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DIA DO TRIGO

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SOMMELIER DE CERVEJAS.

SOMMELIER DE CERVEJAS.

Por Candy Nunes, Sommelière de Cervejas, Mestre em Estilos, Técnica Cervejeira e apresentadora –  @candysommeliere

Certamente, para a grande maioria das pessoas, a palavra Sommelier remete diretamente ao profissional da área de vinho que, inclusive, é muito confundido com o papel do enólogo.

Contudo, esta é uma profissão que atende a outras vertentes, existindo sommelier de café e até mesmo de água, por exemplo, acredite se quiser.

Hoje, vamos falar sobre o Sommelier de Cervejas, afinal este é um blog cervejeiro, né?!

Em primeiro lugar, quero esclarecer uma dúvida que muitas pessoas têm, sobre a escrita correta. A diferença de escrita se dá por uma questão de gênero, sendo Sommelier (masculino) e Sommelière (feminino). Sabendo disso, agora vamos conhecer tudo sobre a profissão.

O QUE FAZ ESTE PROFISSIONAL

Sommelier de Cervejas, é o profissional que auxilia na escolha das bebidas, garantindo seu serviço correto e, uma experiência agradável ao consumidor. Este profissional deve ser capaz de analisar sensorialmente e qualitativamente os mais diversos estilos da bebida.

Para realizar esta delicada tarefa, o profissional deverá ter pleno conhecimento sobre a bebida, conhecendo os insumos cervejeiros, processos de produção, famílias cervejeiras, escolas cervejeiras e seus estilos.

Desta forma, também, conhecerá os defeitos presentes na bebida, evitando que o consumidor tenha uma experiência negativa.

O Sommelier de Cervejas pode atuar nas seguintes atividades:          

  • Organização de eventos de degustação e/ou harmonização.
  • Atuar em bares, restaurantes e hotéis e, desta forma:
    • Elaborar cartas de cervejas de acordo com o perfil do estabelecimento;
    • Cuidar do armazenamento das bebidas para manter a qualidade;
    • Indicar e sugerir cervejas e harmonizações;
    • Treinamento de equipes de atendimento e vendas na área cervejeira;
    • Atuar em distribuidoras de bebidas, escolhendo as opções de cervejas mais interessantes para os seus clientes;
    • Atuar em importadoras de bebidas, através da seleção de rótulos e descrevendo informações técnicas sobre os produtos;
    • Fazer parte da área de desenvolvimento dentro de cervejarias, ajudando na criação de novos produtos; e
    • Prestar consultoria para empresas no ramo cervejeiro.
Treinamento brigada restaurante Fogo de Chão

ONDE SE FORMAM OS BEERSOMMELIERS

São diversas as possibilidades de formação nesta área, e as escolas estão espalhadas no Brasil e no Mundo. Vamos listar, abaixo, algumas opções brazucas:

Escola Superior de Cerveja e Malte

*oferece o curso em parceria com a Doemens Akademie (Alemanha), a primeira escola a oferecer este curso no mundo.

Cilene Saorin

“Eu percebi, por primeira vez, os caminhos profissionais possíveis como ‘sommelière de cervejas’ quando eu ainda trabalhava como mestre cervejeira na FlavorActiV em 2004.

No início de 2005, nascia uma vigorosa campanha chamada ‘Beautiful Beer’, organizada pela BBPA (British Beer and Pub Association), cuja missão era transformar e elevar a percepção de valor da cerveja entre britânicos. Entrei nesta campanha como voluntária e fiz um pouco de muitas coisas. Sobretudo, ouvir e servir.

Quando voltei à São Paulo em 2006, já queria muito ser sommelière formalmente. Trabalhei bastante, inspirada nos ensinamentos da campanha ‘Beautiful Beer’, entre os anos 2006 e 2008. Mas eu precisava estudar mais. Já conversava a esse respeito com Wolfgang Stempfl – Diretor Geral da Doemens à época – e eu apenas esperava o momento em que a escola finalmente pudesse apresentar o curso em um idioma viável para mim. Entre 2004 e 2008, Doemens apresentava o curso somente em alemão.

No final de 2008, Wolfgang Stempfl me convidou para o curso em italiano que logo viria e, também, para dedicar-me ao projeto de educação ‘Doemens Sommelier de Cervejas’ para América Latina e Península Ibérica.
E cá estou eu desde então…” – relata
Cilene Saorin.

Instituto da Cerveja Brasil (ICB)

* Oferece cursos em São Paulo e outras capitais do Brasil.

