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A BAVARIA QUE AMAMOS!

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Por Luiz Caropreso, professor, sommelier, escritor, consultor e colunista para a área de cervejas. Diretor da BeerBiz Cultura Cervejeira. Olá meus amigos, apreciadores das cervejas da Escola Alemã. Para quem não sabe, vale citar que existem 4 Escolas Cervejeiras. Alemã que compreende Alemanha, Áustria e 

CERVEJAS ESCURAS, DELICIOSAS PARA  QUALQUER ÉPOCA DO ANO.

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O CURIOSO CASO DE AMOR ENTRE O VERÃO E AS CERVEJAS ESCURAS. Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o youtube e o instagram @beersenses Foi amor à primeira vista. Eles se conheceram há séculos e 

CERVEJAS HÍBRIDAS: UMA CERVEJA TÃO TRADICIONAL, QUANTO DELICIOSA

CERVEJAS HÍBRIDAS: UMA CERVEJA TÃO TRADICIONAL, QUANTO DELICIOSA

CERVEJA FREESTYLE OU TRADICIONAL? VOCÊ ESCOLHE COMO DESCREVER AS CERVEJAS HÍBRIDAS.

Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas.

Cervejas híbridas são um tanto quanto complexas e atípicas, não só sensorialmente, mas também nos aspectos que envolvem sua produção, uma vez que flertam com o universo das Ales e das Lagers de forma concomitante, não seguindo o óbvio pensamento convencional de que uma cerveja deve ser isto ou aquilo.

Venha conferir: A COMPLEXA E INEBRIANTE CERVEJA ALE e também O FABULOSO MUNDO DAS LAGERS

Muitos confundem cervejas híbridas com cervejas mistas, que são produzidas por duas ou mais cepas de leveduras, tal qual o estilo Flanders Red Ales da luxuosa marca belga Rodenbach, que falaremos em breve em um próximo post.

Para um bom cervejeiro, podemos dizer que as cervejas podem ser dividias em duas grandes categorias inerentes ao tipo de levedura utilizada, certo? Estamos falando das Ales e Lagers, que são diferenciadas pelo tipo de fermento usado e também pela temperatura de fermentação exigida pela cepa escolhida.

Como você já leu em outros textos aqui do nosso blog: Lagers são cervejas fermentadas com leveduras ativas em temperaturas mais baixas e costumam passar por um processo denominado lagering, sendo mantidas por semanas, ou até meses, em temperaturas frias após o término da fermentação.

Já as Ales são cervejas fermentadas em temperaturas mais quentes e envasadas ou servidas logo após o término da fermentação, o mais fresco possível.

Mesmo que, somente o tipo de fermento cervejeiro possa definir se uma cerveja é uma Ale ou Lager, existem ainda métodos de fermentação específicos, que geralmente acompanham o tipo de levedura e na maioria dos casos, essas técnicas distintas aumentam o sabor e a qualidade dos estilos de cerveja produzidas.

FREESTYLE

E onde ficam as cervejas híbridas nesse duelo? Bem, podemos dizer, que essas cervejas tem uma abordagem mais “freestyle” em relação aos métodos convencionais de fabricação, embora algumas das chamadas híbridas sejam bastante antigas e cada estilo tenha técnicas habituais.

O que podemos concordar é que existem muitas maneiras diferentes de preparar cerveja e, desde que você consiga de fato cerveja ao final do processo, todas elas estão corretas. Quem sou eu para julgar?

O QUE É HÍBRIDO?

Definição (Wikipédia) : O termo híbrido designa um cruzamento entre duas espécies.

O nome “híbrido”, portanto, é simplesmente uma maneira de classificar as cervejas que não se enquadram em nenhuma das duas categorias principais.

Os insumos de uma cerveja híbrida, segue o tradicional água, maltes e lúpulos e é na parte da levedura que temos um considerável diferencial de insumos e processo, pois elas podem fermentar tanto com levedura Lager (que tipicamente atuam em temperaturas mais baixas) em uma temperatura elevada ou ainda trabalhar com a levedura Ale (metabolicamente ativa em temperaturas elevadas), mas mantida em ambientes mais frios, normalmente reservados para as Lagers.

