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ICH WILL EINEN ERDINGER!

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Por Leonardo Millen, jornalista experiente, especializado em lifestyle de luxo, turismo e gastronomia. Também é um apaixonado por cervejas, tanto que escreve a coluna “Saideira” na revista Go Where, mantém o perfil @saideira.beer no Instagram e é o editor-chefe do Mesa de Bar (www.mesadebar.com.br), o portal 

CERVEJA ALEMÃ: UMA TRADIÇÃO!

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Por Anderson R. Lobato, dentre vários defeitos: Santista sofredor, Homebrewer, Sommelier de Cervejas, pai do Dudu e amante de um @Pao_Liquido. 

Fala cambada de cervejeiros, tudo bem por aí? Turma, por aqui ainda nos cuidando bastante e na expectativa da chegada da vacina para o quanto antes nos encontrarmos nos bares por aí. Quem topa?

Pessoal, vocês acompanharam as notícias do cancelamento da Oktoberfest em Munique – Alemanha, também neste ano de 2021? Pois é. Mesmo a pandemia desacelerando por lá, a taxa de vacinação em alta e ainda afetando diversos empregos diretos e indiretos, o governador do estado da Bavária, Markus Soeder, cancelou o evento visando a preservação da saúde dos moradores, turistas e pessoas envolvidas com a festa. Mais um ano sem a mais tradicional festa cervejeira em todo mundo.😥

Leia também: OKTOBERFEST: COMO SURGIU O MAIOR FESTIVAL DE CERVEJA DO MUNDO

O Oktoberfest que faz da cerveja alemã uma tradição
Ciclista atravessa a área onde é realizada a Oktoberfest em Munique, em frente à igreja de St. Pauls, na Alemanha
Foto: Matthias Schrader/AP

Más notícias a parte, gostaria de perguntar a vocês: o que faz (ou fez) da Alemanha e de suas receitas cervejeiras uma referência em qualidade e tradição na produção de cerveja em todo o mundo, a ponto do planeta, galáxia que vivemos ficar bem triste com a ausência deste festão? Concorda com essa afirmação?

Vem com a gente conhecer esse mundo de aromas, sabores e claro, história da cerveja no país do chucrute.

A cerveja migrou com o passar dos anos através do império romano e movimentos há época de comércio e expansão territorial vindos da Mesopotâmia. A turma “Alemã” adorou e adotou rapidamente aquela bebida trazida junto com os Celtas, do início da era Cristã (olha a igreja de novo aí minha gente) e a figura da igreja e seus monges, na produção do nosso Santo Pão Líquido.

Processo migratório dos povos Celtas vindo da Mesopotâmia

Fonte: blog Seguindo os Passos da História / Leandro Vilar

Ainda que hoje, obviamente, isso se alterou. Concordemos, que lá pelos anos 1300, 1400, as coisas não eram das mais organizadas e nem das mais gostosas, não é mesmo?

Até então, as cervejas eram basicamente “temperadas” com especiarias, ervas e talvez frutas secas denominadas “gruit” (misturas de ervas para dar sabor e amargor naquela época). Apesar de alguns registros de lúpulo, não tínhamos nada estruturado até então.

A mudança do “gruit” para o lúpulo foi gradual, porém os benefícios eram inegáveis – além de conferir amargor e aromas agradáveis à bebida, o lúpulo agia também como conservante natural desta belezinha chamada cerveja.

Portanto, falar de uma “Lei de Pureza” na produção de cervejas, padronizando os principais ingredientes e cuidados com a qualidade do produto, certamente era um grande avanço intelectual e tecnológico para a época. Não é mesmo? É, estes caras já começaram bem..heihie..

A LEI DA PUREZA – 1516 – Reinheitsgebot

Pausa – Dou 30 segundos para vocês conseguirem pronunciar o “palavrão” acima. Vai lá: 30..29..28…kkk Pelo Google a pronuncia seria: “ra͜inha͜it͜sɡəbo”, ou seja, não entendi nada. kkk

A lei da pureza que faz da cerveja alemã uma tradição

Brincadeiras à parte, essa palavra justamente traduzia o significado de “Lei da Pureza”, também conhecida como Lei de Pureza da Baviera, de 1516.

