UNA BIRRA, PER FAVORE!

UNA BIRRA, PER FAVORE!

Por Luiz Caropreso, professor, sommelier, escritor, consultor e colunista para a área de cervejas. Diretor da BeerBiz Cultura Cervejeira.

O NORTE DA ITÁLIA REGADO ÀS CRIAÇÕES DE TEO MUSSO

Ciao amicelli.

Dessa vez quero propor a vocês um passeio pelo norte da Itália, e o veículo será nossa mente. Como diz meu guru, vamos voar com os pés no chão, uma vez que viajar fisicamente não se sabe quando será possível novamente.

Mas nada nos impede de dar asas à  imaginação e desfrutar bons momentos através da mágica das palavras.

Quero trazer para vocês alguns dos prazeres gastronômicos do norte da Itália, regados pelas preciosidades criadas por Teo Musso o cervejeiro e mentor do Birrificio Baladin, localizado em Piozo, também ao norte da “Velha Bota”, muito próximo de Turim. Aliás, nessa cidade há um bar do próprio Birrificio em questão

Open Baladin Torino

Antes, vou deixar as palavras do site da cervejaria para expressar a paixão pelo ofício e objetivo de vida do mestre cervejeiro:

“Para Teo Musso, cerveja é paixão, um amor intenso pelo paladar e certamente uma forma de expressão.  Por meio de suas receitas, ele comunicou momentos especiais de sua vida, facetas de seu ser e sua busca constante pelo equilíbrio sensorial perfeito.

Vamos começar nossa “giornatta” pelo norte, mais especificamente, pela região do Piemonte. Novamente, saí de Frankfurt na Alemanha, onde aproveitei para beber minha última Erdinger Alkoholfrei e peguei um voo para “Torino”, para onde fui disposto a conhecer 2 iguarias daquela região: as famosas trufas (tartufi) brancas de Alba e um prato que sempre me atiçou a curiosidade, o Vitello Tonnato.

Saiba mais sobre Teo Musso e sua cerveja Baladin em A ITÁLIA EM SÃO PAULO

OS DIAMANTES BRANCOS DA ITÁLIA

Após me instalar, dirigi-me a uma cantina, indicada por amigos “oriundi” na própria cidade de Turim que tinha no cardápio ambos os pratos, a Roperto. Chegando lá,  fui recepcionado pelo próprio chef e dono do estabelecimento (minha ascendência italiana me deixa razoavelmente confortável com a língua, apesar do sotaque do norte) e falei de meu propósito.

Com aquela famosa hospitalidade italiana, ele me conduziu a uma mesa e já começou a trazer queijos fantásticos. Mussarela de búfala, próvola, parmigiano, sendo que um pecorino picante e extremamente saboroso e um gorgonzola muito intenso e cremoso foram os melhores.

Para acompanhar os queijos, Roperto sugeriu uma versão especial feita para o Natal da cerveja Baladin Leon, uma Dark Strong Ale. Aromas e sabores intensos de malte escuro, chocolate e avelãs combinavam tão bem com os queijos que fiquei tentado a não sair deles. Mas eu tinha que experimentar os outros pratos.

Trufas Brancas da região de Alba

Para minha surpresa, Roberto coloca na minha frente 2 ovos fritos. Estavam lindos, é  verdade, com as bordas das claras ligeiramente torradinhas, gemas moles e pelo aroma tinham sido preparados na manteiga, mas eu não havia ido até lá pra comer ovo frito!

E eis que de repente fez-se a mágica. O chef pega uma trufa e corta lâminas finíssimas sobre os ovos. O aroma daquelas lascas, mesmo antes de provar, encheram minha boca d’água.

“Essa é a melhor forma de se comer nossas trufas” vaticinou Roperto. Me atirei naquela iguaria e posso dizer que ele tinha toda razão. A simplicidade dos ovos na escolta das trufas valorizou muito mais o ingrediente. Mais um gole na Leon e quase tive uma visão do paraíso. Mas ainda faltava a última delícia.

UM PRATO FRIO PARA ESQUENTAR O CORAÇÃO

Vitello Tonnato é um prato servido frio.

Consta de finas fatias de carne de vitela, previamente cozida, coberta por um molho feito com ovos cozidos, anchovas, alcaparras e um pouco do caldo do cozimento da carne.

Esses ingredientes são batidos com um mixer até se transformar num creme liso, que é depositado sobre a vitela. É algo que não dá pra esquecer. Fiquei um pouco receoso dos contrastes de sabores, mas continuei com a cerveja Baladin Leon. Alguns dirão que a cerveja é muito potente para um prato leve, ao que eu respondo: experimentem e me digam.

PARTIU MILÃO!

No dia seguinte parti para Milão, onde havia marcado de me encontrar com um amigo antigo, o Vicente, que como bom “oriundi” era conhecido como Vitché. Saímos para um passeio pela cidade que incluía visitar o Duomo, uma igreja maravilhosa e em cuja praça frontal vários turistas se amontoam para alimentar pombos que se encontram por ali às centenas. Há quem ache isso lindo. Eu, particularmente, não.