A título de exemplo, o estilo California Common ou Steam Beer, surgido em São Francisco, Califórnia nos Estados Unidos é um ótimo exemplo de cerveja híbrida, uma vez que a sua versão mais tradicional é produzida em grandes tanques horizontais com uma levedura específica da família Lager. A história conta que, para acelerar o processo, essa lager começou a ser fermentada em temperaturas mais altas que o habitual.

Neste estilo em questão, um ingrediente que dá bem o tom do perfil sensorial é o interessante lúpulo Northern Brewer, com suas notas terrosas e amadeiradas e amargor elegante que, ao lado de uma base maltada simples, acarretam em uma cerveja delicadamente complexa dado ao perfil de levedura limpa e com impressionante drinkability.

Leia também: MALTES & LÚPULOS: A ALQUIMIA DA CERVEJA

ERDINGER WEISSBIER

Dentro do portfólio da Bier & Wein, contamos com uma marca clássica que adoramos enaltecer justamente o grande diferencial de ser uma cerveja híbrida: estamos falando da marca Erdinger WEISSBIER.

foto Sr. Franz Brombach, texto cervejas híbridas
Sr. Franz Brombach, diretor da Erdinger na década de 1935

A afamada e mundialmente conhecida marca Erdinger, possui em seu range de rótulos algumas cervejas cuja receita, suscitada pelo Franz Bronbach em 1930, traz em seu processo um método de fermentação livremente chamado de HÍBRIDA.

Como assim? Calma que eu explico.

Na fábrica da Erdinger, localizada na região ao sul da Alemanha chamada de Baviera, a fermentação regular primária das cervejas ocorre com leveduras ALE, como manda o figurino no que tange ao processo de uma típica Weizenbier. Após a maturação que ocorre um grande diferencial com relação a outras marcas do mercado.

Depois das cervejas serem envasadas, é adicionado ao barril ou garrafa uma levedura mais fina, que trabalha numa temperatura mais baixa. A cerveja ainda descansa por cerca de três semanas nas adegas climatizadas de maturação da fábrica antes de ganhar esse mundão (aliás, diga-se de passagem, a Erdinger é uma das marcas de cerveja de trigo mais vendidas no Brasil e no Mundo).

adega climatizada Erdinger, texto cerveja híbrida
Adega climatizada da Erdinger….sim é bem grande. Foto a esquerda: acervo pessoal Aline
selo Bayerische Edelreifung texto cerveja híbrida
Selo “Bayerische Edelreifung”

Esse incrível e inusitado método de dupla fermentação chamado de “Bayerische Edelreifung” (algo como “maturação nobre bávara” em uma tímida tradução do alemão para o português), dá à ERDINGER Weissbier, um equilíbrio sensorial exemplar, uma vez que esse toque final, arredonda os aromas complexos do estilo e contribui para uma carbonatação perfeita e frisante.

Obviamente que após toda essa rigorosa execução, a cerveja não passa por nenhum processo de pasteurização, mantendo aromas, sabores e também todas as vitaminas e constituintes naturais que uma saudável, nutritiva e deliciosa Weissbier tem. Uma cerveja viva, vibrante e versátil.

cervejas Erdinger texto cervejas híbridas

A VERSATILIDADE DA HÍBRIDA

Falando em versatilidade, esse é aquele estilo que obrigatoriamente todos devemos ter na geladeira, um belo curinga “faça chuva ou faça sol”, para acompanhar tanto um despretensioso sanduiche quanto um prato sofisticado.

Passam-se anos, décadas, séculos e o que observo é que hábitos do consumo giram em círculos e, tal qual no mundo da moda, os clássicos nunca morrem! E esse é o caso das Weissbiers, cervejas leves, vivas e fáceis de beber, que harmonizam desde acepipes simples servidos de boas-vindas até pratos elaborados, dado à versatilidade que esse estilo tem.