Kathia Zanatta

“Provar cerveja artesanal ainda é novidade para a maioria dos brasileiros.

Portanto, o sommelier de cerveja é essencial para difundir esse conhecimento, para apresentar aos consumidores as nuances e diferenças entre os estilos de cerveja, além de contribuir para experiências especiais de consumo com copos específicos, dicas de harmonização e curiosidades sobre a bebida.

Somente conhecendo o produto, provando a cerveja certa para aquele momento da sua vida, é que o consumidor brasileiro passará a consumir mais cerveja artesanal. E essa tarefa pode ser muito auxiliada pelo sommelier de cerveja.” – por Kathia Zanatta

Science OF Beer

* Oferece cursos e experiências cervejeiras

“O universo da sommeleria é cativante, ainda mais para alguém como eu, apaixonada por essa complexidade sensorial que uma cerveja pode oferecer. Essa paixão foi tão arrebatadora, que influenciou até mesmo o direcionamento da minha carreira acadêmica: meu mestrado e doutorado foram dedicados à ciência por trás da cerveja e estudar a Sommelieria nesse ínterim, contribuiu muito em todo esse processo.

Compreender e estudar de forma mais técnica o porquê determinado estilo de cerveja carrega um aroma “x” e outro estilo um outro aroma “y” totalmente distinto, dentro de um contexto histórico e cultural, que só uma formação de Sommelier de Cervejas pode entregar, foi muito enriquecedora e inspiradora.

Dra. Amanda Reitenbach

Meu ingresso nesse universo foi importantíssimo para ampliar não só meus conhecimentos sensoriais, mas também para compreender como eu poderia contribuir com o mercado.

Entendo que apliquei e aplico tudo que aprendo, em cada um dos inúmeros projetos que desenvolvi e gerenciei ao longo dessa jornada: desde a primeira aula e consultoria do Science of Beer Institute, seja como organizadora de grandes eventos como o Concurso Brasileiro da Cerveja ou com o Beer Pairing, um projeto de eventos de harmonização que virou curso esse ano.

Até mesmo em minhas pesquisas de pós-doutorado, a “Amanda Sommelière de Cervejas” está ali. Como cientista e mente à frente do Science of Beer, esses saberes se tornam ainda mais plurais o que garante sempre inovação em cursos, projetos de pesquisa e novas experiências para todos aqueles que querem ampliar as experiências sensoriais.” – declara Dra. Amanda Reitenbach

QUAIS SÃO OS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO

Buscando aprimorar-se na profissão, alguns cursos são imprescindíveis para que este profissional se destaque no mercado, são eles:

Tecnologia Cervejeira
Aprofunda o conhecimento sobre insumos e processos cervejeiros, aproximando o sommelier da produção da bebida, desde uma produção de pequeno porte até níveis industriais. Cálculos de receitas e amplitude no entendimento das possibilidades de criação da bebida.

Mestre em Estilos
Um mergulho no vasto oceano que é o universo das cervejas, agregando conhecimento sobre história, culturas, famílias e escolas cervejeiras.

Harmonização
Promove conhecimento ao Sommelier de Cervejas sobre os princípios de harmonização, com base em um maior entendimento das técnicas culinárias e produções da gastronomia, estilos de cerveja e serviço adequado.

Análise Sensorial e Off -Flavour
Serve para os profissionais que desejam desenvolver habilidades avançadas de degustação de cervejas e identificação de off-flavours (defeitos sensoriais). Aprofunda os conhecimentos técnicos da análise sensorial.

LIVROS IMPERDÍVEIS EM PORTUGUÊS

O Guia Oxford da Cerveja – Garret Oliver

Larousse da Cerveja – Ronaldo Morado

O Grande Livro da Cerveja – Tim Hampson

A Mesa do Mestre Cervejeiro – Garret Oliver

Cerveja em Casa – Christina Perozzi e Hallie Beaune

Rodrigo Sena

“Gosto de ser sommelier de cervejas. Escolhi essa profissão, investi muito tempo e dinheiro estudando para me tornar um profissional.

Me sinto muito feliz quando vejo que meu trabalho proporciona uma experiência boa para as pessoas, quando consigo impactar positivamente alguém.