Mas, partindo dessa praça há uma galeria linda, a Galleria Vittorio Emanuele II, construída no estilo Neo-renascentista, com cobertura em metal e vidro. Ali, além de lojas como Gucci, Prada e Louis Vuitton e uma inusitada unidade do onipresente Mc Donalds, há um café que serve bons sanduíches.

Galleria Vittorio Emanuele II

Como estávamos sem café da manhã, sugeri comermos um sanduíche de presunto cru com mussarela de búfala.

Cerveja Baladin Super 750ml

O sanduíche veio montado em um pão ciabatta quentinho, crocante por fora e macio por dentro e as finas fatias de presunto tipo parma, misturadas com a mussarela, derretiam na boca.

Acompanhamos essa delícia com uma cerveja Baladin Super, do estilo Strong Amber Ale, com boa estrutura para encarar o “prosciutto crudo” do sanduíche.

Após algumas compras, fui para o hotel dar uma relaxada e tomar uma ducha porque iria encontrar-me novamente com Vitché para o jantar.

VITCHÉ SABE DAS COISAS!

Fomos a uma cantina que ele conhecia para degustar o prato mais famoso da cidade: Risotto alla Milanese i cotolette impanate (que conhecemos como bistecas à milanesa)

Imaginem um risoto muito cremoso, feito com o melhor arroz arbóreo que já comi na vida, vinho branco, cebola e açafrão  guarnecido por uma bisteca de vitela empanada com farinha de pão italiana, bem rústica.

Cerveja Baladin Wayan 750ml

O prato chegou à mesa fumegante. Para finalizar o risoto, uma farta porção de queijo parmigiano reggiano ralado. Optei por comer o risoto com colher, de tão cremoso que estava. E a carne estava muito crocante por fora e macia e suculenta por dentro.

Dessa vez a cerveja escolhida foi a cerveja Baladin Wayan, uma Saison de 5,8% de teor alcoólico, que tem alecrim e tomilho na receita.

Cerveja Baladin Leon 750ml

Para encerrar o jantar, pedimos o famoso tiramissu, doce feito em camadas, com a base de um bolo encharcado de café, creme de queijo mascarpone e polvilhado com cacau em pó. Evidentemente esse manjar pedia outra cerveja.

Decidimos pela Baladin Leon, novamente, 8,5% de teor alcoólico que coroou nossa refeição com garbo e elegância.

Me despedi de meu amigo e fui descansar pois tinha mais uma jornada planejada para o dia seguinte.

Acordei bem cedo, tomei um bom café da manhã e peguei um voo para meu último destino nessa viagem – Veneza.

SEM POMBOS, MAS COM MUITO CARPACCIO

Como já disse, não suporto essa coisa turística de ir para uma praça alimentar pombos, portanto nem passei pela Piazza San Marco. No entanto, muito próximo dessa praça ficava meu destino: o Harry’s Bar.

Fachada do bar Harrys onde comi um carpaccio com cerveja Baladin
Harry’s Bar – Veneza

Ali foram criados dois ícones da gastronomia mundial. O Bellini, um coquetel feito com pêssegos e espumante que era uma das preferencias de Ernest Hamingway para os dias quentes e o Carpaccio.

Giuseppe Cipriani

A história conta que, em 1950, Giuseppe Cipriani criou o prato para sua amiga e assídua frequentadora da casa, a Condessa Amalia Nani, quando essa comentou que se acometera de uma doença e seu médico recomendou que não ingerisse carne cozida.

Cipriani foi para a cozinha, cortou finas fatias de filé e as recobriu com um molho a base de maionese, limão, leite, molho inglês, pimenta branca e sal, em um desenho xadrez que remetia a um quadro de Kandinski.

Com tanta história, não podia me furtar de experimentar o Carpaccio originale.

ÍCONES DE VENEZA

Comecei com o Bellini. Realmente um coquetel perfumado e muito refrescante. Parece que seu segredo é o purê de pêssegos brancos que é preparado e congelado.

Cerveja Baladin Nora 750ml

Em seguida pedi um prato de carpaccio que veio acompanhado de fatias de pão italiano e para a escolta uma cerveja Baladin Nora. Já falei dessa cerveja em meu texto de dezembro. Não deixe de ler: CERVEJAS PARA FESTAS

E garanto que ela casou perfeitamente com o prato. Sua adstringência, acidez e todos os condimentos de sua receita compuseram um painel de sabores e aromas maravilhoso.

A experiência foi tão boa que acabei pedindo mais um carpaccio para acompanhar a cerveja que ainda restava.

Depois desse almoço de rei, coroei a refeição com um delicioso café “spresso”, me dirigi ao pier bem próximo ao Harry’s e peguei uma gondola para curtir meu último dia num passeio pelos canais da romântica Veneza.

Numa próxima oportunidade, prometo falar de minhas aventuras pela Costa Amalfitana, Cilento e sul da Itália.

Para experimentar os pratos que citei existem bons restaurantes italianos no Brasil, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro que os contemplam em seus cardápios.

As cervejas da Baladin podem ser encontradas em vários deles ou na loja online da Confraria Paulistana Store.

Grazie a tutti e ci vediamo presto.



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