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UMA CERVEJA NATALINA

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TOUR CERVEJEIRA BRASIL – PARTE 2

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O QUE SÃO CERVEJAS KOSHER?

O QUE SÃO CERVEJAS KOSHER?

Por Luís Celso Jr. é jornalista e sommelier de cervejas. Foi 3º colocado no 1º Campeonato Brasileiro de Sommelier de Cervejas e defendeu o Brasil na competição mundial em 2015. Também é professor, juiz de concursos nacionais e internacionais e consultor de cerveja. Fundou em 2006 o BarDoCelso.com, o blog mais antigo ainda em atividade sobre o assunto no Brasil, hoje também clube de cerveja artesanal por assinatura.

A forma de consumir produtos está mudando no mundo nos últimos anos. Os consumidores estão mais conscientes, mais preocupados com a saúde e atentos às suas restrições alimentares.

As comidas industrializadas estão passando por um crivo mais rigoroso, sempre de olho na composição e na presença de conservantes. Lactose, glúten, transgênicos, produtos de origem animal e outros componentes que podem ferir dietas estão hoje estampados nas embalagens para facilitar as escolhas.

Isso tudo também afeta a cerveja.

Parte da queda de 2,61% do volume de produção mundial entre 2014 e 2019 é explicada pelos especialistas como o crescimento do mercado premium e artesanal –  o que mostra que o consumidor está querendo bebidas melhores, mas bebe menos delas. A outra parte é a preocupação com a saúde, já que muitos vem trocando a cerveja por bebidas que julgam mais saudáveis.

Correndo atrás desses números, cervejarias se apressam para lançar opções alternativas e “cervejas funcionais” para não perder os clientes. A recente onda das cervejas sem álcool vai de encontro a isso. Também os produtos sem glúten, para celíacos, alérgicos ou quem simplesmente evita o consumo.

E nesse pacote das restrições alimentares ainda podemos colocar as de ordem filosóficas, como no caso dos veganos, e até religiosas, como no caso dos alimentos kosher – ou casher – para judeus que seguem essa dieta.

O QUE É KOSHER

Hoje existem cerca de 12,9 milhões de judeus no mundo, principalmente em Israel (5 milhões) e nos Estados Unidos (5,2 milhões), segundo a Agência Judaica para Israel.

Dos residentes norte-americanos, um sexto afirma que segue a dieta que determina quais alimentos e bebidas são julgados próprios para o consumo segundo a fé judaica. No entanto, muitos outros afirmam manter apenas algumas das restrições, como não comer carne de porco.

“Kosher” significa literalmente “próprio” para o consumo.

Cervejas Kosher

Existem vários itens no kashrut, o conjunto de leis dietéticas do judaísmo. Há proibições que se referem ao consumo de certos animais, como porco e frutos do mar, misturas de carne e leite, a forma de abate de mamíferos e aves e sobre produtos agrícolas (quando cultivados). Há também questões sobre utensílios usados e até sobre a quem pertenceram esses produtos.

Ou seja, a complexidade é bastante grande e, para ter certeza que o produto é kosher, ele deve ter um certificado feito por rabinos ou instituições judaicas atestando isso.

O QUE PODE E O QUE NÃO PODE NAS CERVEJAS

No que diz respeito às cervejas, a princípio todas são classificadas como kosher por serem feitas de ingredientes considerados neutros (água, malte de cevada, lúpulo e levedura).

Elas só são questionáveis se receberem adições como frutas, xaropes de frutas, condimentos ou produtos de origem animal, como lactose. Nesse caso, precisam passar pelo processo de certificação, que consiste em uma análise minuciosa dos ingredientes e processos para receber ou não o certificado.

Isso porque nem tudo é declarado nos rótulos. As restrições podem ter a ver também com insumos chamados de coadjuvantes de processo, que são utilizados na cerveja e retirados no fim.

Colágeno e outros tipos de gelatina animal podem ser um problema nessa dieta. Já o Insinglass, por exemplo, feito a partir de peixe, já foi considerado kosher.

Há também algumas restrições comportamentais. Mesmo sendo kosher, alimentos com certos tipos de grãos, como a cevada, vegetais e frutas não podem ser consumidos durante o festival religioso da Páscoa. E se a cerveja tiver pertencido a um judeu durante esse período, não poderá ser consumida mesmo após o evento.