Definia que dentro daquela região (Baviera), utiliza-se apenas 3 ingredientes para a fabricação da cerveja – água pura, malte e lúpulo – traduzindo, portanto, em um “selo de qualidade” em cerveja, definidos pelo Duque da época.

A fermentação e tratamentos de fungos e leveduras no mundo, ainda era um fato desconhecido, e só viria a tona mais adiante na história pelas mãos do Cientista Louis Pasteur no século XIX.

Como toda história, tem o lado bonito de “padronizar” e gerar “qualidade” no mercado, mas, muitos comentam que na realidade o Duque queria era garantir formas de tributar o produto, a partir de quantidades, padrões e critérios específicos. Vindo desta turma de reis e duques há época, faz sentido essa versão não é ? Aliás, até hoje.

Fato é: essa limitação fez com que as técnicas e equipamentos se desenvolvessem fortemente, buscando novos métodos para a produção cervejeira, garantindo muita coisa boa e cuidado na produção, que curtimos até os dias de hoje.

Mas será que somente isso faria destes tais “Alemães” a principal referência mundial em cerveja? Acho que ainda não estamos convencidos, certo? Bom, vamos tentar mais um pouco.

ESTILOS E CERVEJAS DA ESCOLA ALEMÃ

Mais uma pausa importante – Não é porque o nome é “Escola Alemã”, que teríamos cervejas e estilos somente deste país. A República Tcheca é parte desta escola e nos brinda com o estilo mais consumido em todo o mundo – O Pilsner, originário da região de mesmo nome neste país.

Voltando – É notório que a principal família de estilos nesta escola seja o “Lager”. Essa palavra significa aguardar, esperar, armazenar. E convenhamos, lá atrás ainda sem grandes tecnologias, essa turma guardava cerveja até debaixo da terra para sair um produto de qualidade, ainda sem conseguir dominar as técnicas de fermentação, que já comentamos no início do nosso texto.

A paciência germânica ajudou e muito no processo de sedimentação das cervejas, com maturação mais longa e temperaturas bem amenas. Esse processo dá à cerveja uma limpidez tanto física, deixando a cerveja mais clara, como reduzindo a sua interferência no sabor e aroma da cerveja dessa região.

As cinco marcas que fazem da cerveja alemã uma tradição

A grande maioria dos estilos produzidos debaixo desta escola “Alemã” são Lagers, ou seja de fermentação abaixo de 11-12º graus. Apenas 4 estilos não são Lagers (são Ales ou Híbridos) e são eles: 

·         Weissbier, a cerveja de trigo tradicional da Bavária;

·         Kölsh, original da cidade de Colônia;

·         Altbier da cidade de Düsseldorf; e

·         Berliner-Weisse de Berlim.

Aliás, ponto importante: será que essa turma de alemães são “bairristas”? Kkk. Quase nada… Desde a idade média, e até nos dias de hoje, são muito comuns as cervejas locais e seus estilos “do bairro”, sendo inclusive ponto de discussão histórico por essa turma por muitos anos. Mas aí já é pauta para outra história e mais alguns goles, é claro.

E por aí? Será que consegui convencê-lo da importância da Escola Alemã na produção de cerveja mundial? Não, não quero fazê-lo mudar de opinião, todas as escolas e estilos foram e são importantes, porém não tenhamos dúvidas de que os Alemães deram um passo e um apoio enorme para organizar o que chamamos hoje de mundo cervejeiro. Não à toa para muitos, merecem sim, o título de referência mundial em cerveja.

Ufa deu sede e, por aqui, já estou no segundo copo e aí, Copo cheio? Qual estilo?