HARMONIZAÇÃO HÍBRIDA

foto harmonização cervejas híbridas
foto: acervo Aline

Baixo em amargor, um excelente elemento de corte, as cervejas de trigo acompanham um infindável número de pratos e preparos, com suas notas frutadas e toda a sua refrescância e sutileza.

São também, portanto gastronomicamente hibridas, pois flertam com a baixa e alta gastronomia, fazendo belo par com o amendoim e as cínicas friturinhas de boteco. Mas também conduzindo belo dueto com o carré de cordeiro ou um caprichado prato com frutos do mar; fica linda ao lado do ingênuo queijo meia cura mineiro e faz igualmente bonito, pareando o sofisticado camenbert francês.

Vale a pena investir em uma ou mais caixas de cerveja de trigo para acompanhar um belo jantar, e quem sabe guardar algumas garrafas para brindar uma ocasião especial…tudo é válido!

E aqui vai meu brinde, a tudo que pode se dar ao luxo de ser clássico e ao mesmo tempo híbrido, ao que é eterno e ao mesmo tempo efêmero. Um brinde a todas sutilezas que um simples estilo de cerveja pode nos ensinar: que a vivacidade, diversidade e versatilidade que podemos observar ao esmiuçar um singelo copo de cerveja Erdinger, sejam diretrizes luminosas como um farol, para nos guiar em 2021!

E que tenhamos muitos motivos para brindar ao longo deste ano novo! Um brinde a você, um brinde a nós. Saúde e boas cervejas!

Você pode encontrar estas delícias da Erdinger e outras importadas em Confraria Paulistânia Store. Além, claro, da Paulistânia – a cerveja artesanal de São Paulo, copos, souvenirs e kits para presentes. Beba com responsabilidade!

CERVEJA SEM ÁLCOOL, MAS COM MUITO SABOR!

CERVEJA SEM ÁLCOOL, MAS COM MUITO SABOR!

ELIXIR SAGRADO POLITICAMENTE CORRETO Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, técnica Cervejeira e apresentadora. Correspondente audiovisual do Guia da Cerveja. Hoje vou falar sobre um assunto que, certamente, para a grande maioria dos brasileiros, assim como para mim, é uma novidade de consumo: 

A PILSEN DA ERDINGER

A PILSEN DA ERDINGER

STIFTUNG HELL, O BRILHO DA CARIDADE Por  Henrique Carnevalli, t.izêro, Sommelier de Cervejas, amo música desde pirralho, noveleiro, corinthiano sofredor e cofundador do site RockBreja. Quando se trata de Escola Alemã, vem diversos estilos tradicionais do país à cabeça, além de diversas cervejarias nascidas centenas 

A COMPLEXA E INEBRIANTE CERVEJA ALE

A COMPLEXA E INEBRIANTE CERVEJA ALE

FAMÍLIA ALE, SURPREENDA-SE COM SUA COMPLEXIDADE SENSORIAL

Por Aline Araujo, Sommelière de Cervejas, professora e empresária com formação em administração de empresas e especialização em marketing. Mais de 10 anos de experiência no mercado de bebidas.

Dando continuidade ao texto do Rodrigo Sena, O Fabuloso Mundo das Lagers, que abordou o universo das cervejas LAGER, produzidas por uma levedura que tem a atividade metabólica acontecendo em temperaturas mais baixas, chegou a hora de falarmos sobre as outras famílias de fermentação e obviamente precisamos te contar um pouquinho sobre as ALES.

Se você colocar a palavra Ale em um site de pesquisa, o resultado será uma cerveja feita a partir de água, malte de cevada, lúpulo e fermentada com leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae, que trabalham numa rampa de temperatura mais alta (entre 15 e 24 graus) e que, antigamente, flutuavam indo para o topo do tanque. Vamos um pouco mais a fundo para entender sobre mais uma família desse fermentado milenar, democrático, complexo e apaixonante que é a cerveja.