ERDINGER

Como podemos notar, há uma grande complexidade ao determinar se um produto é ou não próprio dentro da religião judaica. Na dúvida, muitos consumidores consultam as embalagens em busca dos símbolos ou descrição das certificações.

Outra forma de saber se uma cerveja é ou não kosher é fazendo contato com as cervejarias e importadoras para saber se possuem a certificação.

A Erdinger, por exemplo, que é a maior marca de cervejas de trigo do mundo se preocupa com essa questão. Ela possui o certificado emitido em Israel que garante que é kosher. Por isso, se for o seu caso, pode consumir sem problema.

Certificado de Cervejas Kosher

Na Confraria Paulistânia você encontra toda família Erdinger e muitas outras cervejas importadas e artesanais. Corra e garanta a sua!

Leituras sugeridas: ICH WILL EINEN ERDINGER! e MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA – O SELO DA DIFERENCIAÇÃO

DIA DO TRIGO

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DESMITIFICANDO ROCK E CERVEJA (PARTE 4)

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VIVA A REPÚBLICA TCHECA!

VIVA A REPÚBLICA TCHECA!

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A cerveja 1795 personifica as cervejas da República Tcheca e é uma excelente opção para você conhecer uma cerveja de raiz.

SENTA AÍ QUE LÁ VEM HISTÓRIA…

Em 1795 foi fundada na cidade de Budweis, na República Tcheca, a cervejaria BMP (Budejovicky Mestansky Pivovar). Tente pronunciar…

Bom, esquece… O melhor é que ela resolveu batizar a sua primeira cerveja com a data. Nascia assim um ícone para o mundo das cervejas! Não é exagero. Basta dizer que a 1795 está no mercado há exatos 226 anos!

Ela é produzida na cidade de Budweis, que fica na região da Bohemia, referência mundial em cervejas Lager há mais de 700 anos. A 1795 é fabricada até hoje seguindo processos tradicionais, que respeitam rigorosamente a receita original, utilizando tanques abertos para uma baixa fermentação.

O resultado é uma cerveja de uma linda coloração dourada, com aromas de pão ou biscoito caseiro do malte, produzido e preparado pela própria BMP, e temperado pelo inconfundível lúpulo herbal Saaz, marca registrada da República Tcheca.

Leitura indicada: SAAZ PARA CÁ!

Selo D.O.C. de uma genuína Cerveja Tcheca

E, para finalizar, a água vem de um poço a 270 metros de profundidade. Então, compartilhe comigo essa conclusão: a 1795 é uma das cervejas mais “raiz” que se pode encontrar no mercado. Até porque a fórmula é a mesma desde 1795, garantem seus produtores, mesmo depois da cervejaria ter sido adquirida pelo grupo Samson.

Inclusive, para atestar isso, ela segue padrões estabelecidos pela D.O.C (Denominação de Origem Controlada) determinados pela União Europeia exclusivamente para cervejas produzidas na cidade de Budweis.

Resumindo: é uma autêntica Budweiser Tcheca de raiz!

MARCA REGISTRADA

Já dá para imaginar que a 1795 faz parte de uma pendenga judiciária sinistra. A cervejaria BMP produziu a primeira Budweiser Bier e continua produzindo-a até hoje. Quanto a isso não há discussão.

Mas a Budweiser americana virou nome de cerveja, marca de prestígio, e ganhou o mundo. Entretanto, são produtos absolutamente distintos e de origens diferentes.

Tudo começou em 1872, quando a cervejaria BMP iniciou as exportações das suas cervejas para os Estados Unidos.

Daí a cervejaria americana Anheuser-Busch gostou da pegada da cerveja e espertamente registrou a marca “Budweiser” cinco anos depois, em 1877, no registro de marcas e patentes.

Desde então passou a usar o nome Budweiser para alavancar negócios e rapidamente se tornou um fenômeno de vendas mundial. Principalmente depois que a InBev comprou a marca e a tornou ainda mais globalmente consumida, inclusive no Brasil, via Ambev.

Ou seja, aquela Budweiser de arroz que você encontra em tudo quanto é supermercado não tem nada a ver com as cervejas Budweiser produzidas na República Tcheca. Se eu fosse você, deixava a loira aguada americana e ficava com a excitante loira Tcheca!