Felizmente a Confraria Paulistânia Store, um dos principais e-commerce no Brasil em cerveja, nos brinda com muitas opções da Escola Alemã em seu site, aliás, não somente em quantidade, como em qualidade, trazendo ao Brasil as principais marcas da região: Erdinger, Wasteiner, HB, Konig Ludwig e Stiftung Hell, excelentes!

Corram para o site e garantam estas delícias para aquecer o friozinho. Enorme abraço a todos, se cuidem e Ein Prosit a todos!

Texto recomendado: A BAVARIA QUE AMAMOS!

MÚSICA E CERVEJA

MÚSICA E CERVEJA

Por André “Carioca” Souza, beersommelier, mestre em estilos e técnico cervejeiro, estatístico de profissão, atua no mercado cervejeiro desde 2008 tendo feito seu primeiro curso com Leonardo Botto. Especialista em harmonização de cervejas e responsável pela divulgação de conteúdo do @embxdrs.da.cerva. Pessoal, vocês já repararam 

MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA – O SELO DA DIFERENCIAÇÃO

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KÖNIG LUDWIG – UM CONTO DE FADAS CERVEJEIRO

KÖNIG LUDWIG – UM CONTO DE FADAS CERVEJEIRO

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, técnica Cervejeira e apresentadora. Correspondente audiovisual do Guia da Cerveja. @candysommeliere

Nada pode ser mais prazeroso do que trabalhar com amor e colocar o coração naquilo que se faz. Para mim, escrever sobre cervejas e conhecer novos rótulos são sempre um prazer, mas nesse caso especial eu me senti como uma princesa nesses contos de histórias com grandes castelos, que a gente lê em livros ou vê em filmes.

Receber a König Ludwig em na minha casa e poder degustá-la foi maravilhoso, porém o mais incrível foi saber toda a história que está por trás dessa cerveja e dessa cervejaria. Então, antes de qualquer coisa, vou contar pra vocês a saga da história dessa família real, responsável por grandes marcos na história da cerveja na Baviera e que se refletiu em todo mundo cervejeiro.

A König Ludwig Schloßbrauerei Kaltenberg continua a tradição cervejeira de 800 anos da casa de Wittelsbach. Isso se deve em particular as iniciativas de sua Alteza Real o Príncipe Luitpold da Baviera, que na década de 1970 começou a desenvolver uma empresa moderna a partir da pequena cervejaria no Castelo de Kaltenberg, 40 km a oeste de Munique.

A importante e aristocrática família Wittelsbach, não apenas moldou o destino da Baviera, mas também de grande parte da Europa ao longo do tempo. Política, arte e cultura estão intimamente ligados ao trabalho da família. Além da história da cerveja, que está sendo continuada hoje por Sua Alteza Real o Príncipe Luitpold da Baviera e o Rei Ludwig Schlossbrauerei Kaltenberg.

Mas vamos contar a história do começo:

1260 – LUDWIG – A GRAVIDADE

Ludwig, chamado de “der Strenge” nascido em Heidelberg, em 1229, onde também morreu em 1294, governou a Baviera de 1253 até a sua morte. Na verdade, ele entrou na herança junto com seu irmão Henrique XIII. Eles dividiram o Ducado e, mais velho, Ludwig ficou com o Palatinado e o Oberland da Baviera, o mais jovem Heinrich XIII, a rica Unterland com Landshut e o fértil Donaugäu.

O Duque Ludwig fez de Munique uma residência real, e porque a indústria cervejeira ainda estava em má forma, ele decretou em 1255 que “ain prewstatt”, uma cervejaria ducal, deveria ser criada.