O que me incomoda é a falta de valorização da profissão, muita gente não entende a importância do sommelier no Brasil e isso me chateia. Mas acho que é um processo de aprendizagem que irá acontecer e o sommelier será mais valorizado no Brasil” – diz Rodrigo Sena

A LEGISLAÇÃO E A PROFISSÃO

Através do requerimento da Abracerva e de seu Núcleo de Sommelier, as titulações SOMMELIER DE CERVEJA, SOMMELIER DE CACHAÇA e SOMMELIER DE SAQUÊ foram incluídas na ocupação SOMMELIER de código 5134-10 na Família Ocupacional 5134: TRABALHADORES NO ATENDIMENTO EM ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO, BEBIDAS E HOTELARIA.

Nadhine França

“Nós da Abracerva entendemos que o sommelier de cervejas é a ferramenta motora do crescimento do mercado de cervejas artesanal. Além de atuar em toda a cadeia de valor, o profissional é um dos principais difusores da cultura cervejeira. Peça fundamental para o crescimento do setor observado nesses últimos cinco, seis anos.

Atualmente, o número estimado de profissionais no país é de 15.000. Formados entre algumas das principais escolas focadas no ensino cervejeiro no Brasil.

O cadastro no CBO foi um passo importante para regulamentação e valorização do profissional Sommelier de cerveja. Mas apesar dessas conquistas, ainda há muito trabalho pela frente.

Articulação feita em conjunto entre Abracerva, representado por seu Núcleo de Sommeliers, MAPA e o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), autor da proposta, resultou no Projeto de Lei 1104/21 que altera a lei que regulamentou a profissão de sommelier para incluir, além do vinho, cervejas e cachaças no serviço especializado prestado pelo profissional. O texto, que tramita na Câmara dos Deputados, altera a Lei 12.467/11.” – relata Nadhine França

SOMMELIER DO ROLÊ

Falando da minha experiência na profissão, me tornar uma Sommeliére de Cervejas despertou em mim o melhor da minha sensibilidade. Não apenas a sensibilidade sensorial para aromas e sabores, mas para tudo que permeia meu entorno. Gosto de harmonizar pessoas, situações, biomas, pois sei que cada momento requer uma abordagem na escolha da cerveja ideal.

Meu Rolê é justamente experimentar tudo que possível, para tornar a experiência cervejeira mais prazerosa e até mesmo aventureira. Por esse motivo, a harmonização que preparei para acompanhar o artigo está ilustrada no vídeo, abaixo.

Nossa versão feminina do Rodrigo Hilbert se aventura no sul da Bahia – Candy e mais uma receita de dar água na boca!
Clique na imagem

Se tiver alguma dúvida para reproduzir a experiência na sua casa, ou onde quer que for, conte comigo para tirar suas dúvidas. Basta mandar um direct para mim. Terei o maior prazer em ajudar, afinal é para isso que a nossa profissão existe, para ajudar os consumidores a terem a melhor e mais prazerosas experiências.

SOBRE A CERVEJA UTILIZADA NESSA HARMONIZAÇÃO

Corsendonk Blanche
Estilo: Belgian Witbier
ABV 4,8
IBU 11

Corsendonk é uma linha de cervejas de Abadia fabricadas na Bélgica, fundada em 1395. Seu nome é uma referência a um mosteiro em Oud-Turnhout.

Em 1784, o imperador austríaco Jozef II ordenou que o mosteiro e a cervejaria fossem fechados. Em 1982, Jef Keersmaekers, descendente de Antonius Keersmaekers (fundador da cervejaria original), teve a chance de reviver a marca e uma nova série de cervejas foi lançada – a famosa Pater – com um novo conceito de marca que remete aos emblemas da Idade Média e a tradicional história da cervejaria.

Corsendonk Blanche é uma Witbier com aromas clássicos do estilo: notas de trigo, cítrico (limão), fermento, um toque floral e amargor equilibrado. Cremosa, com espuma persistente, é uma cerveja muito refrescante e suave.

Ficou com vontade de tornar-se Sommelier de Cervejas? Então comece experimentando os diversos aromas e sabores das maravilhosas cervejas que você pode receber em casa.

Acesse agora o site da Confraria Paulistânia Store e escolha suas preferidas! Lá você encontra dicas de harmonização, se jogue e teste sua experiência.

PÁSCOA ALÉM DO CHOCOLATE

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TEMPELIER E OS CAVALEIROS DE DEUS

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BÉLGICA, ALÉM DAS CERVEJAS TRAPISTAS

BÉLGICA, ALÉM DAS CERVEJAS TRAPISTAS

Por Luiz Caropreso, professor, sommelier, escritor, consultor e colunista para a área de cervejas. Diretor da BeerBiz Cultura Cervejeira.