Cerveja Tcheca 1795 Premium
Ceske Budejovice (Budweis) – Guia de Evžen para um dia inesquecível em Budějovice

MAIS UM GOLE DE UMA GENUÍNA CERVEJA TCHECA!

Voltando a falar especificamente da 1795, eu adoro essa cerveja não só por toda essa história presente em cada garrafa, mas também porque ela é extremamente refrescante, equilibrada, com um aroma floral e aquele amargor no final que seca a boca e pede o próximo gole. Seu teor alcoólico é de 4,7%, ou seja, fácil de beber. Não dá para resistir e você acaba tomando uma caixa! Opa! Corrigindo: algumas garrafas verdejantes de 500 ml…

FAMÍLIA 1795

Cerveja Tcheca 1795 Dark

Desde 2008, a Bier & Wien traz para cá essa belezura. E mais: traz também a sua irmã “mulata”, a 1795 Dark. Trata-se de uma versão da 1795 tradicional que muda apenas para uma utilização de maltes meio tostados, com sua típica coloração marrom, aquele aroma e sabor de toffee/caramelo e o tradicional amargor bem balanceado dos lúpulos Saaz.

É tão boa quanto a irmã e eu diria até mais interessante para acompanhar uma linguicinha ou uma tábua de frios. Inclusive, aqui no site da Confraria Paulistânia, ela pode ser adquirida num kit que reúne uma garrafa de 500 ml + 1 copo também de 500ml lindo com o logo da 1795 por apenas R$ 55 mais frete. Uma oportunidade tentadora…

Aliás, aproveite também que você está no site da Confraria para dar uma navegada por promoções não só da 1795 (tem caixa com 20!) como também por outros rótulos do portfólio da Bier & Wein. Tem sempre opções de cervejas bacanas a preços bem convidativos.  

Espero que tenha gostado e… boas cervejas!

Oktoberfest e Napoleão Bonaparte

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Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o youtube e o instagram @beersenses Oktoberfest: Como Napoleão Bonaparte ajudou a criar a maior festa do mundo. Se você ficou curioso com o título desse artigo não se 

TOUR CERVEJEIRA BRASIL – PARTE 1

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DESMITIFICANDO ROCK E CERVEJA – PARTE 3

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Por  Henrique Carnevalli, t.izêro, Sommelier de Cervejas, amo música desde pirralho, noveleiro, corinthiano sofredor e cofundador do site RockBreja.

O estilo Heavy Metal é um do gêneros que já logo vem a frase na cabeça, Ame ou Odeie! Assim vale para os estilos que trazem amargor, adorado por muitos, porém, desdenhados por outros.

Ou seja, ambos seguem o mesmo o caminho, porém, que tal conhecer um pouco desse tal ‘Heavy Metal’?

O INÍCIO

A origem do estilo Heavy Metal se deu lá pelo final de 1960 e início da década de 1970 focando mais nos Estados Unidos e Reino Unido. Suas raízes vem do blues rock e rock psicodélico (falamos dele aqui, parte 1 e 2), e a característica é de um timbre saturado e distorcido dos amplificadores, pelas cordas graves da guitarras, que gerou a criação dos riffs além da exploração de sonoridades, dando um ar até mesmo sombrio.

As primeiras bandas que foram classificadas como grupos de Heavy Metal, foram Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath, porém, para eles não foram nada fácil, já que a crítica sempre desenhou, muito comum quando falamos de Rock não é?

Ainda na década de 1970, uma banda que foi crucial para impulsionar o estilo aos holofotes, o Judas Priest. O grupo contou também com o surgimento do Motörhead que fez a mistura do punk com o heavy metal com muita velocidade.

No Reino Unido, o movimento intitulado de New Wave of British Heavy Metal trouxa bandas conhecidas até hoje como Iron Maiden, Venon, Saxon, Def Leppard e entre outros gigantes. Dessa nova onda, uma das grandes características foi a remoção do blues da primeira geração do metal, adicionando peso e velocidade ao mesmo ressaltando os aspectos metálicos daquele estilo.