De onde veio o apelido “o rigor”? Este é um capítulo trágico na vida do duque da Baviera. Ele suspeitou falsamente que sua primeira esposa havia cometido adultério e a executou. Em seu desânimo por causa desse erro de julgamento, ele iniciou a construção do mosteiro de Fürstenfeld em Fürstenfeldbruck. No local onde a König Ludwig Schloßbrauerei Kaltenberg tem hoje sua sede.

escola da konig ludwig
Schloss Kaltenberg

1516 – DUQUE WILHELM IV E A LEI DE PUREZA DA BAVIERA

Após a morte prematura de seu pai, o duque Albrecht, o Sábio, Guilherme IV, com apenas 15 anos, assumiu o governo da Baviera. Isso foi em 1508. A Baviera foi reunificada sob o governo de Albrecht, e a separação na Alta e na Baixa Baviera foi revertida.

Reinheitsgebot – Lei da Pureza

O duque Wilhelm IV., que governou junto com seu irmão Ludwig X., teve que suportar inúmeras guerras e se afirmar em tempos de levantes camponeses de Württemberg e da Reforma.

Ele é considerado o guardião do “católico antigo bávaro”, o fundador da grande galeria de quadros de Wittelsbach – e um homem renascentista que soube viver sua vida com gosto.

Há muitas coisas notáveis ​​com as quais o duque Wilhelm IV pode ser lembrado. Mas o regente da Baviera, que morreu em Munique em 1550, entrou para a história principalmente com o tópico (periférico) da “cerveja”.

“Provavelmente nenhum Wittelsbacher está tão intimamente ligado ao tema da cerveja como o Duque Wilhelm IV.”, Escreve Günter Albrecht em seu livro Königliche Braukunst. “Ele é corretamente considerado o pai da Lei da Pureza da Baviera, que moldou a indústria cervejeira da Baviera durante séculos”.

1601 – DUKE MAXIMILIAN I E O MONOPÓLIO DA CERVEJA DE TRIGO

Maximiliano I governou a Baviera a partir de 1595 junto com seu cansado pai, Wilhelm V. A partir de 1597 ele atuou como o único e enérgico regente – o que foi muito útil, porque seu governo começou com um enorme fardo de dívidas, que de alguma forma ficou sob controle.

Maximiliano I (nascido em 1573 em Munique, morto em 1651 em Ingolstadt) tomou várias medidas para manter a pesada hipoteca sob controle. Ele viu a possibilidade de uma reforma muito especial na indústria cervejeira. Naquela época, a cerveja de trigo era considerada uma “bebida inútil” e, com algumas exceções, a fabricação do produto de trigo era proibida em toda a Baviera. Até mesmo o duque Wilhelm IV, autor do Reinheitsgebot, deu permissão para usar trigo para a fervura do “cais de Weiß” de maneira regionalmente limitada.

Seu movimento por trás disso: a cerveja de trigo deve ser permitida e a concessão do direito de fabricar cerveja deve ser tratada como um privilégio ducal. Mais tarde, ele criou o famoso “monopólio da cerveja de trigo” e, assim, garantiu uma renda considerável para o estado – a cerveja de trigo se tornou muito popular. Com esta e outras medidas, ele reabilitou a Baviera. Outra razão pela qual a cerveja sempre foi mais do que apenas uma bebida gelada na Baviera e o ainda é hoje.

1810 – REI LUDWIG I E A OKTOBERFEST

Ludwig I, nascido em Estrasburgo em 1786 e falecido em Nice em 1868. Ele moldou Munique como nenhum outro monarca antes e como ninguém depois dele. E a Oktoberfest de Munique remonta a ele …

Pode-se dizer que Munique seria diferente se Ludwig I não tivesse dirigido o destino da cidade e do país. Durante seu reinado, a paisagem urbana foi redesenhada pelos famosos construtores Friedrich von Gärtner e Leo Von Klenze.

Ludwig e sua Therese

Em Königsplatz, o Propylaea e o Glyptothek, Ludwigstrasse como a nobre Via Triumphalis, tudo no estilo antigo que estava em voga naquela época, tudo monumental e ainda assim maravilhosamente integrado ao ambiente urbano.