Olá meus amigos, amantes de cervejas complexas, chocolates e batatas fritas. Evidentemente a gastronomia belga vai muito além disso, mas se você gosta desses três itens, pode ter certeza que não vai se decepcionar na Bélgica.

A primeira vez que estive por lá foi em 2004. Eu trabalhava como gerente de marketing de uma Associação da Indústria Gráfica, estava participando de uma feira da área em Dusseldorf na Alemanha e fui convidado para conhecer a fábrica de um fornecedor de filmes em Mertsel, no norte da Bélgica.

Nessa época, minha maior ousadia no segmento cervejeiro era tomar um copo enorme de Weissbier, mais pelo ritual e volume do que pelo prazer.

CERVEJA, BATATA FRITA E CHOCOLATE

Me lembro bem que no final da visita fomos para a cidade de Antuérpia. Descemos numa praça maravilhosa em frente à catedral,  cercada de lojas com produtos regionais e bares. A guia de nosso passeio alertou antes de sairmos do ônibus: “não deixem de provar os chocolates e nossas cervejas”.

Praça central Antuérpia, Bélgica
Antuérpia

Eu que na minha ignorância (no bom sentido) realmente não conhecia quase nenhuma cerveja Belga, nem mesmo as famosas cervejas dos 6 mosteiros trapistas daquele país, me dirigi a um bar com uma amiga, pedi o cardápio, que pra minha sorte estava em inglês e solicitei uma porção de fritas e duas cervejas, uma belga muito popular, que aqui no Brasil é conhecida por um diminutivo carinhoso.

Batata frita tradicional da Bélgica

O garçom esboçou um sorriso de soslaio, mas percebendo que éramos estrangeiros, gentilmente sugeriu que pedíssemos alguma cerveja mais “especial”. Nós concordamos e escolhemos outra pela foto do menu.

CERVEJA É COISA SÉRIA!

Novamente, com extrema gentileza, nosso atendente disse que não poderia nos servir aquela e, quando indaguei se ele não tinha, me respondeu que tinha a cerveja mas estavam sem a taça dela. A partir desse momento percebi que cerveja na Bélgica é coisa muito séria!

Por fim pedi que ele nos sugerisse uma cerveja que acompanhasse bem as batatas fritas e nos trouxe uma Corsendonk Dubbel.

Museu da batata frita na Bélgica
Frietmuseum – Bruges / Bélgica.
“O primeiro e único museu dedicado à batata frita”.
Acesse aqui

Eu vou tentar descrever pra vocês esse momento: as batatas fritas eram bem mais grossas do que as que estamos acostumados a encontrar por aqui, mas muito douradas e sequinhas.

Parecia terem sido esculpidas à mão, uma a uma. Ao morder, apresentavam uma deliciosa casquinha crocante e o miolo era tão macio e saboroso como nunca havia experimentado. Que sabor maravilhoso!

O serviço da cerveja foi impecável. Tanto a taça de cristal quanto seu apoio de papelão ostentavam a marca Corsendonk. Já ao verter o líquido, um inebriante aroma de caramelo, maltes e até chocolate perfumou o ambiente.

Aquela combinação do salgadinho das batatas com o adocicado da Dubbel ficou presente em minha memória, a ponto de, após 4 anos, eu decidir retornar para a Bélgica em busca de novos prazeres.

Saiba mais: CORSENDONK, UM PRAZER ABENÇOADO!

BÉLGICA, QUEM CONHECE SEMPRE RETORNA

Em 2008 fui mais preparado. Fiz algumas pesquisas e tracei um roteiro zitogastronômico. Além disso, combinei com 3 amigos que moravam em Bruxelas para fazermos um passeio juntos.

Bruxelas, capital da Bélgica
Bruxelas

Cheguei durante a tarde e, após me hospedar, corri pra rua atrás de outra tradição belga, os waffles (que eles pronunciam uófels). São vendidos em trailers e carrinhos na rua, como nossos hot dogs. Você pode escolher com alguma cobertura ou simplesmente puro.

Waffle tradicional da Bélgica

A massa do waffle é levíssima, feita com farinha, leite, ovo, açúcar e levedura. É assada num tipo de grill bem quente, que lhe confere o formato característico. Parece um “biscoitão”. Uma colmeia onde os alvéolos são quadrados.

Eu decidi comer um puro, que acompanhei com uma Tempelier Belgian Pale Ale e um de frutas vermelhas, divinamente escoltado por uma Kriek Boon.

Mas esse foi apenas o “aquecimento”.

Fiz algumas compras, inclusive dos maravilhosos chocolates belga que vale um texto só para eles e decidi jantar no hotel pois no dia seguinte eu seguiria para novas descobertas.