Duas dessas bandas foram grandes responsáveis por até dar início a outros estilos conhecidos por aqui, começando pelo Venom, precursor do Black Metal e o Def Leppard ao Hard Rock e o AOR (Rock de Arena) com o clássico álbum Hysteria.

E POR FALAR EM IRON MAIDEN…

Iron Maiden de fato é uma das bandas mais conhecidas em todo o planeta e vem conquistando geração a geração com seus shows sempre na maioria das vezes, SOLD OUT.

banda Iron Maiden

A banda surgiu em 1975, nos períodos natalinos, logo após Steve Harris deixar seu antigo grupo. O primeiro vocalista da banda foi Paul Di’Anno, que fã de punk, acabou mesclando este dois estilo a identidade do Iron Maiden no começo da carreira.

Por conta do abuso de drogas de Paul, ele foi substituído por Bruce Dickinson em 1982 e com isso, o lançamento de The Number Of The Beast, que se tornou um imenso sucesso, chegando a estar no topo das paradas inglesas. O disco é o mais vendido deles até hoje. Bruce chegou chegando!

Bruce deixou o grupo em 1993 para seguir em carreira solo e com isso, entra Blaze Bayley em 1994, colocando um era sombria que não agradou muitos os fãs, já que se acostumam com a explosão de Bruce Dickinson nos vocais.

A dor de cabeça foi até 1999 quando Blaze foi convidado a se retirar da banda e trazer de volta Bruce, o resultado disso, foi o ótimo Brave New World, lançado em 2000. Hoje, Bruce consegue se aventurar tranquilamente no mundo solo, do avião, das palestras, do Iron Maiden e da cerveja!

BRUCE DICKINSON + ROBINSONS BREWERY = TROOPER

A Robinsons Brewery foi criada em Stockport, Manchester em 1849, assim como muitas naquela época, como uma empresa de família. William Robinson, compra a fábrica da marca Unicorn In em 29 de setembro de 1838 e junto a seu filho, George fez sua primeira cerveja, do estilo Ale em 1849.

ROBINSONS BREWERY

Dez anos depois, no lugar de George, Frederic ocupa o posto e compra um galpão para aumentar sua produção, assim, a cerveja Robinsons começou a ser vendida nos pubs de Stockport.

Frederic, preocupado com a qualidade das cervejas, comprou várias casas em volta da pequena fábrica para ter maior controle. Nesse resultado de 1878 até 1890, ano de sua morte, ele fundou doze pubs que serviam exclusivamente as cervejas da Robinsons.

Atualmente são cerca de 300 pubs no Norte da Inglaterra e País de Gales e comandada pela quinta geração da família Robinson.

Bruce Dickinson promovendo a cerveja Trooper, Rock in Rio 2013

A relação da cervejaria com Bruce Dickinson começou em 2013, já que o músico é fã de cerveja inglesa, queria ter uma cerveja para chamar de sua. Bruce que fez vários cursos e visitas à cervejaria, e ali estava nascendo então o primeiro rótulo da parceria, a Trooper.

O Brasil teve conhecimento da cerveja, quando o Iron Maiden se apresentou na edição 2013 do Rock In Rio, numa atitude que deixou os organizadores ‘loucos’! Bruce trouxe ao palco, a cerveja Trooper e dizendo que era melhor que a da patrocinadora oficial (SOS, SOS, SOS). Não deu outra, a cerveja acabou em minutos nos países que estavam à venda, principalmente no Brasil.

Atualmente dessa parceria veio diversos rótulos além das tampinhas colecionáveis com as capas do álbum. A última lançada e está no Brasil é a Trooper IPA.

E POR FALAR EM IPA…

O estilo IPA ou India Pale Ale foi desenvolvido na Inglaterra no século XIX para ser abastecido a colônia inglesa na Índia. Com grande conhecimento sobre a conservação do lúpulo, os cervejeiros da cidade de Burton-on-Trend, começaram sua produção de Pale Ale com alta doses da planta, com um olho lá no comércio nas proximidades de Londres e Calcutá.

A água que era bastante dura (não tô falando de gelo tá!), ajudava a criar um perfil da cerveja mais amargo nas suas produções, sendo assim, mesmo com a longa travessia por mar, elas chegavam ao destino intactas com aroma e sabor preservadíssimos!