O reinado de Ludwig I é considerado o tempo clássico, que não é mais visível do que Munique, a cidade com aspecto festivo. Quando se trata de festa, Ludwig I se superou. Em 17 de outubro de 1810, uma grande comemoração aconteceu em campo aberto na extremidade oeste do centro de Munique.

Ocasião: O casamento do príncipe herdeiro Ludwig (mais tarde Ludwig I) com a princesa Therese von Sachsen-Hildburghausen. “Deveria haver 40.000 pessoas nesta primeira ‘Oktoberfest’”, escreve Günter Albrecht em seu livro Königliche Braukunst.

Ele relata, também, que havia uma “alimentação pública” para a população mais pobre de Munique. Entre outras coisas, mais de 32.000 pãezinhos, quase 4.000 libras de queijo suíço. Ah, não vamos esquecer o mais importante: bons 350 hectolitros de cerveja !

 “A Oktoberfest de Munique, que remonta a Ludwig I, tornou-se a maior festa folclórica do mundo”. O que milhões de visitantes procuram e querem experimentar é a cerveja real.

oktoberfest onde foi servida a konig ludwig

Saiba mais: OKTOBERFEST: COMO SURGIU O MAIOR FESTIVAL DE CERVEJA DO MUNDO

1812 – REI MAX I DA BAVIERA E SUA LEI DE JARDIM DA CERVEJA

O decreto da cervejaria ao ar livre do Rei Max I (1756–1825) foi o marco para o fato de que nas verdadeiras cervejarias de Munique você ainda pode comer seus próprios lanches.

No entanto, este é apenas o efeito colateral cultural e histórico de um importante desenvolvimento da gastronomia no século XIX. Originalmente, a cerveja só podia ser produzida nos meses de inverno. Para poder produzir cerveja de baixa fermentação (Märzen) nos meses de verão – para a qual são necessárias temperaturas entre quatro e oito graus Celsius, ou seja, o resfriamento – os grandes cervejeiros tiveram a ideia de construir caves profundas no exterior a cidade, por exemplo, nas margens do Isar.

Nessas chamadas caves de verão, a cerveja amadurece em barricas, resfriadas com gelo natural. E nos dias quentes de verão os habitantes de Munique iam “à adega” em grande número para saborear a deliciosa cerveja. Essas adegas rapidamente se tornaram uma competição ameaçadora para os pequenos cervejeiros e estalajadeiros. Sua reclamação foi ouvida pelo rei, em 1812 ele emitiu a ordenança salomônica:

“Os cervejeiros locais deveriam ter permissão para usar seu próprio Märzenbier em suas próprias caves de março a setembro e servir seus convidados lá com cerveja e pão”. No entanto, eles foram expressamente proibidos de servir comidas e outras bebidas.

Jardim de Cerveja – Só em Munique, endereço da mais famosa festa da cerveja do mundo, existem 180 jardins de cerveja. O maior deles é Hirschgarden, que comporta até oito mil pessoas com suas canecas! A cidade também abriga jardins preservados desde a época do decreto do rei, como o tradicional Augustiner Biergarden, declarado mais antigo do local.

1868 – REI LUDWIG II

O rei, que ainda é apaixonadamente reverenciado na Baviera e admirado em todo o mundo, realizou muito mais nos campos da ciência, sociedade e cultura do que parece à primeira vista. Sua fama é tão grande, entretanto, que algumas facetas dessa importante personalidade muitas vezes não são mencionadas.

Em março de 1864, aos 18 anos, ele sucedeu a seu pai Maximiliano II, que faleceu inesperadamente. Quando ele visitou o prado do festival (Oktoberfest) como rei em 2 de outubro, mais de 100.000 pessoas o aplaudiram. Ludwig II foi e é venerado e amado pelo povo – desde o início até hoje.

