento ficava bem macio e saboroso.

Retornamos à casa de meus novos amigos para uma chuveirada e nos dirigimos ao restaurante. Eu havia guardado para uma ocasião especial algumas garrafas de Paulistânia X, uma Barleywine fantástica que passa por refermentação no método Charmat.

Após algumas bruschettas, queijos e azeitonas, Giuseppe mandou servir o prato principal. Difícil descrever essa mistura de sabores. Tudo se harmonizava à perfeição e a Paulistânia X foi elogiadíssima por todos. “Má questa birra non é un vino? ” – era o comentário de todos

Que jantar, meus amigos. Nunca esquecerei.

COMER, BEBER E APROVEITAR!

O dia seguinte nos aguardava com um lindo céu azul, sol de primavera e uma última aventura gastronômica. Eu queria conhecer a L’ANTICA PIZZERIA DA MICHELE (Via Cesare Sersale, 180139 – Napoli – +39 081.55.39.204) aquela em que Julia Roberts se refestela com uma pizza de dar água na boca no filme Comer, Rezar e Amar.

No caminho para Nápoles, Ernesto passou pelo Caseificio D’Anna, onde havíamos comprado as mussarelas no nosso primeiro dia em Caserta.

Conversou durante um tempo com a amável atendente Renata e saiu de lá com uma enorme bolsa térmica. Perguntei:

  • O que você está aprontando, Erné?
  • Prometi pro meu filho Vicenzo que levaria mussarelas e burratas daqui pra ele experimentar.
  • Mas a gente não pode entrar com isso no Brasil. A alfândega vai barrar.
  • Deixa comigo, Luiz.

Pois bem, pegamos a estrada rumo a Nápoles. Ernesto tem parentes lá também.

Passamos pela casa dos tios onde deixamos as mussarelas bem acondicionadas na geladeira e nos dirigimos para um pequeno passeio pela cidade que terminou na L’Antica

Pizzeria Da Michelle.

O lugar é muito pequeno. Tem pouquíssimas mesas e só serve dois sabores – margherita (massa coberta com molho de tomates  mussarela e manjericão) e marinara (massa coberta com um molho de tomates divinamente bem temperado, que fica marinando previamente com alho e condimentos deliciosos).

Chegamos por volta das 19 horas e a casa já estava lotada, com uma enorme fila de espera. Mas vi que dava para fazer um pedido no balcão e comer sentado na calçada. Foi o que fizemos.

Ah, algumas curiosidades. Ali se come a pizza com as mãos. As pizzas são individuais, mas dá pra “rachar” para duas pessoas, só que isso não é bem visto e a casa não vende bebidas alcoólicas. Compramos uma pizza de cada sabor. Enquanto Ernesto esperava nosso pedido sair, fui em busca de algum lugar que vendesse cervejas.

Encontrei uma lojinha que tinha cervejas Baladin (Grazie Teo Musso  novamente). Comprei duas Wayan – essa espetacular Saison do Birrificio. Quando voltei com as cervejas geladas e já abertas, Ernesto estava saindo com nossas pizzas quentinhas.

Nossa refeição foi ali na calçada em frente à Da Michelle. A massa das pizzas é grossa, crocante por fora e macia por dentro, mas sobretudo muito leve e saborosa. Foi a cereja do bolo de nossa viagem.

Antes de voltar a Caserta fomos buscar as mussarelas, obviamente.

BRASIL, ESTOU VOLTANDO!

No dia seguinte, arrumamos nossa bagagem e rumamos para o aeroporto de Roma. Devolvemos o carro alugado ali mesmo e não tivemos problemas no check in.

Antes de embarcar, compramos umas “bags” congeladas e reabastecemos a bolsa térmica que acondicionava os queijos, que viajou como bagagem de mão do Ernesto.  Nenhum problema no embarque e meu amigo entrou no avião com cara de vitorioso.

Após quase 12 horas chegamos ao Brasil.

Pegamos nossa bagagem e nos dirigimos à Alfândega. Nessa hora Ernesto sorridente pegou seu celular e ligou para o filho Vicenzo, que nos aguardava na saída do desembarque.

  • Vicenzo, eu trouxe as mozzarellas.  Me aguarde.

Eu segui com minha bagagem à frente de Ernesto, apertei o botão e acendeu a luz verde. Enquanto eu caminhava, ouvi a característica campainha da luz vermelha. Me subiu um frio na espinha: a bagagem de meu amigo seria inspecionada. Os fiscais da alfândega solicitaram gentilmente que Ernesto abrisse todas as malas e quando chegaram na bolsa termica já disseram:

  • O senhor não sabe que é proibido trazer alimentos frescos?
  • Sim, mas essas mussarelas são um presente de meus parentes…
  • Não tem jeito senhor. Teremos que apreender essa mercadoria

A Essa altura  meu amigo já estava com o rosto vermelho, gesticulando e gritando,  como um bom italiano:

  • Vocês não vão ficar com minhas mussarelas. Meu filho vai ficar doente se não comer.
  • Não tem jeito senhor  temos que cumprir a lei. Essa carga não vai sair daqui.
  • Dane-se a lei. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. Vou buscar meu filho ali no desembarque e ele vai comer aqui. Luiz, não deixe ninguém encostar nas mussarelas.

E saiu feito um doido, deixando todos boquiabertos e sem reação. Dali a pouco Ernesto volta com seu filho. Não sei como ele conseguiu mas Vicenzo estava ali  na minha frente:

  • Pronto filho, come o quanto quiser

O rapaz pegou uma bolota daquelas e devorou em 3 ou 4 mordidas.

  • Agora come a burrata

Novamente Vicenzo devorou o queijo  se lambuzando todo com o recheio cremoso.

  • Coma mais, coma mais.

E lá se foram mais algumas bolotas pro estômago de Vicenzo.

  • Chega pai, não aguento mais

Isso tudo acontecendo nas fuças dos fiscais boquiabertos e sem nenhuma reação. Quando Vicenzo se satisfez, Ernesto praticamente pulou para detrás do balcão onde estavam os fiscais, pegou um frasco de um líquido viscoso, cor violeta, que provavelmente era um tipo de tinta para carimbos e derramou sobre todos os queijos que haviam sobrado dizendo:

  • Se minha família não vai comer, ninguém vai comer.

Acreditem, essa cena aconteceu e ninguém foi sequer detido! Saí de lá ainda incrédulo mas rindo muito.

Como sempre, todas as cervejas que citei e mais um portfólio delicioso você encontra em bares e restaurantes no Brasil e na Loja Online da Confraria Paulistânia.

Até a próxima!

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