Como os londrinos souberam dessa cerveja especial enviada a colônia na India, exigiram que também os pubs em Londres, servissem a ‘Pale Ale das Índias’, que anos depois, um jornal de Calcutá, batizou de India Pale Ale.

BANDAS feat. CERVEJA

Iron Maiden & Trooper

Não podemos iniciar esta harmonização sem a artista principal deste post! The Trooper é um dos hinos do grupo lançado em 1983 no disco Piece Of Mind. Deste grande clássico veio então a primeira cerveja da parceria Bruce & Robinsons. Do estilo English Pale Ale, leve cítrico, equilibrada e alto drinkability, assim como é a música.

Álbum Piece Of Mind e cerveja Trooper Premium

Judas Priest & Sun And Steel

A gente podia harmonizar mais uma vez com o Iron Maiden, mas esta cerveja que é feita com a levedura japonesa Saké na segunda fermentação, é uma das cervejas mais complexas que a Robinsons fez em parceria com o Bruce. Assim como o Judas Priest e seu vocalista, Rob Halford, é um grupo ousado com atitude e uma sonoridade do heavy metal que às vezes pode até soar como complexa. A cerveja tem um aroma e paladar floral, também equilibrada e alto drinkability.

Judas Priest  e cerveja Trooper Sun and Steel

DIO & Trooper IPA

A Trooper IPA é uma referência a revolução americana em relação as IPAs, ela é uma Golden IPA, aromática, dulçor em segundo plano e bom drinkability. Um americano para representar é o gênio Ronnie James Dio, que também já integrou a clássica banda Black Sabbath, que por alguns, foi a melhor fase do grupo.

Álbum DIO e cerveja Trooper IPA

Black Sabbath & Caminho das Índias

E por Sabbath, o grupo vem quebrando gerações de fãs, veio do Reino Unido para o mundo, trouxe seu amargor ao mundo com riffs marcantes e um vocal totalmente entregue, o nosso vô Ozzy. Com essas características trazendo a homenageada do estilo a Caminho Das Índias, uma IPA com aroma cítrico, leve floral e terroso trazendo um dulçor em segundo plano no paladar e médio amargor.

Black Sabbath e cerveja Paulistânia Caminho das Índias

Quer harmonizar todas elas em sua casa? Corre lá no site da Confraria Paulistânia Store que você encontra estes e outras cervejas da Paulistânia e importadas da Bier Wein, além de kits, copos e outras ‘cositas’ a mais. Bora acessar?

PAULISTÂNIA – PREMIAÇÃO WBA 2021

PAULISTÂNIA – PREMIAÇÃO WBA 2021

Por Anderson R. Lobato, dentre vários defeitos: Santista sofredor, Homebrewer, Sommelier de Cervejas, pai do Dudu e amante de um @Pao_Liquido.  Fala meu povo e minha “pova” cervejeira, todos bem? Vacinados? Não vacilem, eventos cervejeiros e presenciais retomando por aí, aquele bar que você gosta doido 

Hofbräuhaus: a cervejaria mais influente do mundo

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Por Rodrigo Sena, jornalista, sommelier de cervejas especializado em harmonizações, técnico cervejeiro, criador de conteúdo para o youtube e o instagram @beersenses Recomendação de leitura: MATURAÇÃO NOBRE BÁVARA – O SELO DA DIFERENCIAÇÃO Não é uma história somente sobre cerveja. É uma história sobre poder, 

ENTENDA OS CONCURSOS DE CERVEJA

ENTENDA OS CONCURSOS DE CERVEJA

Por Luís Celso Jr. é jornalista e sommelier de cervejas. Foi 3º colocado no 1º Campeonato Brasileiro de Sommelier de Cervejas e defendeu o Brasil na competição mundial em 2015. Também é professor, juiz de concursos nacionais e internacionais e consultor de cerveja. Fundou em 2006 o BarDoCelso.com, o blog mais antigo ainda em atividade sobre o assunto no Brasil, hoje também clube de cerveja artesanal por assinatura.

Na quinta-feira (08/09) foram divulgadas as cervejas premiadas esse ano no World Beer Awards, um dos mais importantes concursos de cerveja do mundo. Acontece que no fim de agosto também foram divulgados resultados dessa mesma competição. Mas, afinal, o que está acontecendo? Existem dois prêmios com o mesmo nome?