Royal Polytechnic School de Munique

Além de seu gosto pelas artes e poesia, ele sempre teve um grande interesse por tecnologia e suas inovações. Para ficar com o tema cerveja: aqui também ele deu início ao progresso técnico. A Royal Polytechnic School de Munique foi fundada durante seu reinado. “E isso logo incluiu o departamento de cerveja, onde a cerveja e a tecnologia de alimentos, entre outras coisas, ainda são ensinadas até hoje”, pode ser lido na “Arte Real da Cerveja” de Günter Albrecht.

Digno de nota neste contexto: Carl Linde apresentou teorias sobre máquinas de refrigeração em uma palestra na Royal Polytechnic School em 1870. O mestre cervejeiro de Munique, Gabriel Sedlmayr, fez com que a Linde construísse essa máquina – com um sucesso impressionante! A partir de 1876, graças a Linde, Sedlmayr e Ludwig II, foi possível cerveja estável, independentemente da estação e do clima. Um grande passo para a indústria cervejeira – e um primeiro passo na tecnologia de refrigeradores, que logo se tornou parte integrante da vida cotidiana.

No entanto, o rei Ludwig II também costumava se retirar. Ele procurava solidão, várias vezes fugiu para o silêncio de seus castelos e finalmente morreu em 13 de junho de 1886 aos 41 anos.

Ele era uma personalidade grande e complexa. O Castelo de Neuschwanstein (capa do post), o Castelo Linderhof e o Castelo Herrenchiemsee são monumentos culturais mundialmente famosos de primeira ordem. E, como o próprio rei, eles são um símbolo da Baviera de então e agora.

Schloss Linderhof

2021 – SUA ALTEZA REAL O PRÍNCIPE LUITPOLD DA BAVIERA

O príncipe Luitpold da Baviera, nascido em 1951 no castelo Leutstetten, não muito longe do lago Starnberg, é bisneto do último rei da Baviera, Ludwig III. É um descendente direto do Rei Ludwig I.

fábrica konig ludwig

Aos 25 anos, o Príncipe Luitpold assumiu a administração da pequena, mas tradicional, cervejaria do Castelo de Kaltenberg.

Ele “modernizou gradualmente a tecnologia cervejeira e mudou a estratégia de vendas e marca”, como afirma Günter Albrecht em seu notável livro Königliche Braukunst.

Contrariando a tendência do mercado cervejeiro, inicialmente apostou na cerveja escura, como era apreciados nos chamados bons velhos tempos, na época do Príncipe Regente. E ele teve sucesso!

A König Ludwig Dunkel se tornou uma cerveja cult, líder de mercado no segmento de cerveja escura e uma verdadeira especialidade de cerveja real.

Nos anos seguintes, o Príncipe Luitpold conseguiu expandir a cervejaria, adquirindo novos locais e com as marcas König Ludwig Weissbier e König Ludwig Hell, inicialmente na Alemanha, e logo também internacionalmente.

Hoje, atua como embaixador de sua cerveja real em muitos países.

Saiba mais sobre cervejas bávaras em A BAVARIA QUE AMAMOS!

O BRASÃO DE WITTELSBACHER

O grande brasão bávaro remete à uma longa tradição. Os símbolos apresentados estão profundamente enraizados na história da Baviera. Os elementos heráldicos do tem cada um, um significado especial:

O LEÃO DOURADO: No quadrado acima à esquerda encontra-se o leão dourado em um quadrado preto. Originalmente ele era o símbolo do Conde Palatino do Reino. Após a nomeação do duque bávaro Ludwig no ano de 1214, como Conde Palatino, este serviu durante séculos como uma característica comum da antiga dinastia de Wittelsbacher bávara e palatina.. Hoje, o leão palatino ereto, dourado e vermelho intenso, lembra o distrito administrativo do Alto Palatinado.

explicação sobre o brasão da konig ludwig

O ANCINHO DA FRANCÔNIA: O segundo quadrado é dividido em vermelho e branco (prata). Este “ancinho“ surgiu em 1350 como brasão de algumas regiões do Bispado de Würzburg e em torno de 1410 nos selos dos bispos príncipes. Hoje o ancinho da Francônia é usado para as regiões administrativas da Alta, Média e Baixa Francônia. 