Após um rápido café da manhã com queijos locais e mais um waffle, fui me encontrar com os três amigos brasileiros que moravam por lá e nos dirigimos para Lembeek, no Vale do Zenne, onde a microflora é riquíssima das famosas leveduras selvagens do tipo Brettanomyces.

Leia também: LAMBIC, AME-A OU DEIXE-A!

PARTIU BOON…

Não por acaso, ali está instalada a Cervejaria Boon, fabricante de várias cervejas no estilo Lambic. Após visitar a Boon, fomos almoçar num bistrozinho muito simpático bem próximo. Foi um banquete de rei.

Começamos com os famosos moules frites – deliciosos mariscos cozidos, servidos num baldinho, acompanhados de batatas fritas. Para harmonizar, uma cerveja “local” – simplesmente uma Geuze Boon Mariage Parfait, de rótulo preto. As sensações de gosto, sabor e texturas são impossíveis de se descrever em palavras.

Em seguida pedimos a Carbonade Flamande, feita de carne bovina cozida lentamente na cerveja, junto com cebolas, pão, tomilho e mostarda (as receitas variam um pouco), guarnecida das adoráveis batatas fritas belgas. Acompanhamos com duas cervejas: uma Faro e uma Oude Geuze Boon. Novamente uma explosão de sabores indescritível.

E para fechar com chave de ouro pedimos algumas fatias de uma torta caseira de cerejas (receita secreta da dona) que devoramos com goles fartos de Kriek Geuze.

Saímos dali com um sorriso largo e voltamos para estrada. Cabe dizer que um de meus amigos não bebia e obviamente foi nosso condutor.

A BÉLGICA DAS CERVEJAS SELVAGENS

Dessa vez nosso destino era a cidade de Roeselare, na região ocidental de Flanders, muito próxima da Holanda onde iríamos conhecer a fábrica das icônicas Rodenbach. Essas cervejas estão no meu top 5 das melhores que já provei.

Fiquei fascinado em conhecer a cervejaria e o processo produtivo. Cervejas híbridas brassadas com muito cuidado e carinho, que passam por 2 fermentações, alta e espontânea (selvagem). Havia quase trezentos tonéis de carvalho onde repousava e maturava o precioso fermentado marrom avermelhado, de varias safras distintas.

The Brewing Process of Rodenbach – Assista aqui
Eel in the green

No final da visita decidimos “fazer uma boquinha”. Nos indicaram um tipo de pub em que serviam pratos rápidos e cerveja Rodenbach obviamente.

Pedimos alguns petiscos: croquetes e tomates recheados de camarão (tomate crevette) que são feitos com camarões cinza, não muito grandes mas saborosíssimos, um tipo de morcilla que leva pão na mistura e finalizamos com Eel in the green, enguias guarnecidas por um espesso molho verde, feito de vegetais e ervas.

Pode parecer estranho mas é muito gostoso, principalmente acompanhados da Rodenbach Grand Cru.

Após essa verdadeira maratona gastronômica, retornamos para Bruxelas com o espírito renovado.

DICAS:

  • A partir de Bruxelas é possível participar de tours a cervejarias, chocolaterias e restaurantes. Geralmente encontram-se informações nas recepções dos hotéis.
  • No Brasil, as cervejas que citei podem ser encontradas em vários bares e restaurantes ou na loja online da CONFRARIA PAULISTÂNIA STORE, da Bier & Wein, responsável pela importação exclusiva de todos estes rótulos.

Um grande abraço a todos e até a próxima jornada cervejeira.

CORSENDONK, UM PRAZER ABENÇOADO!

CORSENDONK, UM PRAZER ABENÇOADO!

UM PRIORADO, UMA ABADIA, UMA CERVEJA … Por Anderson R. Lobato, dentre vários defeitos: Santista sofredor, Homebrewer, Sommelier de Cervejas, pai do Dudu e amante de um @Pao_Liquido.  Hey folks! Todos cuidando da sanidade mental e física em momento de pandemia? Por aqui, entre uma mamadeira 

VOCÊ CONHECE CERVEJAS DE GUARDA?

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O QUE SÃO? Por André “Carioca” Souza, beersommelier, mestre em estilos e técnico cervejeiro, estatístico de profissão. Especialista em harmonização de cervejas e responsável pela divulgação de conteúdo do @embaixadores.da.cerveja. Olá cervejeiros e cervejeiras, tudo bem com vocês? Hoje vamos falar sobre um tema que