Na verdade, não. A lista do final de agosto era da etapa brasileira da competição. As cervejas com as melhores notas na avaliação dos juízes foram classificadas para a etapa internacional, disputada em Londres, na Inglaterra. E por isso há duas “premiações”. Uma local e uma mundial.

Assim como essa confusão, toda a vez que resultados de concursos cervejeiros são divulgados, dezenas de dúvidas aparecem sobre como eles funcionam. Desde como as cervejarias se inscrevem, passando pelo processo de julgamento e, até mesmo, como entender os resultados – acredite, não é tão fácil quanto parece!

Uma das primeiras coisas que precisamos entender sobre os concursos é que são vários e, muitas vezes, cada um tem as suas regras próprias e peculiaridades. Ou seja, há poucas coisas que podem ser de fato generalizadas.

Características em comum

O objetivo de todo o concurso é eleger as melhores cervejas. Normalmente, em suas respectivas categorias ou estilos, já que o universo cervejeiro é tão vasto nesse sentido. Como isso é feito? Por meio da avaliação sensorial rigorosa de juízes qualificados, detentores do conhecimento cervejeiro e da habilidade de avaliar esse produto.

O reconhecimento pelo esforço e habilidade de cervejeiros e cervejarias ao atingir o objetivo é o verdadeiro prêmio, que pode aparecer em formato de medalhas ou outras classificações.

Mas como, então, fazer que esse resultado tenha credibilidade perante a comunidade cervejeira, o mercado e os consumidores? Adotando uma série de critérios objetivos e verificáveis. E isso explica muito da metodologia desenvolvida pelos concursos.

Todo o concurso normalmente começa com a publicação do regulamento, no qual todos os detalhes devem ser descritos. Entre as regras, deve ser informado como fazer a inscrição, por exemplo. O mais usual é que as cervejarias preencham a ficha de cada amostra, na qual dão informações sobre ela, e enviam suas cervejas para o concurso num volume suficiente para as diversas etapas de avaliação. Uma taxa de inscrição também é cobrada.

Julgamento

Após o recebimento do material, o concurso organiza e armazena as cervejas para o julgamento. Há sempre uma importante equipe de bastidores trabalhando duro para que tudo ocorra como deve ser. Isso inclui diretores e coordenadores, mas também os responsáveis pelas “adegas” de cervejas, a equipe que fará o serviço e até quem vai tabular os dados, notas e fichas de avaliação que serão produzidas.

A avaliação em si é feita pelos juízes, normalmente separados em mesas, cada uma com a tarefa de julgar um grupo de cervejas, seja por estilo ou categoria criada pelo concurso. Em um julgamento, nunca se analisa uma cerveja sozinho. Cada mesa tem vários juízes.

Concurso de Cerveja WBA 2019
Etapa Brasil WBA 2019

O sigilo é algo muito importante também, já que as cervejas são julgadas às cegas pelos juízes – eles não sabem qual o rótulo ou de qual cervejaria é a cerveja de cada amostra servida, que é identificada apenas por um número.

Para cada amostra, normalmente há uma primeira etapa silenciosa. Nela que cada juiz avalia sua amostra e preenche uma ficha de degustação com nota. O silêncio é importante para que nenhum jurado influencie as primeiras impressões dos demais. Logo após, a mesa discute as análises e cada um pode rever suas análises e notas como quiser, se for o caso. Esse debate garante uma maior homogeneidade, além de compensar eventuais desvios e preferências pessoais. Afinal, o juiz é humano!

Mas como tornar impressões pessoais, que podem ser tão subjetivas, em algo mais palpável?

Em geral os concursos usam guias no quais constam as descrições de cada estilo. Quando a cervejaria inscreve o produto, ela declara o estilo e assim diz também o que se tentou fazer, seu objetivo. O papel do juiz é, então, de checar se a cervejaria conseguiu realizar o que se propôs. Ele analisa sensorialmente a cerveja, vê se ela tem defeitos ou falhas, e se ela tem as características para estar naquele estilo. Quanto mais correta a cerveja estiver, maior sua nota.