A PANTERA AZUL: A parte inferior à direita, mostra uma pantera ereta em azul com reforço em dourado em fundo branco (prata). Ela foi originalmente criada para o brasão do Conde Palatino de Ortenburg residente na Baixa Baviera (século 12). Mais tarde, a dinastia de Wittelsbach assumiu a pantera. Hoje a pantera azul representa os antigos distritos governamentais bávaros da Baixa e da Alta Baviera.

O ESCUDO DE CORAÇÃO BRANCO E AZUL: O escudo de coração tem losangos diagonais em branco (prata) e azul. Após ele ter servido como brasão na época (1204) pelo conde von Bogen, este escudo de coração foi adotado em 1247 pelos Wittelsbachern como brasão oficial. Os losangos brancos-azuis são os símbolos bávaros. Hoje o brasão de losangos simboliza a Baviera como um todo. Com a coroa do povo ele também é utilizado oficialmente como o pequeno brasão bávaro.

A COROA DO POVO: Ela consiste de um arco dourado decorado com pedras, o qual é composto com cinco folhas ornamentais. A coroa do povo, que é encontrada pela primeira vez no brasão de 1923, simboliza a soberania do povo após a abolição da coroa real.  

REALEZA ENGARRAFADA!

Bem, depois de nos edificarmos culturalmente com tanta história, é chegada hora de falar das cervejas.

konig ludwig weiss

Tive o deleite em degustar König Ludwig Weissbier Hell e devo dizer que foi uma experiência fantástica.

Uma cerveja de trigo, turva, com dourado intenso e incrível delicadeza de aromas e sabores. Trazendo os já tradicionais e esperados, aromas de cravo e banana, ela apresenta também uma leve picância e sabores frutados. Com 5,5 de ABV , baixo amargor e excelente carbonatação, ela é uma cerveja bastante refrescante.

Então, aproveitando um belo domingo de sol, resolvi fazer um prato picante para harmonizar. No final deste artigo, disponibilizo a receita.

konig ludwig dunkel

A outra maravilha é a König Ludwig Dunkel, eleita em 2019 a cerveja escura nº 1 da Alemanha!

A clássica é feita usando o processo de fabricação tradicional – em uma panela de cobre.

O malte de cevada escuro dá à cerveja sua cor típica e cria um sabor caramelo. Em combinação com os melhores lúpulos de aroma, cria-se uma cerveja com um sabor ligeiramente amargo, esta Ale tem teor alcoólico 5,1%.

É, sem dúvida, o culminar da tradição real da cerveja!

Para você resolver essa curiosidade misturada com a enorme vontade de degustar esses incríveis exemplares da König Ludwig, entre já no site da Confraria Paulistânia Store e receba em casa, com todo conforto e segurança!

RESISTA SE FOR CAPAZ!

Receita para harmonizar: Tulipa de Frango Marinado na Weissbier

600 gramas de coxinhas das asas
01 limão
350 ml de weissbier
01 colher de sopa de sal
01 colher de sopa de páprica picante
Pimenta do reino a gosto

Modo de preparo:
Com as coxinhas das asas descongeladas, lave-as com suco de um limão e depois passe na água corrente. Coloque uma colher de sopa de sal marinho, uma colher de sopa de páprica picante e pimenta do reino a gosto. Espalhe o tempero com as mãos até que as coxinhas fiquem bem temperadas, depois leve as um recipiente alto de vidro colocando a ponta das coxinhas (osso) para cima então regue com 350 ml de Weissbier e deixe marinar por 40 minutos. Escorra o liquido e leve-as para assar numa churrasqueira a brasa, virando de lado, eventualmente até dourar.
Pronto, quando as coxinhas estiverem bem douradas e você sentir a crocância, elas estão prontas para o consumo, então aproveite e harmonize com a sua König Ludwig Weissbier Hell geladinha!

harmonização de konig ludwig com asinhas de frango