Antes de falar sobre processos e estilos, é importante pensarmos na origem da palavra Ale: os primeiros registros de uso desse termo, são nativos da imigração das tribos anglo saxãs vindas da Europa Continental e Dinamarca para as ilhas britânicas. Tudo leva a crer que a palavra deriva de EALU ou ÖL, termos utilizados por esses povos imigrantes, para descrever fermentados genéricos a base de cereais, e que não tinha necessariamente nenhuma correlação com algum processo específico ou a uma temperatura determinante de produção, tão pouco o termo traduzia um tipo de cerveja tão bem delineado como temos nos dias de hoje, quando ouvimos a palavra “Ale”.

ALE, BEER E PUB

Foi a partir do século XVI, com o lúpulo ganhando toda a Europa por sua eficiência em reunir em um único ingrediente, todas as propriedades antioxidantes e bacteriostáticas, contribuindo ainda com aroma e amargor, que se começou a desenhar a trajetória do termo Ale como conhecemos hoje.

Naquela época, as cervejas feitas com adição de lúpulo passaram a ser chamadas de BEER, ao passo que aquele fermentado a base de cereais, feito a moda antiga somente com água, malte e levedura, sem o uso do lúpulo, seria chamado de Ale. Os ingleses levavam essa tradição tão a sério que, segundo o guia Oxford da Cerveja, os cervejeiros que mudassem sua Ale, adicionando lúpulo, estariam sujeitos a penalidades diversas.

Dado momento, o uso de lúpulo se tornou indispensável e até mesmo os britânicos mais tradicionais, se renderiam as suas propriedades únicas, adotando o uso do lúpulo em suas Ales, mudando o rumo das cervejas da época de forma irreversível.

Pub tipicamente inglês – Robinsons / Trooper

Até os dias de hoje, o termo Ale é símbolo da cerveja tradicional na Inglaterra, dando origem às Ale wive (esposas cervejeiras, que exerciam a profissão de produzir cerveja de forma inicialmente doméstica nas Ale houses), fazendo nascer as Public Houses, casas públicas que são chamadas até os dias de hoje pela sigla PUB, centros de convívio e cultura britânica com a cerveja como grande chamariz e protagonista.  Mas vamos deixar a história da origem dos Pub’s para outro dia.

MARAVILHOSO MUNDO NOVO

Foto: Aline Araujo

O termo Ale passou a ser sinônimo de fermentação em alta temperatura somente nos anos 1980, impulsionado principalmente pela revolução da cerveja e das microcervejarias no novo mundo cervejeiro, os Estados Unidos. A palavra “Ale”, passou a ser adotada para os fermentados genéricos produzidos com linhagens de leveduras de alta fermentação.

Apesar da definição feita, a complexidade de estilos, origens e perfis sensoriais que uma cerveja feita a partir de uma levedura, chamada modernamente de Ale, podem ter é algo intrigante. Seria um tanto quanto reducionista portanto segmentar as cervejas simplesmente por Ale x Lager.

Uma Ale pode ser clara e turva como uma German Hefe-Weissbier ou também clara mas límpida como uma Belgian Blond Ale, ela pode ser escura como uma Dubbel, e alcoólica como uma Barley Wine ou leve em álcool como uma Belgian Witbier. Podem ser complexas como uma Belgian Strong Dark Ale ou simples e limpas como uma Ordinary Bitter.

A escolha do fermento não necessariamente vai impactar em uma cerveja mais ou menos complexa, isso vai depender de uma série de outras variáveis como insumos e adjuntos utilizados, proposta, temperatura e processos.

Encontramos ainda cervejas do tipo Ale, nas quatro principais escolas cervejeiras:

Que tal fazer uma seleção de Ales com intensidades, sabores e cores diferentes no nosso site? Tem Ales para todos os gostos e para diversas ocasiões e harmonizações! Aventure-se www.confrariapaulistaniastore.com.br e bons brindes!

A chegada da cerveja Erdinger ao Brasil e sua influência no mercado nacional

A chegada da cerveja Erdinger ao Brasil e sua influência no mercado nacional

A Erdinger é uma cerveja mundialmente famosa pelo sabor incomparável, mas você sabe como ela chegou ao Brasil? Acompanhe a trajetória da cerveja até aqui e veja como comprar cervejas especiais sem ter que sair de casa.