Concurso de Cerveja WBA 2019
Avaliação das cervejas

Ao cumprir esse básico, o juiz também avalia com a sua experiência pessoal e o guia embaixo do braço, se a cerveja se desta positivamente naquele estilo. Se traz as características mais complexas exigidas. Isso é um diferencial que aumenta as notas.

Por fim, as fichas e a notas são computadas, dando origem a uma classificação das cervejas. Outras etapas posteriores podem ser feitas, dependendo da metodologia de cada concurso. Normalmente são eleitas as melhores cervejas do concurso e, algumas vezes, as melhores cervejarias.

Maçãs e bananas

Um adendo sobre a avaliação. Quando os juízes avaliam um mesmo estilo, tudo transcorre bem como explicado acima. Mas e quando são cervejas de estilos diferentes? Esse tipo de julgamento é comum em etapas mais avançadas.

A solução é simples: basta não misturar. Cada um dos estilos da mesa deve ser avaliado de acordo com o melhor do seu estilo, normalmente descrito no guia. Assim, uma maça ser avaliada em relação à maçã ideal. E daí ela tira seu mérito. Enquanto uma banana deve ser avaliada da mesma forma. Ganha aquela que estiver mais próxima do seu ideal. Ou seja, não se comparam maçãs com bananas. E sim cada fruta em relação ao seu ideal.

Concursos de cerveja caseira e BJCP

Concursos de cerveja caseira normalmente são feitos dentro das diretrizes do Beer Judge Certification Program (BJCP). Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que visa formar juízes de cerveja, incentivar o conhecimento, a compreensão e a apreciação dos diversos estilos e desenvolver ferramentas, métodos e processos padronizados para a sua avaliação.

Beer Judge Certification Program

O guia de estilos do BJCP é um dos mais usados no mundo e a base para os concursos de cervejas caseiras. Isso porque é mais didático, já que tem a intenção formar tanto juízes como cervejeiros, instruindo como fazer as cervejas daqueles estilos. As fichas de avaliação também são mais detalhadas e visam dar um feedback aos produtores, apontando os erros, acertos e até mostrando formas de como a cerveja pode ser melhorada.

Aqui se dá preferência por juízes que fizeram as provas e foram certificados pelo BJCP. Eles ganham pontos por participação em concursos, o que ajuda a evoluir na classificação interna da organização. Mas é possível participar também como aprendiz, ou seja, um juiz não BJCP. Aqui entram convidados de notório saber no assunto.

Tudo transcorre como descrito na parte geral até a primeira etapa de avaliação. Uma segunda etapa é adicionada para reavaliar as cervejas com as melhores notas. Agora os juízes, sem a necessidade de preencher fichas, fazem uma comparação direta entre as cervejas, podendo confirmar ou não a classificação feita pelas notas.

Nos concursos maiores, feitos com vários estilos, pode ainda existir a necessidade de escolher a melhor cerveja de todas, ou Best Of Show (BOS). Os juízes mais experientes compõem uma mesa que vai julgar cerveja de diferentes estilos para achar a vencedora.

Além do prêmio BOS, a divulgação dos resultados é feita em formato de medalhas de ouro, prata e bronze, mas não é necessário que todos os estilos ou categorias tenham todas as posições preenchidas se os juízes julgarem dessa forma. Assim, é possível ter categorias só com ouro, outras só com bronze, e assim por diante.

Normalmente concursos assim são organizados por associações de cervejeiros caseiros, como as Acervas de cada estado e a nacional. Se você quer se tornar um juiz BJCP, deve fazer algumas provas para obter sua certificação. Todas as informações necessárias então no site oficial (https://bjcp.org/). Também é possível começar julgando como convidado ou fazendo assistência para julgamentos. Nesse caso, procure a associação mais próxima e se voluntarie.

Concurso Brasileiro da Cerveja

Logo Concurso de Cerveja Festival Brasileiro da Cerveja

O concurso do Festival Brasileiro da Cerveja, que acontece anualmente em março em Blumenau (SC), é o maior da América Latina e um dos maiores do mundo em número de amostras. Em 2021, foram mais de 3,1 mil rótulos avaliados por inúmeros juízes de diversos países do mundo.

Ele funciona com base no guia de estilos da Brewers Association (BA), a associação das cervejarias artesanais dos EUA. A entidade revisa e publica anualmente seu material, que é voltado mais para cervejarias profissionais. Ele não tem a intenção de ensinar juízes e cervejeiros, como é no BJCP, mas de apenas definir os parâmetros do estilo. É mais conciso nas descrições e deixa mais espaços abertos para a criatividade das cervejarias ao produzir seus rótulos.

Essa diferença também é visível no processo de julgamento. As fichas são mais simples e os juízes apenas apontam falhas de estilo, defeitos ou méritos, sem a obrigação de dar feedback completo sobre as cervejas. Entende-se que o cervejeiro é profissional e deve ser capaz de resolver os problemas que foram mencionados.

Imagem Facebook
Imagem Facebook

As inscrições para participação e o regulamento costumam ser divulgados no final do ano anterior. O julgamento se dá na forma padrão. No entanto, diferente do BJCP, onde uma amostra é julgada por rodada, aqui cada turno tem várias amostras de uma vez. O Concurso Brasileiro da Cerveja também costuma fazer mesas finais para eleger as melhores cervejas entre todas as premiadas.

A divulgação dos resultados se dá por medalhas de ouro, prata e bronze. Aqui também não é necessário que cada estilo tenha todas as três medalhas sempre. As cervejarias com maior número de medalhas são eleitas as melhores do ano, tendo um peso diferente na pontuação para ouro, prata e bronze.

Os juízes para concursos BA normalmente são convidados por notório saber sobre cervejas. Não há uma prova ou certificação exigida.

Concursos latino-americanos

Ao lado do brasileiríssimo Concurso Brasileiro da Cerveja, o South Beer Cup e a Copa Cervezas de América compõem a tríade das mais importantes competições para cervejarias profissionais latino-americanas. Todos são anuais e seguem o guia da BA.

South Beer Cup e a Copa Cervezas de América

Conhecido como a “Copa Libertadores da cerveja”, o South Beer Cup é um concurso cervejeiro sul-americano. É sediado alternadamente no Brasil e na Argentina. Divulga o regulamento e abre as inscrições no segundo trimestre de cada ano.

Já a Copa Cervezas de América é realizada sempre no Chile.

O julgamento de ambos ocorre da forma padrão e os resultados são divulgados em forma de medalhas de ouro, prata e bronze, sem a necessidade de dar todas as medalhas. Ambos também realizam a premiação das melhores cervejas e cervejarias dos concursos.

World Beer Awards

logo Concurso de Cerveja WBA

O World Beer Awards é um dos maiores concursos de cerveja do mundo, realizado anualmente em diversos países, com etapas regionais classificatórias, e em Londres, na Inglaterra, como etapa mundial. As inscrições das cervejas devem ser feitas nas etapas regionais, onde as amostras serão julgadas por juízes locais e classificadas apenas por nota.

As notas mais altas ganham o prêmio de Country Winner e se classificam para disputar a etapa mundial. Também são premiadas cervejas com ouro, prata e bronze em cada estilo e uma das dez categorias (que são os grupamentos desses estilos por semelhança, como Dark Beer, por exemplo). Não há obrigação de dar todas as medalhas em cada estilo nem o prêmio maior.

Já na etapa mundial, são dados os prêmios de World’s Best de cada estilo e categoria – sem ouro, prata e bronze. Outra peculiaridade desse concurso é que ele tem um guia próprio de estilos, ou seja, não usa nem BA nem BJCP.

World Beer Cup

Maior concurso de cervejas do mundo, o World Beer Cup é realizado desde 1996 pela Brewers Association nos Estados Unidos de dois em dois anos, em paralelo ao Craft Brewers Conference, o encontro anual dos membros da associação. É como se fossem as Olimpíadas da cerveja.

Ele aceita inscrições de cervejarias de todo o mundo dando origem a milhares de amostras para serem julgadas. Ou seja, são centenas de juízes e membros de equipe mobilizados a cada edição.

O julgamento se dá da forma padrão, baseado sempre no guia da BA. Os prêmios são dados como Gold, Silver e Bronze Awards, também sem a necessidade de dar todos eles a cada estilo.

Esse é o concurso em que o Brasil tem menos premiações, totalizando apenas 11 desde a primeira edição. Por isso conseguir uma colocação aqui é tão relevante e importante no contexto nacional.

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